ARQUITETURA RURAL DO BREJO PARAIBANO: TERRITÓRIO, ESPAÇO E COTIDIANO
Construções Rurais; Ciclos Econômicos; Brejo Paraibano; Fenomenologia.
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Ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX, o Brejo Paraibano passou por sucessivas transformações, impulsionadas principalmente de sua inserção em distintos sistemas produtivos voltados à exploração dos recursos naturais e à adoção de ciclos agrícolas considerados mais vantajosos em cada período. Nesse cenário, as dinâmicas do espaço rural foram decisivas na conformação das estruturas fundiárias, enquanto, no campo da arquitetura, o acúmulo de capital gerado pelas lavouras possibilitou o surgimento de uma aristocracia rural que buscava expressar, em seus modos de vida e de maneira particular nas casas-sede, os códigos culturais e simbólicos da burguesia. Diante disso, propõe-se aprofundar a investigação sobre alguns remanescentes da arquitetura rural do Brejo Paraibano, com o objetivo de compreender e discutir as percepções dos moradores rurais. Além disso, busca-se analisar as dinâmicas cotidianas e as relações socioculturais que se estabelecem nesses espaços, compreendendo-os como loci de memória e pertencimento no contexto da arquitetura rural. Para tanto, os procedimentos metodológicos foram elaborados com base em quatro frentes principais: levantamento bibliográfico e documental, pesquisa de campo, entrevistas e leitura fenomenológica. De modo geral, o desenvolvimento do estudo e os resultados obtidos até o momento foram organizados em três eixos temáticos: a) O Brejo Paraibano: trajetórias históricas, dinâmicas econômicas e formações socioculturais; b) Arquitetura Rural do Brejo Paraibano; e c) Fenomenologia: conceitos e tipos. Espera-se, assim, que o estudo ofereça uma contribuição relevante tanto para a valorização dos conjuntos edificados quanto para o campo da fenomenologia, entendendo ambos como instrumentos fundamentais na preservação da memória, na produção de conhecimento e na valorização da multiplicidade de histórias.