"Avaliação de métodos de rompimento celular e de diferentes metais imobilizados em resina Streamline Chelating para purificação do antígeno 503 de Leishmania i. chagasi."
Adsorção em leito expandido, purificação, íon metálico, antígeno 503.
Com o desenvolvimento da indústria biotecnológica, é crescente o interesse por antígenos recombinantes purificados para obtenção de vacinas. Porém, para essa aplicação esses antígenos precisam apresentar um elevado grau de pureza, e por isso é de grande relevância o desenvolvimento de técnicas que permitam a redução do número de operações unitárias necessárias ao processo de purificação, permitindo ainda uma elevada recuperação e proporcionando uma maior economia na obtenção dos bioprodutos. A Adsorção em Leito Expandido (ALE) vem se destacando como uma alternativa propícia para o downstream processing, pois é uma técnica cromatográfica de modo simples e de baixo custo, que integra as etapas de clarificação, concentração, purificação em uma única operação. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar os métodos de rompimento celular e os diferentes metais imobilizados em resina Streamline Chelating para purificação do antígeno 503 de Leishmania i. chagasi, bem como remover os lipopolissacarídeos (endotoxina) liberados durante a etapa de rompimento celular. Primeiramente, foi avaliado qual o melhor método de rompimento celular para obtenção da proteína intracelular. Os rompimentos estudados foram os métodos utilizando lisozima, pérolas de vidro, ureia e EDTA, e estes foram avaliados através de planejamentos experimentais. Em seguida, foram realizados testes de adsorção em batelada, utilizando-se cinco íons metálicos (Cu2+, Ni2+, Zn2+, Co2+ e Fe3+) nas concentrações de 0,1 M, 0,5 M e 0,8 M acoplados na resina Streamline chelating, escolhendo-se o metal que apresentou melhor adsorção do antígeno para os ensaios usando ALE. Por último, foi estimada a quantidade mínima de tensoativo Triton X-114 necessário na etapa de lavagem da ALE para remoção do LPS, a fim de obter-se o antígeno 503 livre desse contaminante. Para os ensaios usando ALE utilizou-se uma coluna de 2,6 cm de diâmetro por 30 cm de altura, acoplada a uma bomba peristáltica. Com os planejamentos experimentais realizados para avaliação do rompimento celular, observou-se que maiores quantidades de proteínas totais e do antígeno 503 liberadas foram obtidas para o método da ureia e que o único fator significativo para esse planejamento foi a concentração, correspondente a 8,0 M. Como resultado para a triagem do íon metálico, o cobre (Cu2+) foi o metal que apresentou maior capacidade de adsorção do antígeno 503, apresentando valores de capacidade de adsorção de 0,102, 0,128 e 0,111 mg/mL de adsorvente para as concentrações de metal de 0,1, 0,5 e 0,8 M, respectivamente. Os resultados mostraram que a aplicação do homogeneizado não clarificado para o leito expandido contendo a resina Streamline chelating acoplada com íon cobre e eluída com 0,6 M de imidazol recuperou apenas 2,1 % do antígeno 503.