A Química desempenha um papel crucial no currículo do Ensino Médio, apresentando uma importante relevância na sociedade atual. Entretanto, é comum encontrar alunos que enfrentam dificuldades para compreender os conteúdos, especialmente no que se refere a Química Orgânica. Nesse contexto, a teoria da aprendizagem pelo erro tem se destacado como uma alternativa viável para aprimorar o desempenho dos estudantes nessa disciplina. Fundamentada nessa teoria, o presente estudo tem como objetivo analisar a aplicação da aprendizagem por erros no ensino da Química Orgânica, utilizando um quiz educacional com foco em habilidades pré-determinadas a turmas 3ª séries do ensino médio em uma escola pública estadual. Espera-se contribuir, assim, para o aprimoramento das estratégias pedagógicas dos professores de Química, fornecer os recursos que possibilitam direcionar o desenvolvimento de métodos de ensino mais centrados na metodologia da aprendizagem por erros e na teoria da aprendizagem significativa. A escolha desse tema é justificada pela necessidade de buscar soluções para as dificuldades enfrentadas pelos alunos na compreensão da Química Orgânica, bem como pela importância do Enem como uma forma de avaliar o aprendizado dos estudantes. A questão de pesquisa que norteia este estudo é: o uso de um quiz, baseado nas questões do ENEM, poderá desenvolver a aprendizagem pelo erro no estudo de Química Orgânica? Espera-se que, por meio desse questionário, os alunos possam identificar os fatores que levam ao surgimento de erros e utilizar esse processo como uma ferramenta para a aprendizagem. O produto educacional será constituído de um jogo no formado de quiz e um manual para auxiliar o professor na análise dos padrões de respostas e trabalhar os erros observados dos estudantes e suas justificativas.

O acréscimo significativo de publicações sobre Realidade Aumentada (RA) no ensino de Química, principalmente nos anos de 2019 a 2022 tem chamado atenção. A facilidade do manuseio por parte dos estudantes, ubiquidade e mobilidade pode ser um fator que explique essa difusão, bem como o contexto pandêmico. Nesse sentido, este trabalho de pesquisa objetivou a produção de uma sequência de atividades, como proposta de Produto Educacional para a abordagem de aspectos do conteúdo de Reações Químicas no Ensino   Médio,   utilizando   a   realidade   aumentada.   O   foco   da   investigação   foi   analisar   barreiras   e potencialidades da proposta, a partir das percepções dos estudantes participantes da pesquisa e de como os significados sobre esse conteúdo puderam ser mobilizados por estes no contexto das atividades em torno do uso da ferramenta. A etapa de coleta de dados empíricos foi realizada em uma turma de primeira série do ensino médio  de uma escola pública situada na  cidade do Natal-RN. Para o levantamento de dados foi utilizado diário de campo, gravações de áudio e das produções escritas ao longo das atividades da sequência. A análise dessas informações considerou aportes teórico-metodológicos da abordagem qualitativa. Os resultados evidenciaram inicialmente a emergência de distintos significados e expressões dos estudantes acerca do conteúdo objeto do conhecimento, favorecendo a sondagem de ideias prévias que contribuiram para o planejamento docente. Foram observadas também a geração de novas formas de interação entre os discentes e o professor, e entre os próprios discentes, no contexto das atividades, propiciando novas formas de visualização, descrições e interpretações de evidências de fenômenos químicos. Isso pode ter contribuído para fomentar questionamentos e reflexões associados ao entendimento dos modelos e dos níveis de conhecimento químico, que possivelmente não seriam suscitadas em aulas convencionais. A estratégia pode ser  útil enquanto  proposta  didática, apontando  possibilidades  ao  professor de  aguçar sua criatividade e direcionando-o a um planejamento articulado, dinâmico e mais bem fundamentado.

Pensar o processo de ensino-aprendizagem na conjuntura atual da educação brasileira, em especial o ensino de química, apresenta-se como um grande desafio. As constantes transformações na sociedade ocasionam mudanças significativas nas relações sociais, políticas, culturais e pessoais dos sujeitos que a compõem. Essas relações exigem indivíduos críticos, reflexivos e criativos. Dessa forma, faz-se necessário que o professor utilize metodologias ativas que facilitem a construção de competências e de habilidades necessárias aos estudantes para a compreensão do ambiente em que está inserido e dos fenômenos que acontecem em seu dia a dia. Nesta perspectiva, a pedagogia de projetos surge como possibilidade capaz de proporcionar a construção de conhecimentos a partir de temas atuais e do cotidiano dos alunos. Em vista disso, nos orientamos pela seguinte questão de pesquisa: como a temática do lixo desenvolvida a partir da Pedagogia de Projetos pode contribuir para a ressignificação de conhecimentos em aulas de ciências no ensino fundamental? A partir daí, o objetivo deste trabalho é desenvolver, aplicar e avaliar um projeto que possibilite ao estudante situações que estimulem a reflexão e o protagonismo. Para isso, foi produzido um projeto escolar baseado na Pedagogia de Projetos, pautado em proporcionar momentos de problematização, discussão, experimentação e aplicação dos conhecimentos construídos a partir da temática “lixo: da produção ao descarte”. A aplicação desta pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal no interior do estado do Rio Grande do Norte com alunos do sexto ano do ensino fundamental. A coleta de dados foi feita através de gravações de áudio e vídeo durante a aplicação do projeto escolar e com a utilização de questionários e entrevistas aplicados em momentos específicos. Como resultado, alcançamos a melhoria do processo de ensino-aprendizagem dos conceitos de transformações químicas e físicas, substâncias e misturas homogêneas e heterogêneas e durante o desenvolvimento do projeto e identificamos uma evolução na postura e na participação dos estudantes perante a ressignificação do conhecimento científico. O projeto escolar aplicado serviu como base para a elaboração do produto educacional e foi divulgado em forma de guia didático digital tendo a finalidade de servir como recurso para auxiliar professores de ciências a recontextualizarem a metodologia dentro de suas realidades escolares. Concluímos que a Pedagogia de Projetos viabiliza o processo de ensino/aprendizagem de forma colaborativa, capaz de estabelecer conexões com a realidade e proporcionando a aplicação do conhecimento.

No processo de ensino e aprendizagem da química é observado vária dificuldades de entendimento por parte dos estudantes relacionadas ao conteúdo de estequiometria. Dentre elas a falta de compreensão quanto à representação dos três níveis de conhecimento da matéria para expressar simbolicamente a ocorrência de uma reação química, as relações de proporcionalidade entre reagentes e produtos e o reconhecimento de diferentes fases da matéria em um sistema reacional, exigindo dos estudantes elevado nível de abstração do conteúdo para entendimento  de  um  sistema  ou  fenômeno  reacional  ilustrando  como  ocorre  uma  reação química. Neste trabalho foi desenvolvido um equipamento protótipo de reator hermético com a plataforma arduino (PRHA) subdividida em duas etapas, construção de hardware, software e testes do dispositivo (E1); e aplicação em sala de aula (E2), segmentada em seis momentos alocadas em cinco encontros: encontro inicial, identificação de ideias prévias (M1); segundo encontro, aula instrucional e utilização de modelos bola-bastão sobre proporção química (M2); terceiro  encontro,  aula  instrucional    e  utilização  de  modelos  bola-bastão  sobre  reagente limitante e em excesso (M3) e aplicação do RHA (M5); quarto encontro, aplicação do PRHA (M4) e discussão acerca dos conceitos proporção, produto, reagente, expressão química; quinto encontro, segunda aplicação do PRHA (M4) abordando conceitos como reagente limitante e em excesso, expressão química e reação química, finalizando com uma pergunta sobre a aplicação do PRHA e as possibilidades de aprendizagem que os estudantes puderam desenvolver (M6). A proposta foi aplicada para vinte (20) estudantes do 2º ano do ensino médio do Instituto de Educação do Ceará, na cidade de Fortaleza-CE. Os resultados da E1 estão relacionados aos testes feitos com o RHA, são eles: necessidade de seguir as informações da folha de dados do sensor, diminuição do tempo de reação devido ao aumento da superfície de contato, variação instável da concentração de gás detectada no PRHA, e possibilidade de troca de massa externa ao sistema. Na etapa de aplicação, os estudantes apresentaram dificuldades para conceituar reação química, utilizar a simbologia química bem como utilizar o algoritmo matemático de proporção, também foram elencadas concepções alternativas descritas anteriormente na literatura, como a ideia de reagente ativo e passivo e processo de dissolução como sinônimo de reação química, nas explicações dos estudantes prevaleceu o nível macroscópico, mesmo após instrução com modelos submicroscópico bola-bastão. O manejo e aplicação do PRHA pelos estudantes se configurou como um importante momento de discussão sobre o fenômeno em estudo, mas ainda assim, diante do pequeno tempo em que o PRHA foi utilizado, os estudantes deixaram prevalecer o nível macroscópico em detrimento aos demais níveis de representação do conhecimento químico proposto por Johstone (1981).

Neste trabalho foi desenvolvido um protótipo denominado “Modelo Molecular Magnético” produzido a partir de esferas plásticas em impressoras 3D com ímãs inseridos internamente dentro de cada esfera para simular as forças atrativas que há entre átomos na formação de uma ligação covalente. O material foi pensado no intuito de minimizar dificuldades de aprendizagem relativo ao entendimento de formação das ligações covalentes entre os átomos, as quais normalmente os estudantes não entendem que há forças atrativas e repulsivas na formação da ligação. Para pensar na produção foi realizado uma investigação em diferentes livros didáticos de Química, seja do nível superior ou do nível médio, que presentes no Plano Nacional do Livro Didático (2007), para identificar a maior frequência de exemplos de moléculas que formam ligações covalentes, tais como, ácido clorídrico, água e dióxido de carbono que aparecem nos livros com bastante frequência. Após essa etapa, o produto educacional foi aplicado a 13 professores de Química em formação inicial e continuada em forma de minicurso. Como primeiro resultado foi possível constatar a aceitação do uso do modelo pelos participantes que afirmaram que a partir do modelo é possível trabalhar conceitos relacionados às ligações químicas, tais como geometria molecular, eletronegatividade e as diferentes ligações que ocorrem entre os átomos. Ainda como principal resultado, os participantes levantaram que a percepção de forma sensorial sobre as forças atrativas e repulsivas existentes entre as espécies químicas ora não apresentados em outros modelos químicos presente no mercado comercial atual é um fator de destaque para o uso desse recurso na sala de aula da Educação Básica.

Dois dos desafios do professor no atual cenário da educação básica é o construtivismo humano e a aprendizagem significativa. Nessa perspectiva, explorar aspectos relacionados a cultura visual pop (filmes, histórias em quadrinhos, desenhos animados, animes, internet, etc.) a que os alunos atuais estão constantemente expostos é uma alternativa no processo de ensino e aprendizagem. É relevante ressaltar que filmes, histórias em quadrinhos e animes, por exemplo, que fazem parte do contexto dos jovens da geração Z, podem não produzir conhecimento científico, mas são capazes de transmitir informações e podem ser considerados como uma ferramenta com grande potencial a ser explorado na educação. Neste sentido, os objetivos devem ser bem planejados, avaliados e previamente estabelecidos. Um anime pode marcar a vida dos jovens pela sua história, mensagens transmitidas e pela trilha sonora. Com isso, é possível ser usado como ponto de partida para discussões futuras, funcionando como um organizador prévio do conhecimento. Além disso, tem potencial para criar situações reais ou fictícias de aplicação conceitual. Apesar da popularidade de sagas famosas como Pokémon, Digimon, Dragon ball Z, entre outras, poucos são os relatos da descrição e potencialidade de sua aplicação em sala de aula. Desse modo, a proposta busca quebrar uma das barreiras invisíveis que cerca a inserção de novas estratégias no ensino, para potencializar a participação dos indivíduos e o significado de sua aprendizagem. Nesse sentido, a pesquisa busca responder à questão: “Quais são as contribuições da utilização do 4º episódio de Dr. Stone e do 1º de AniQuimera no processo de aprendizagem significativa em transformações estudadas no ensino médio de química?”. A proposta qualitativa e indutiva foi desenvolvida no Colégio de Nossa Senhora do Carmo, na Cidade de Nova Cruz, com 28 alunos da 1ª série do Ensino Médio, com 14 e 15 anos. Nesse contexto, a discussão do anime ocorreu após sua exposição, de forma coletiva e direcionada, para que seja possível focar em todos os pontos previamente estabelecidos para aula. Em seguida, com foco na Cultura Popular e Visual, um produto educacional foi construído de forma colaborativa pelos alunos e pelo professor, em formato Webtoon denominado AniQuimera, abordando conceitos de transformação da matéria nas diferentes formas da linguagem do referido gênero, acessível ao público e aos professores de química. Por fim, para os dois episódios dos animes, os alunos foram solicitados a construir mapas mentais para inferir as contribuições das ferramentas para a aprendizagem significativa. Após analisar os mapas mentais, inferiu-se que o uso de animes como ponto de partida para discussões e organizadores de avanço mostrou-se uma ferramenta potencial para a aprendizagem significativa de forma humanizada e construtivista. É possível perceber, na maioria das produções, as relações entre os conceitos, as cenas (ilustradas por imagens), o cotidiano e as vivências dos alunos. Além disso, os estudantes concordaram que a utilização da proposta serviu para deixar as aulas mais atrativas. Nesse contexto, é relevante ressaltar que o anime por si só pode não garantir uma aprendizagem significativa, mas a discussão que é levantada após a exposição dos episódios e a construção do produto educacional logra ter um grande potencial nesse processo, contribuindo na visualização de aspectos incialmente não observados no desenvolvimento dos conceitos. O Produto Educacional AniQuimera foi disponibilizado na rede nas versões em português, inglês e espanhol, tendo mais de mil acessos e avaliação 10 estrelas, validado com sua aplicação para 88 estudantes, sendo 38 do 9º ano, 24 da 2ª série e 26 da 3ª série.

Tem sido notório o grande avanço tecnológico nas últimas décadas, este sem dúvidas tem contribuído de forma bastante acentuada para o processo de ensino-aprendizagem, onde um dos grandes fatores para tal ocorrência é a utilização das tecnologias de comunicação e informação (TICs). A Química é mencionada como uma disciplina difícil, por conter muitas fórmulas e equações, o que por vezes ocasiona desinteresse por parte dos estudantes. No tocante ao conteúdo de modelos atômicos, o mesmo muitas vezes é trabalhado de forma meramente expositiva, o que leva o aluno simplesmente a “decorar” as ideias centrais sobre os diferentes modelos. Devido à pandemia da covid-19, o ano de 2020 foi atípico, e os alunos passaram a acompanhar suas aulas no formato remoto. Ao trabalhar os modelos atômicos, foi possível observar uma dificuldade maior para assimilar tal conteúdo, uma vez que a interação se dava apenas por meio da postagem do material de estudo nos grupos de WhatsApp das turmas. A realização desse trabalho justifica-se na tentativa de dirimir essas dificuldades encontradas pelos alunos acerca dos modelos atômicos, fazendo uso de TICs a fim de tornar tal conteúdo menos abstrato e/ou mais atrativo. Dessa maneira o presente trabalho visa contribuir para uma melhoria do processo de ensino e aprendizagem sobre modelos atômicos, por meio da utilização do simulador Physics Education Technology (Phet). A pesquisa foi realizada com 45 alunos de uma turma do 1º ano do ensino médio de uma escola pública do município de Boa Viagem-CE. A utilização do (PhET), foi a estratégia utilizada como alternativa para auxiliar a execução da pesquisa. Nesse contexto foi realizada uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa baseada nos pressupostos da aprendizagem significativa por meio das TICs, onde para a coleta dos dados foram utilizados questionários, os quais versaram sobre os conhecimentos prévios dos discentes e os novos saberes obtidos após a utilização das simulações contidas no PhET sobre os modelos atômicos. Através desse feedback foi realizada uma análise de conteúdo, onde através dos dados obtidos foi construída uma cartilha para a utilização do simulador Phet para trabalhar os modelos atômicos como produto educacional, a qual tem como público-alvo professores de Química.

Atualmente, se faz necessário no ambiente escolar, a implementação de estratégias que facilitem o desenvolvimento de competências sociais. A aprendizagem cooperativa em seu método Jigsaw é uma metodologia ativa baseada na participação coletiva e ativa dos estudantes, aplicada geralmente para pequenos grupos, de forma a possibilitar o desenvolvimento cognitivo, através da troca de informações, e das habilidades sociais cooperativas. Neste sentido, foi desenvolvida uma sequência didático-pedagógica utilizando o método Jigsaw, em uma turma de 3º ano do ensino médio de uma escola pública de Fortaleza-CE, de maneira a favorecer o desenvolvimento visuoespacial de moléculas no estudo de estereoisômeros, concomitantemente com o desenvolvimento de habilidades sociais. Como referenciais teóricos, utilizamos resultados de pesquisas sobre aprendizagem cooperativa e de aplicação do método Jigsaw, alguns pressupostos da teoria sociointeracionista de Vygotsky e as dificuldades no ensino de estereoisômeros. Para coleta de dados qualitativos da pesquisa, foram aplicados: protocolo de observação, gravação de vídeo, atividades presenciais e virtuais e questionários avaliativos. O percurso metodológico foi desenvolvido em quatro etapas: a primeira foi a atividade virtual sobre aprendizagem cooperativa e método Jigsaw; a segunda consistiu na aplicação do método Jigsaw e construção de modelos moleculares; a terceira referiu-se a aplicação de questionário avaliativo e avaliação pedagógica coletiva; a última diz respeito a aplicação da avaliação pedagógica individual e questionários de processamento de grupo e avaliação da metodologia, em escala Likert. Com a aplicação do método Jigsaw percebeu-se que os alunos trabalharam de forma coletiva, solidária, colaborativa e ativa, interagindo e compartilhando suas ideias, desenvolvendo habilidades sociais e visuoespaciais a partir da construção de modelos moleculares, contribuindo significativamente para o processo de ensino e aprendizagem. Os resultados, obtidos através de questionários, revelaram que o método Jigsaw facilita o aprendizado dos estudantes e execução de atividades, favorecendo a participação ativa dos educandos. O Produto Educacional foi elaborado, na forma de cartilha, para ser utilizado por professores do Ensino Básico.

Para que a compreensão da Química possa contribuir de forma significativa no processo ensino-aprendizagem, é preciso que o educador disponha, além da abordagem pragmática, de outras ferramentas pedagógicas. Pesquisadores em educação afirmam que a utilização da experimentação e da mídia audiovisual são estratégias de importante impacto nesse processo. Isso é promovido pelo interesse dos estudantes em experimentarem, na prática, os conceitos teóricos e de poderem utilizar tecnológias digitais das quais naturalmente têm algum domínio. Assim, a diversificação no ensino de Química auxilia minimizar de forma apreciável a heterogeneidade geralmente observada em sala de aula, melhorando a participação e desenvolvendo o conhecimento monitorado por um processo avaliativo contínuo. O presente trabalho, apoiado no socioconstrutivismo e em referências direcionadas à prática avaliativa, tem como objetivo analisar a contribuição da experimentação, juntamente à produção de vídeos, no ensino de termoquímica. O produto educacional foca em orientações didáticas para professores do ensino médio, utilizando um novo aplicativo, desenvolvido neste trabalho. Os participantes dessa pesquisa são estudantes de uma turma de 2ª série do ensino médio técnico da Escola de Educação Profissional Prof. Walquer Cavalcante Maia, localizada no município de Russas-CE. A execução da pesquisa ocorreu numa sequência de sete encontros, que envolveram três etapas. Sendo a primeira etapa caracterizada pelos encontros que envolveram a introdução contextualizada, experimentação ilustrativa em sala, exposição dialogada dos conceitos, resolução e correção de atividades. Na segunda etapa ocorreram os encontros para a experimentação, produção audiovisual pelos alunos e a mediação envolvendo a análise dos vídeos produzidos. A terceira etapa é formada por um encontro para exibição dos vídeos e posterior discursão acerca dos experimentos e o último encontro foi para realizar avaliação da temática estudada e da proposta de ensino aplicada. A metodologia vem se mostrando promissora, verificando-se na avaliação da proposta de ensino, que um percentual de 73 % concorda fortemente que a experimentação foi um recurso importante no desenvolvimento do conhecimento científico. Na perspectiva de utilização da mídia audiovisual, 67,3 % concordaram fortemente que houve contribuição significativa para compreensão do conteúdo. Sobre a discussão após exibição dos vídeos, 78,4 % concordaram fortemente que esta foi importante para fortalecer os conhecimentos adquiridos durante o processo. Em uma visão preliminar, das análises das respostas nos vídeos e na discussão, há forte indicativo de um progresso no desenvolvimento e contribuição para aprendizagem.

Elaborar arranjos eletrônicos de espécies atômicas e iônicas, bem como conhecer as razões determinantes dessas configurações, é de fundamental importância para compreender e explicar alguns fenômenos, assim como para fazer previsões sobre propriedades de elementos químicos. Tradicionalmente, esse tópico tem sido abordado em livros didáticos de química fazendo-se uso do diagrama de distribuição eletrônica de Linus Pauling. Apesar da simplicidade e vantagens desse diagrama para a distribuição de elétrons de átomos e íons, tal modelo apresenta algumas limitações quando buscamos representar as configurações eletrônicas de cerca de 20% dos elementos químicos; no caso dos íons desses elementos, as dificuldades ficam ainda mais evidentes. Considerando essa problemática, o presente trabalho realizou um estudo sobre o uso dos diagramas desenvolvidos por Rich e Suter (1988) para a abordagem das configurações eletrônicas de espécies químicas no contexto do ensino e aprendizagem. Para isso, foi planejada e aplicada uma sequência didática que contou com a participação de estudantes do curso de licenciatura em química da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), no município de Mossoró-RN. O objetivo deste trabalho se concentrou em analisar o uso desses diagramas no processo de ensino e aprendizagem de configurações eletrônicas dos elementos de transição, no contexto da referida sequência didática. A pesquisa tem natureza qualitativa e pode ser classificada como do tipo exploratória. Para o registro e coleta de dados, foram utilizados um questionário, uma prova pedagógica, notas de campo e captação em áudio de interações discursivas durante as atividades da sequência. Os resultados sugerem que o uso dos diagramas de Rich e Suter (1988) articulados à abordagem de aspectos fenomenológicos e submicroscópicos do conhecimento químico no contexto da sequência didática desenvolvida foi útil em favorecer e ampliar os conhecimentos dos estudantes quanto às configurações eletrônicas dos átomos e íons. Com base nas observações feitas neste trabalho, foi elaborado um produto acadêmico constituído por um material didático no formato de cartilha como sugestão para a abordagem desse tema no ensino e aprendizagem de química.

A ocorrência de dificuldades no aprendizado das Ciências Naturais por parte de muitos estudantes é fato comum e até justificável, tendo em vista as diversas teorias, conceitos e nomenclaturas abordados no estudo de muitas das áreas destas ciências, que não fazem parte de suas vivências diárias. No campo da química, por exemplo, é necessário que se busque recursos didáticos que contribuam para dinamizar o ensino, possibilitando uma melhor aprendizagem dos assuntos abordados. Neste contexto é que este trabalho foi realizado, tendo como objetivo elaborar e avaliar a aplicação de uma sequência didática orientada à abordagem de conteúdos sobre elementos e propriedades químicas relacionados à tabela periódica. As estratégias didáticas da sequência consistiram de atividades diversificadas, planejadas para explorar aspectos teóricos e práticos dos conteúdos apontados. O trabalho foi desenvolvido com 35 alunos da 1ª série “A” do ensino médio, turno matutino, da Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim, Caicó-RN. A aplicação da sequência didática foi organizada em seis blocos com duas aulas conjugadas, constituindo um total de doze aulas. Cada bloco foi dividido em três partes, proporcionando aos alunos atividades variadas, articuladas a aulas expositivas convencionais. Para a coletas de dados sobre a experiência utilizamos um questionário inicial com perguntas abertas, além dos registros produzidos pelos estudantes ao longo de todas as etapas da sequência didática, que incluiu o uso de um vídeo da plataforma “Youtube”, um jogo de perguntas e resposta em um aplicativo para celular e as cartas do jogo “Periodic Cards”. O tratamento dessas informações foi conduzido pela busca de indícios de contribuições da proposta em favorecer curiosidade e engajamento dos estudantes na aprendizagem de conteúdos abordados na sequência didática. Ao final do processo, os alunos responderam outro questionário para avaliar as etapas e manifestarem suas percepções sobre o desenvolvimento metodológico aplicado. Os resultados sugerem um potencial pedagógico das atividades para a mobilizar variados conhecimentos dos alunos ao longo do processo, especialmente aquelas que utilizaram vídeos e jogos didáticos, apontadas pelos estudantes como as que mais atraíram a atenção e contribuíram para a compreensão dos conteúdos.

A evolução tecnológica tem trazido grandes impactos positivos para o ambiente escolar. Este processo norteia o ensino e aprendizagem por meio das tecnologias da informação e comunicação (TICs) que possibilita aos professores a utilização das diversas ferramentas e abordagens educacionais. A busca por alternativas metodológicas para melhorar a eficácia do processo de ensino e aprendizagem em relação ao conteúdo Tabela Periódica, tornando-os mais prazeroso para os professores e alunos em sala de aula, foi o foco desse estudo. A utilização de jogos digitais, com caráter educativo, foi a estratégia aplicada para potencializar a qualidade do resultado, pois por meio dos recursos oferecidos pelos jogos, o aprender adquire um viés lúdico, que possibilita um processo de ensino e aprendizagem mais dinâmico e agradável. Nesse contexto, este trabalho buscou discutir a importância das TICs e contribuir para a melhoria do ensino-aprendizagem do conteúdo Tabela Periódica, com a utilização de estratégias metodológicas por meio de jogos educativos digitais, que incentivassem o aprendizado dos alunos envolvidos. Estas foram aplicadas em uma escola pública estadual, da cidade Santa Rita-PB, para duas turmas de primeiro ano do ensino médio. A metodologia foi desenvolvida com uma sequência de atividades, por meio de aulas expositivas, uso de mídias educacionais eletrônicas em celulares/computadores e de questionários contendo perguntas abertas e fechadas, aplicadas ao tema. A utilização dos recursos digitais neste trabalho, como proposta pedagógica, visou complementar a tradicional metodologia de ensino, para a construção do conhecimento dos participantes de forma interativa, bem como promover o desenvolvimento de habilidades e raciocínio. As TICs utilizadas possibilitaram aulas motivadoras e dinâmicas para os alunos, os quais obtiveram ganhos significativos de aprendizagem e eficiência do tempo para a resolução de problemas envolvendo a temática sobre Tabela Periódica. Como resultado deste trabalho foi elaborada uma cartilha didático-pedagógica como produto educacional, direcionada aos professores de Química do ensino médio e áreas afins.

A educação do século 21 tem mudado devido ao uso de metodologias que, agregadas as tecnologias digitais, contribui para a melhoria do ensino. O Ensino Híbrido é uma tendência onde o ensino é apresentado de forma online e presencial, integrando as TDIC’s para se obter uma melhor participação dos alunos nas aulas. Neste trabalho, mostramos como desenvolver uma sequência de aulas voltada para o ensino de funções orgânicas oxigenadas, utilizando o modelo apresentado anteriormente, combinado à estratégias de aprendizagem invertida, instrução por pares e ferramentas digitais. O estudo foi realizado em uma turma da 3ª Série do Ensino Médio de uma escola pública estadual na cidade de Mataraca-PB. Utilizou-se a observação participante como metodologia de investigação qualitativa, para examinar e analisar o comportamento e desempenho, advindos do engagamento e das impressões dos alunos para com a estratégia apresentada, visandocompreender os resultados com profundidade. Foi utilizada a ferramenta digital Google Sala de Aula com o propósito defazer com que os alunos desenvolvessem estudos prévios do conteúdo aprendido por meio de videoaulas de autoria própria, hospedadas no YouTube^TMe de atividades presenciais diversas, colaborando mediante aprendizado em grupos. No momento presencial as atividades foram palavras cruzadas, questionários com exercícios de aplicação e construtor de moléculas, além de utilização do aplicativo Plickers para conduzir a instrução por pares e do Socrative para revisão dos conteúdos vistos em sala. Como resultado destas atividades, as discussões entre os alunos tornaram-se mais independentes do professor, e eles passaram a compartilhar entre si seus próprios métodos de aprendizagem do conteúdo estudado e contribuindo, coletivamente, para construir o próprio conhecimento. Os alunos puderam, por meio das aulas online e os exercícios em sala, com o auxílio das TDIC’s, relatar de forma positiva o modelo do Ensino Híbrido com aprendizagem invertida e instrução por pares, mostrando que é uma estratégia que aliada ao ensino, permite os alunos criarem espaços de interação e compreensão dos conteúdos abordados de forma mais independente e ativa, sendo motivados a enriquecer os momentos presenciais com trocas de conhecimento e experiências, rompendo as barreiras do ensino para atender as necessidades de uma geração conectada. O produto educacional gerado é destinado a professores do Ensino Médio na forma de manual de instruções que os auxilia no desenvolvimento deste modelo de ensino.

Neste trabalho foi realizado um estudo voltado para a elaboração de um produto educacional a ser utilizado no ensino de química, especificamente sobre o conteúdo “Elementos da Tabela Periódica”, levando em considerações as dificuldades no ensino sobre elementos químicos, oriundos de metodologias que já não contemplam as demandas dos estudantes por um aprendizado dinâmico e interativo.  O produto consiste de um Manual de Apoio Pedagógico, voltado para utilização das tecnologias de Informação e Comunicação, associadas a metodologia de Aprendizagem Colaborativa, em um contexto Sócio Interacionista. Para tanto, utilizando como parâmetro metodológico a denominada pesquisa qualitativa, tendo com sujeito alunos uma turma do ensino médio de uma escola da rede pública do Estado do Ceará. A intervenção pedagógica foi realizada em três etapas. A primeira destinou-se a sugestão para a criação de um canal de vídeos produzidos pelos próprios alunos com a temática “elementos químicos e sua aplicabilidade”, seguida da realização de uma enquete prévia sobre as perspectivas de aprendizado e e sobre as possibilidades do uso das TIC. Esta etapa incluiu um momento de sensibilização com a exibição de alguns materiais análogos já existentes da internet. A segunda etapa foi voltada para a produção, correção e edição dos materiais já produzidos pelos alunos. Finalmente, o último momento foi voltado para a socialização e compartilhamentos de conhecimentos e experiências. Com a experiência de observação e acompanhamento, analisamos elementos suficientes para a concepção do produto educacional efetivo, que fosse significativo para os professores de química, dinâmico e prático para sua utilização.