"DEGRADAÇÃO FOTOCATALÍTICA OXIDATIVA DO FENOL UTILIZANDO CARVÃO OBTIDO DA PIRÓLISE DE DIFERENTES BIOMASSAS"
Fenol, oxidação fotocatalítica, modelo cinético, catalisador, bio-carvão
O progresso industrial moderno vem incorporando compostos fenólicos entre as impurezas encontradas em solução na água. Por se tratar de uma substância tóxica e cancerígena é imprescindível que a mesma seja reduzida à concentrações toleráveis aos organismos vivos, determinadas pelo CONAMA. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo o tratamento e caracterização de catalisadores oriundos do biocarvão, subproduto da pirólise de biomassa (avelós e pó de madeira), assim como a sua avaliação na degradação fotocatalítica do fenol. Os ensaios foram realizados em um reator leito de lama, com medições instantâneas da temperatura, pH e oxigênio dissolvido. Os experimentos foram realizados nas seguintes condições operacionais: temperatura igual a 50 ºC, vazão de oxigênio igual a 410 mL min-1, volume de solução reagente igual a 3,2 L, pressão de 1 atm, duração de 2 horas. Os parâmetros avaliados foram o pH do meio reacional (3,0; 6,9 e 10,7), concentração inicial de fenol comercial (250, 500 e 1000 ppm), concentração de catalisador (0, 1, 2 e 3 g L-1), natureza do catalisador (CAADCM e CMADCM). Os resultados de FRX, DRX e BET comprovaram a presença de ferro e potássio em quantidades satisfatórias para o catalisador CAADCM e em quantidades reduzidas no catalisador CMADCM, e o aumento da área superficial dos materiais após a ativação química e física. As curvas de degradação do fenol indicam que o pH tem uma influência significativa na conversão do fenol, apresentando melhores resultados para os pH mais reduzidos. A concentração ótima de catalisador observada é igual a 1 g L-1, sugerindo que pouco catalisador é necessário para aumentar a conversão da reação em relação ao ensaio realizado na ausência de catalisador. O aumento da concentração inicial de fenol exerce uma influência negativa na condução da reação, entretanto, uma vez que o fenol está presente em baixas concentrações nos efluentes, esta metodologia se torna desejável frente aos outros métodos mais convencionais. Também foi observado o efeito positivo da presença de ferro e potássio na estrutura do catalisador: obteve-se conversões melhores para os ensaios realizados com o catalisador CAADCM, quando comparado com o catalisador CMADCM nas mesmas condições. A maior conversão foi obtida para o ensaio realizado em pH ácido (3,0), com uma concentração inicial de fenol igual a 250 ppm na presença do catalisador CAADCM a 1 g L-1. As amostras líquidas retiradas a cada 15 minutos foram analisadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência identificando e quantificando a hidroquinona, catecol e ácido maleico. Finalmente um mecanismo do processo reacional foi proposto, considerando que o fenol é transformado em fase homogênea e os demais reagem na superfície do catalisador. Aplicando-se o modelo de Langmuir-Hinshelwood juntamente com um balanço de massa, obteve-se um sistema de equações diferenciais que foram resolvidas utilizando o método de Runge-Kutta de 4ª ordem associado a uma minimização da função objetivo para obtenção e otimização dos parâmetros cinéticos e de adsorção.