"Caracterização e avaliação dos óleos extraídos das sementes de melão amarelo (Cucumis melo) e mangaba (Hancornia speciosa), posibilidade de uso alimentício"
Melão (Cucumis melo) mangaba (Hancornia speciosa) sementes, resíduo, óleo vegetal, antioxidantes.
O Estado do Rio Grande do Norte é um importante produtor de melão e mangaba no Brasil. A polpa dessas frutas é a parte mais consumida pela população e utilizada industrialmente, sendo descartada grande quantidade de outras partes da fruta. Neste trabalho, as sementes de melão e mangaba foram avaliadas por serem exemplos de resíduos descartados e que pode representar uma importante fonte de nutrientes ainda não consumidos pela população. Nesse sentido o objetivo do trabalho foi realizar uma avaliação das sementes de melão e mangaba visando uma possível utilização pela população, nas indústrias de alimentos e indústrias afins. A extração do óleo foi realizada em extrator tipo Soxhlet utilizando hexano como solvente. A composição centesimal das sementes foi feita para a quantificação de fibras, proteínas, lipídios, carboidratos e cinzas. Os óleos obtidos foram caracterizados quanto ao teor de ácidos graxos livres, umidade, índice de acidez, peróxidos, refração, saponificação, perfil lipídico, e teor de compostos fenólicos. Foram ainda realizadas diversas análises físico-químicas, tais como: densidade, viscosidade. Análise da atividade antioxidante dos óleos de semente de melão e mangaba foi feita para verificar as potencialidades em termos de bioatividade. As análises nas sementes indicaram que estas apresentam alto teor de fibras (52,71%; 46,98 %) e proteínas (23,57; 10,14 %) respectivamente para as sementes de melão e mangaba, coerente com o encontrado em sementes similares. O teor lipídico na semente de melão foi de 9,43 % e na semente de mangaba foi de (22,34 %). Os óleos apresentaram características dentro do observado na literatura (10,3 ±0,3 meq/kg para os índices de peróxidos ; 3,49±0,32 e 20,2±0,35 para o índice de acidez ; 11,46±0,04 e 4,55±0,002 % de umidade, 443,75±0,26 e 498,72±0,38 para os índices de saponificação, 1,46 e 1,47 para o índice de refração, e 0,89 e 0,91 g/cm³ para as densidades dos óleos de sementes de melão e mangaba . Com relação as concentrações de ácidos graxos determinados na cromatografia, pode ser destacado a relação entre os saturados/insaturados para o óleo de semente de melão (1/7,81) e para o óleo de semente de mangaba (1/3,66). Os ácidos graxos majoritários presentes no óleo de semente de melão foram o ácido linolelaídico (59,14±0,0591 %) e elaídico (22,95±0,0445 %). Para o óleo de semente mangaba as maiores concentrações foram do ácido oleico (61,1±0,11533 %), seguido do pentadecílico (19,6133±0,829 %). O teor de compostos fenólicos presentes no óleo de semente de melão foi de 455,75 mg/g e para o óleo de semente de mangaba 564,13 mg/g de óleo. Os óleos apresentaram atividade antioxidante em todas as concentrações estudadas (0,5 – 10 mg/ml), para o óleo de semente de melão, quanto maior foi a concentração maior a atividade antioxidante, já para o óleo de sementes de mangaba quanto maior a concentração menor foi a atividade antioxidante.