Formação Continuada em Pensamento Computacional para Professores do Ensino Fundamental: Computação Desplugada nas Práticas Educativas
Formação de Professores, Pensamento Computacional, Computação Desplugada.
Alinhando-se com as tendências mundiais, o Brasil recentemente aprovou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e incluiu 10 competências gerais que os estudantes devem alcançar até a última etapa da Educação Básica. Essas competências gerais estão relacionadas àquelas identificadas no cenário internacional como necessárias à formação dos cidadãos e profissionais do século XXI. Entre essas competências, destacam-se aquelas relacionadas ao Pensamento Computacional, que envolvem o reconhecimento de padrões, abstração, raciocínio lógico, pensamento criativo, todas culminando na capacidade de resolver problemas, que é considerada como uma das habilidades mais importantes no atual contexto social e profissional. Em razão disso, a formação dos estudantes, no cenário social, cultural, profissional e tecnológico da atualidade, exige dos professores novas habilidades e competências profissionais que não lhes foram oportunizadas durante a formação inicial. Portanto, para que os professores estimulem o Pensamento Computacional junto aos estudantes, é necessário formá-los para uma mudança de mentalidade sobre as possibilidades pedagógicas frente às condições de escassez tecnológica em seu ambiente de trabalho, assim como para o conhecimento sobre o que é e como aplicá-lo nos processos de ensino e de aprendizagem. É nesse contexto que este trabalho visa contribuir apresentando um modelo de formação continuada em Pensamento Computacional capaz de estimular nos docentes o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao tema, motivando-os a levar esse conhecimento para os seus alunos por meio de práticas de Computação Desplugada nas escolas. O trabalho sistematizou uma primeira versão do curso de formação continuada em Pensamento Computacional para professores, ocorrido em 2019, em formato presencial, no âmbito do Programa Norte-rio-grandense de Pensamento Computacional, que serviu de pré-teste para avaliar as estratégias, as metodologias e os recursos aplicados a fim de propor melhorias para a construção de um novo modelo de formação. A nova versão do curso foi ministrada em 2020 seguindo o modelo proposto neste trabalho, adaptando-se ao formato on-line devido à realidade imposta pela pandemia da Covid-19. Os resultados obtidos indicam que uma formação com viés prático, que tem foco na aquisição de habilidades e competências, permite desenvolver o potencial esperado para construir uma identidade docente à altura das necessidades contemporâneas da profissão, estimulando a capacidade de resolver problemas e o desenvolvimento do conhecimento pedagógico tecnológico sobre o Pensamento Computacional, o que inclui a curadoria e a criação de materiais relacionados ao tema, assim como a aplicação de práticas educativas nas escolas da rede de ensino. Além disso, comparando as duas edições do curso foi possível constatar que a oferta presencial ajudou na execução de atividades práticas e colaborativas, mas teve impacto negativo na rotina dos professores pela necessidade de deslocamento até a unidade de formação. Por outro lado, a oferta on-line garantiu maior adesão e participação dos professores, porém dificultou a aplicação da avaliação em pares.