NANOENCAPSULAMENTO DE HEXAPEPTÍDEO BIOATIVO COM BIOPOLÍMERO TÊXTIL PARA APLICAÇÃO DERMOCOSMÉTICA
Palavras-chaves: Nanobiotecnologia. Fibroína da seda. Nanocápsulas. Acetil Hexapeptídeo, Nanocosméticos. Fibra Têxtil.
A utilização dos biopolímeros derivados de fibras têxteis em complexos nanoestruturados para veicular a administração e liberação controlada de fármacos vem emergindo em diversas áreas da tecnologia. Na área cosmética, o uso de nanocápsulas como agente encapsulante de moléculas ativas tem como vantagem a proteção contra oxidação, fotólise e hidrólise, melhor permeação cutânea, aumento do prazo de validade, liberação controlada, diminuição de irritação na pele, melhora da biodisponibilidade, direcionamento do fármaco para a derme, dentre outros. A fibroína extraída da fibra da seda é um promissor biopolímero para aplicação na área biomédica devido suas caraterísticas de biocompatilidade, biodegradabilidade, não toxicidade e a resistência microbiana. Acetil hexapeptídeo-8 ou acetil hexapeptídeo-3, comercialmente conhecido como Argireline® é uma macromolécula sintética desenvolvida para mimetizar a toxina botulínica na redução de rugas e linhas de expressão. O hexapeptídeo possui um elevado peso molecular e tem característica hidrofílica, o que dificulta a permeação para as camadas mais profundas da pele, se aglomerando apenas na superfície do estrato córneo. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um nanovetor para a molécula do acetil hexapeptídeo utilizando a fibroína da seda como agente encapsulante, para potencial aplicação em formulações dermocosméticas de uso tópico que permita a liberação controlada da droga em uma camada profunda da pele. As nanocápsulas foram preparadas pelo método de dessolvatação com nanoprecipitação em diferentes concentrações. As nanopartículas foram analisadas quanto sua morfologia, tamanho, eficiência de encapsulamento, liberação do ativo e citotoxicidade, utilizando as técnicas espalhamento dinâmico de luz (DLS), potencial zeta, microscopia eletrônica de varredura com efeito de campo (MEV-FEG), espectroscopia de absorção no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), viabilidade celular e liberação controlada in vitro. As nanopartículas obtidas tiveram diâmetros entre 70 e 150 nm, com morfologia esférica. Os resultados de FTIR demonstraram a presença do fármaco no nanossistema . As nanopartículas carregadas não apresentaram citotoxicidade em concentrações de 0,1 mg/ml e 0,05 mg/ml, tornando-se viável a aplicação no tecido epitelial.