Simulação in situ para o treinamento de Suporte Básico de Vida no contexto da Atenção Básica: estudo piloto
Simulação Clínica. Simulação in situ. Urgência e Emergência. Ensino em Saúde. Atenção Primária à Saúde.
O presente estudo teve por objetivo geral capacitar profissionais de saúde em Suporte Básico de Vida (SBV) e analisar o método da simulação in situ enquanto estratégia de educação em saúde em tópicos de urgência e emergência no contexto da Atenção Básica (AB). Trata-se de uma pesquisa-ação. Seguiu-se as seguintes etapas: diagnóstico situacional, planejamento, intervenção, análise dos dados, e divulgação dos resultados. No diagnóstico situacional, foi realizado o mapeamento e caracterização dos recursos estruturais, materiais e humanos da Unidade Básica de Saúde local do estudo. Para tanto, utilizou-se como documentos oficiais a Avaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ) e o manual de estrutura física das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Para a caracterização sociodemográfica, os participantes preencheram uma ficha de identificação. Foram planejadas e executadas aula expositiva, treino de habilidades, sessão de simulação in situ. E, de forma complementar, sessões de simulação clínica. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 5.163.206; CAAE: 54027521.7.0000.5568. A análise qualitativa deu-se por meio do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Após traçar o diagnóstico situacional da UBS local do estudo, foi possível identificar que sua estrutura difere, parcialmente, do que é preconizado nos documentos oficiais do Ministério da Saúde. Quanto aos materiais, equipamentos e insumos para o atendimento de urgências e emergências na AB foi possível identificar que itens, decisivos para um atendimento dessa natureza, não estavam disponíveis até o momento da coleta de dados, não atendendo ao que é preconizado pela Política Nacional de Urgência e Emergência. A maioria dos participantes são do sexo feminino (75,0%), com idade média de 41 anos, agentes comunitários de saúde (25,0%), com tempo de formação profissional médio de 7,3 anos, e tempo de atuação profissional de 8 anos. A maioria não possuía formação em SBV (66,7%) e em urgência e emergência (66,7%). Em relação a autoconfiança para atuação em emergências, foi possível identificar que os participantes, no pós-teste, melhoraram o padrão de resposta, atribuindo maiores scores de autoconfiança para atuação em emergência. Foi identificado também as contribuições do método simulação in situ para a formação em SBV, as fragilidades e as potencialidades. Espera-se que o trabalho contribua para melhoria da qualidade assistência da população local.