Estudo da extração sólido-líquido para tratamento de cascalho de perfuração usando microemulsão
remediação de sólidos, extração sólido-líquido, microemulsão, n-parafina, extração por ultrassom.
O desenvolvimento econômico leva ao aumento do consumo de combustíveis fósseis e, consequentemente, a uma crescente geração de resíduos tóxicos ao meio ambiente. O cascalho de perfuração é um desses resíduos, que além de ser altamente tóxico, devido a presença de n-parafina proveniente do fluido de perfuração a ele adsorvido (resíduo classe I – NBR 10004:2004), é também gerado em grande quantidade. Este estudo apresenta uma alternativa ao tratamento de cascalho de perfuração, utilizado atualmente, usando sistemas microemulsionados, visando a remoção da n-parafina e com isso a redução do impacto ambiental. Para isso foi necessária a otimização da extração sólido-liquido entre os sistemas (solventes) e o cascalho. Foram estudadas as variáveis da extração sólido-líquido (solvente, razão solvente/cascalho, velocidade de agitação e tempo de contato) e também a metodologia de extração por ultrassom, usada como melhor extração possível. Para quantificação dos extratos foram usadas análises por cromatografia gasosa com detector de ionização de chama (CG-FID). Os resultados obtidos mostraram que a microemulsão usando o tensoativo L90 (ADT= 83%, C/T= 16% e FO=1%) obteve melhor desempenho com 55,6 % de extração de n-parafina. No estudo da razão microemulsão/cascalho, a razão igual 1,0 obteve-se melhor resultado (55,39% de extração), visto que usando 2,0 a extração foi de 56,32%. Já no estudo com variação da velocidade de agitação foi identificado que quanto maior a velocidade melhor a extração (56,24%), mas foi identificado que em velocidades de agitação baixas ocorre uma redução da extração (46,12%). No parâmetro tempo de contato também foi encontrado um aumento no percentual de extração com o aumento do tempo, alcançando teores maiores de 80% de extração com tempo de 160 minutos, mas com o tempo de 80 minutos já se alcançou percentual de extração de 76%. Conclui-se assim que o uso de sistemas microemulsionados promoveu o tratamento do cascalho em níveis elevados, por extração química, possibilitando uma alternativa viável para tratamento de resíduo e colocá-lo em níveis de contaminantes aceitáveis (6,9% de fluido retido no cascalho - US EPA, 2000).