Desenvolvimento de filmes biodegradáveisa partir do amido de jaca (Artocarpus heterophillus Lam.) com a incorporação de resíduo de acerola (Malphigia ermaginata)
amido, antioxidantes, jaca, filmes biodegradáveis, acerola
O impacto ambiental gerado pelo uso contínuo de material inerte, oriundo exclusivamente de derivados de petróleo, tem favorecido o aumento nas pesquisas visando o desenvolvimento de filmes biodegradáveis, pois estes têm sido investigados como estruturas promissoras devido à sua segurança, versatilidade de uso e obtenção. Além disso, como embalagem primária, esses filmes podem aumentar a vida útil dos alimentos, desempenhar funções ativas, regular as taxas de troca de oxigênio, e controlar a umidade. Permitem melhorar as qualidades sensoriais e podem desempenhar funções de suporte de nutrientes, além de atuar na preservação de bioativos, elevando sua qualidade e vida útil. Destaca-se, também, que a procura por novas fontes amiláceas vem crescendo, fazendo com que o setor produtivo esteja em busca de novas tecnologias, bem como de amidos naturais com características físico-químicas diferenciadas. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi desenvolver e caracterizar filmes biodegradáveis ativos a partir do amido da semente de jaca (Artocarpus heterophillus Lam.), incorporados do pó da acerola (Malphigia ermaginata), elaborados pelos processos de casting. Nos filmes por casting, as soluções filmogênicas foram elaboradas em concentrações fixas de amido da semente de jaca (4,0%), pó da acerola (0,5% e 1,0%) e glicerol (2,0%). Inicialmente, avaliou-se as características físico-químicas, estruturais e morfológicas do amido da semente de jaca. Posteriormente, após secagem em estufa e liofilização, o resíduo da acerola foi utilizado na elaboração dos filmes biodegradáveis comparando o seu desempenho ativo através das análises de compostos fenólicos e atividade antioxidante. Além disso, os mesmos foram caracterizados quanto à permeabilidade ao vapor de água, solubilidade, umidade, espessura, microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados obtidos mostraram que os filmes tiveram uma espessura razoável variando de 0,083 a 0,136 mm, alta solubilidade (76,7% a 90,9%), baixa permeabilidade ao vapor d’água e nas análises de compostos biativos provou-se que o mesmo apresenta função ativa e que a forma como o resíduo de acerola foi desidratado contribuiu para os resultados dessas metodologias.