RELAÇÃO ENTRE O AUTORRELATO DE SAÚDE E O DESEMPENHO FÍSICO EM MULHERES DE MEIA-IDADE E IDOSAS: UM BASEADO NA COMUNIDADE NO NORDESTE DO BRASIL
Epidemiologia, força muscular, equilíbrio postural, envelhecimento, mulheres.
Introdução: O autorrelato de saúde (ARS) é uma das medidas de resultados mais utilizadas na epidemiologia social, pesquisas em saúde pública e prática clínica, e tem sido associado à morbidade e mortalidade em diferentes populações. As medidas de desempenho físico são amplamente determinadas por funções fisiológicas que tipicamente diminuem com a idade. Algumas evidências mostram que o ARS esta associado a medidas objetivas de desempenho físico, porém, estudos que investigam a associação em populações de renda média e baixa são raros, principalmente para populações de meia-idade. Objetivo: Verificar a relação entre o ARS e as medidas de desempenho físico, através dos testes que avaliam força de membros superiores e inferiores, em mulheres de meia-idade e idosas de uma localidade de baixa renda do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal composto por 571 mulheres de meia-idade (40-59 anos) e idosas (60-80 anos) residentes dos municípios de Parnamirim e Santa Cruz, Rio Grande do Norte. As participantes que avaliaram o seu estado de saúde em “excelente”, “muito bom” ou “bom” foram alocadas no grupo “ARS bom”, e aquelas que relataram sua saúde como “mais ou menos” ou “ruim” compuseram o grupo “ARS ruim”. A avaliação do desempenho físico foi commposta por 5 testes: força de preensão palmar, força de extensão de joelho, equilíbrio unipodal com olhos abertos e fechados e teste de sentar-levantar. A relação entre o ARS e o desempenho físico para as mulheres de meia-idade e idosas foi avaliada por meio de regressão linear múltipla ajustada pelas covariáveis (idade, escolaridade, renda, IMC, atividade física, comorbidades, status menopausal e história reprodutiva). Resultados: Mulheres de meia-idade do grupo ARS bom apresentaram melhor desempenho médio, tendo maior força de preensão manual (β= 1,927, p<0,001), maior força de extensão do joelho (β= 2,714, p=0,001), melhor equilíbrio unipodal com olhos abertos (β= 2,730, p 0,001) e olhos fechados (β= 1,366, p= 0,037) e foram mais rápidas no teste de sentar-levantar (β= -0,766, p= 0,003) que as que relataram saúde como “ruim”. Para as mulheres idosas, apenas o teste de extensão do joelho foi significativamente diferente em relação ao ARS, onde as mulheres do grupo ARS bom apresentaram-se mais fortes (β= 3,465, p= 0,007).