REPERCUSSÃO E IMPACTO DA PRÁTICA DO CICLISMO E DO CROSSFIT NA FUNÇÃO SEXUAL DE MULHERES
Distúrbios do Assoalho Pélvico, Sexualidade, Exercício
Os músculos do assoalho pélvico têm como função sustentar os órgãos pélvicos, manter a continência de esfíncteres para o trato urinário inferior e anorretal, e como um efetor na resposta de excitação sexual. Os efeitos da atividade física vem sendo associado às disfunções do assoalho pélvico. Com isso, o objetivo do estudo foi avaliar a repercussão do ciclismo e da prática esportiva do Crossfit na função sexual de mulheres. Trata-se de um estudo do tipo transversal e descritivo, com abordagem quantitativa, realizado em território nacional, com início após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Para o recrutamento das participantes foi enviado o link de acesso ao formulário da pesquisa via Google Forms. A amostra foi não probabilística, por conveniência. Foi aplicado os questionários para avaliação da função sexual, do nível de atividade física e qualidade de vida através do Questionário Female Sexual Function Index (FSFI), Questionário Internacional de Atividade física (IPAQ), e PFDI 20. Participaram da pesquisa 143 mulheres, sendo excluídas 47 por não se adequarem aos critérios de inclusão já descritos. Restando um total de 96 mulheres, sendo 32 praticantes de Crossfit (G1), 32 ciclistas (G2) e 32 sedentárias (GC). Todos os grupos apresentaram disfunção sexual, grupo Crossfit e Ciclismo correspondente a 81,2% e no grupo de sedentária 65,6%, com o domínio da satisfação o mais afetado em todos os grupos (G1 = 2,4; G2 = 2,4; GC = 2,6). Houve diferença intergrupo no domínio FSFI desejo (p = 0,043), sendo que o GC apresentava mais impacto no domínio desejo do que o grupo Crossfit (p=0,014). Também foi verificada diferença intergrupo no domínio FSFI – Dor (p=0,012), em que o GC teve um maior comprometimento neste domínio do que o Grupo Crossfit (p=0,033) e Ciclistas (p=0,007). Com relação a análise do IPAQ, os grupos G1 e G2 foram classificados como muito ativos no nível de atividade física, e o GC como ativo, havendo diferenças estatísticas entre os GC e Grupo Crossfit (p=0,000) e GC e Grupo Ciclistas (p=0,000). Pode-se concluir, por meio da amostra deste estudo, que em todos os grupos as mulheres apresentaram disfunções sexuais. Sendo a mais evidente disfunções de desejo e dor. As mulheres sedentárias apresentaram maior comprometimento no domínio dor e desejo quando comparadas com o Grupo Crossfit, e também apresentaram maior impacto no domínio dor quando comparadas aos grupos Crossfit e Ciclismo.