Aplicação de diferentes estratégias de pré-tratamento para conversão da fibra de coco verde em etanol celulósico
material lignocelulósico, coco verde, pré-tratamentos, hidrólise enzimática, fermentação alcóolica, etanol 2G.
O presente estudo avalia a influência de diferentes pré-tratamentos, visando o aproveitamento da fibra de coco para obtenção de etanol celulósico, entre eles o ácido sulfúrico (H2SO4) e a explosão a vapor bem como a combinação destes (pré-tratamentos combinados) com hidróxido de sódio (NaOH) e o peróxido de hidrogênio alcalino (H2O2). Avalia, também, diferentes estratégias de hidrólise e fermentação, a sacarificação e fermentação simultânea (SFS) e a sacarificação e fermentação semi-simultânea (SFSS) utilizando a Saccharomyces cerevisiae (PE-2). A avaliação dos pré-tratamentos foi realizada a partir das análises da composição química dos materiais, utilizando-se a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), a Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) e a Difração de Raios-X (DRX) para o índice de cristalinidade. A CLAE também foi utilizada para a avaliação dos açúcares durante os processos de hidrólise e fermentação. Os resultados da composição dos materiais e conversão dos açúcares apontaram que o pré-tratamento ácido seguido por NaOH (4,0% m/v) (ACN4) e o pré-tratamento com explosão a vapor seguido por NaOH (4,0% m/v) (EXPN4) foram os melhores, uma vez que a concentração a 4% do hidróxido proporcionou maiores níveis de deslignificação, facilitando o ataque enzimático durante a etapa de hidrólise. Destaca-se que a hemicelulose foi plenamente hidrolisada no pré-tratamento ácido, sendo observada uma geração significativa de xilooligossacarídeos (1,46 g/L) na fração líquida do explosão a vapor. O uso dos pré-tratamentos ácido e explosão a vapor foram efetivos para remover a hemicelulose presente na fibra do coco, mas os valores de digestibilidade enzimática dos materiais pré-tratados apresentaram-se baixos (conversão celulósica inferior a 50,0%). Nesse caso, obteve-se uma produção de glicose de 15,59 ±0,63 g/L para o ACN4 e de 13,28 ±0,75 g/L para o EXPN4. Na hidrólise enzimática utilizou-se o coquetel enzimático Cellic CTec2 em diferentes cargas enzimáticas sendo que os melhores resultados foram obtidos para carga de 10,0% FPU/g usando-se o pré-tratamento ACN4 e 15,0% FPU/g para o pré-tratamento EXPN4, com conversões celulósicas de 48,68 ±1,98% e 50,24 ±2,87%, teor de glicose 15,59±0,63 g/L e 13,28±0,75 g/L, para os ensaios ACN4 e EXPN4, respectivamente. Com relação às estratégias de fermentações que foram realizadas variando-se a carga de sólido, entre 5% e 15% (m/v), a estratégia SFSS, ao se utilizar o pré-tramento ácido-alcalino com NaOH (4,0% m/v), apresentou melhor resultado comparado com a SFS, com rendimento de etanol celulósico de 46,67% e fornecendo 18,37±0,91 g/L de etanol mostrando, assim, que a fibra de coco verde possui potencial para produção de etanol de segunda geração (2G).