Biopesticida, Cultivo de Celulas de Inseto, SfMNPV
O interesse pelo biocontrole tem crescido consideravelmente no mundo, em resposta aos problemas encontrados pelo uso dos agrotóxicos em larga escala na produção agrícola. Atualmente, a produção in vivo é a maior fonte de bioinseticidas virais presente no mercado. A Spodoptera frugiperda conhecida como lagarta-do-cartucho, é a principal praga da cultura do milho. Diversos inseticidas têm sido avaliados contra essa praga. Dentre os métodos de controle da S. frugiperda, o uso de produtos químicos vem sendo reduzido cada vez mais, em conseqüências negativas sobre a fauna benéfica, a ressurgência de pragas, e sobre a contaminação do ambiente, fazendo-se, portanto, necessária a busca de alternativas que minimizem os efeitos adversos dos inseticidas sintéticos sobre o meio ambiente. Buscando um controle mais eficiente e exclusivo à Spodoptera frugiperda, iniciou-se no Brasil e em outros países da América Latina estudos utilizando baculovírus (vírus da família Baculoviridae) geralmente de alta virulência aos seus hospedeiros e restritos aos artrópodes como bioinseticida no controle da população de insetos. A linha de pesquisa atual está voltada para o desenvolvimento de um sistema de produção que possibilite a obtenção de um bioinseticida à base deste baculovírus que infecta a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda multiple nucleopolyhedrovirus (SfMNPV). Vários avanços foram obtidos durante a evolução da pesquisa, mostrando a possibilidade de produção em larga escala deste bioinseticida. Neste trabalho, foi estudado a adição de colesterol e ecdisona ao meio de cultivo durante a produção in vitro do baculovírus Spodoptera frugiperda a fim de aumentar a sua produtividade e demonstrar a viabilidade deste processo como um processo alternativo para a produção em larga escala deste bioinseticida viral. Inicialmente, foi realizada a liberação do vírus derivado do corpo de oclusão (ODV) do SfMNPV seguindo o método de Lynn (1994) . Este ODV foi utilizado como inóculo para obtenção do vírus extracelular ou budded virus (BV) que serviu de inóculo para as infecções da passagem seriada. A passagem seriada foi realizada com o objetivo de descobrir qual a passagem de melhor produção do bioinseticida spodoptera. Realizada a passagem seriada foi definida a passagem 3 por obter maior produção de poliedros, para a adição do colesterol e do hormônio 20-Hydroxyecdysone ambos em três diferentes concentrações.