A Geografia Escolar, se faz presente em toda a educação básica brasileira, e em suas múltiplas
linguagens, proporciona um amplo leque de ferramentas que são capazes de promover o
desenvolvimento integral das crianças, considerando suas experiências e interações no espaço
em que vivem. Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo produzir um Livro Literário
destinado à Educação Infantil, com ênfase na categoria geográfica “Lugar”, considerando o
município São José do Seridó/RN. A investigação se justifica pela importância de integrar a
Geografia Escolar às vivências significativas da criança na primeira infância, por meio de uma
linguagem sensível, lúdica e afetiva. Metodologicamente a investigação consistiu em pesquisa
bibliográfica a autores que discutem sobre lugar, a saber: Yu-Fu Tuan (1983;2015), e nas
contribuições de Milton Santos (2006), Callai (2004), Geografia Escolar, Lopes (2013; 2018),
Acauan (2021), Educação Infantil, Azevedo e Silva (2023), Mello e Subrack (2019), e Livro de
literatura, Chaves e Carneiro (2022), Theves (2012), Kaercher (2011), Noronha (2005), Azevedo
(1999). Além disso, realizou-se pesquisa documental as normativas que orientam o currículo no
Brasil, Rio Grande do Norte e São José do Seridó/RN, quais sejam: Base Nacional Comum
Curricular (2018), Documento Curricular do Rio Grande do Norte (2018), Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil (2009), Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil (1998), Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), bem como o Projeto Político
Pedagógico (PPP), e planos de aula dos docentes de um Centro Municipal de Educação Infantil,
do estado do Rio Grande do Norte, buscando identificar a presença e a abordagem da Geografia
Escolar. Ademais, foi realizado pesquisa de campo, momento em que foram feitos registros
fotográficos de espaços urbanos e rurais de São José do Seridó, nos quais foram transformados
em ilustrações que compõem o cenário da obra. Como principal resultado, destaca-se que o uso
da Literatura Infantil como estratégia pedagógica possibilita a abordagem da Geografia de forma
sensível e acessível, fomentando a construção de identidades, a valorização das memórias
afetivas e o reconhecimento do espaço vivido como um território de experiências. Sobretudo, a
Literatura Infantil mostrou-se uma potente ferramenta didática, capaz de articular a Geografia
Escolar à realidade das crianças, promovendo interações, vivências significativas e
aprendizagens sensíveis.

Esta pesquisa debruçou-se sobre a relação entre a Literatura de Cordel e o processo de ensino-aprendizagem no ensino de Geografia. No atual contexto do domínio das tecnologias da informação e da comunicação, o cordel se apresenta como uma forma de saber que possibilita e amplia caminhos de uma maior compreensão dos estudantes acerca dos conteúdos de Geografia. Tendo em vista tal observação, chamamos a atenção para a questão central que norteia a presente pesquisa: Quais atributos do cordel produzido por cordelistas de Caicó permitem apreender a dimensão do lugar? Com base neste questionamento norteador, tem-se como objetivo principal elaborar um guia didático para abordagem da dimensão de lugar, a partir de cordéis produzidos em Caicó. Em termos de fundamentação teórica, buscou-se uma revisão de literatura acerca dos conceitos norteadores da temática proposta, sendo eles literatura de cordel e lugar. Os procedimentos metodológicos assumidos pautaram-se, principalmente, em caminhos para a proposição de um guia didático, que tem o cordel como caminho para o ensino e aprendizagem na Geografia. Para isso, seguimos três momentos, a destacar: 1. revisão da literatura e pesquisa documental; 2. elaboração do guia didático; 3. aplicação do guia. Em termos de resultados, constatou-se que a utilização do cordel como recurso pedagógico possibilitou a articulação entre o conhecimento geográfico e a vivência cotidiana dos alunos. O conceito de lugar, nesse processo, ultrapassou os limites do bairro, ampliando-se para uma compreensão mais ampla da cidade de Caicó como espaço de vivência, pertencimento e significados. Além disso, a integração entre os momentos teóricos e as práticas favoreceu a construção de um processo formativo mais orgânico, contextualizado e prazeroso.

Esta pesquisa tem como objetivo desenvolver o jogo didático de tabuleiro intitulado “Exploradores de São Gonçalo do Amarante” e analisar sua contribuição para a Geografia Escolar. O jogo é apresentado como um recurso didático com linguagem acessível, voltado especialmente para turmas de 6º anos do Ensino Fundamental –Anos Finais. Metodologicamente, o estudo foi estruturado em três etapas principais: (1) revisão bibliográfica; (2) construção e aplicação do jogo em duas turmas de 6º ano; e (3) análise dessa aplicação com base em um roteiro de observação previamente estabelecido. A fundamentação teórica que sustenta o estudo e o desenvolvimento do jogo apoia-se em autores que discutem o conceito de paisagem e sua instrumentalização na Geografia Escolar, como Callai (2013), Castellar (2013), Cavalcanti (2013) e Dantas (2007); na alfabetização cartográfica, como Abreu (2017), Azambuja (2012) e Cunha (2023); nas teorias da Aprendizagem Significativa, com Ausubel (2003) e Moreira (2006); nas Múltiplas Inteligências, com Gardner (1994) e Antunes (2001); e na construção e utilização de jogos como linguagem pedagógica para o ensino de Geografia, conforme Araújo (2017), Breda (2018), Lunarti (2020) e Nóbrega (2019). Os resultados obtidos indicam que o jogo Exploradores de São Gonçalo do Amarante é um recurso didático eficaz para professores do Ensino Básico, favorecendo o desenvolvimento do raciocínio geográfico e promovendo uma aprendizagem significativa.

Esta pesquisa aborada a relação entre a aula de campo e o ensino de geografia, partindo da compreensão de que a aula de campo é uma metodologia de ensino e aprendizagem eficaz para conectar teoria e prática através do contato direto com diversos fenômenos geográficos. Além de ampliar o envolvimento e interação dos estudantes em situações concretas, e quando realizadas em contexto local, influenciam no pertencimento e valorização do território. Nesse contexto, o questionamento que norteia a pesquisa é o seguinte: “em que medida o guia didático para aula de campo constitui-se eficiente no ensino de Geografia? O produto educacional oferece orientações sobre como planejar, conduzir e avaliar uma aula de campo, além de apresentar uma proposta direcionada à primeira série do ensino médio. Essa proposta foca na compreensão das feições geomorfológicas: planalto, planície e depressão, e como elas são influenciadas, assim como influenciam as ações antrópicas. A metodologia adotada inclui revisão de literatura, pesquisa documental e sistematização de conhecimentos adquiridos na prática, por meio da pesquisa participante. Diante disso, o guia didático fortalece as práticas pedagógicas, oferecendo instrumentos e orientações acerca de como planejar, conduzir e avaliar uma aula de campo, e propicia uma integração consistente entre teoria e prática. Assim, não apenas amplia a compreensão dos fenômenos geográficos, mas também estimula a reflexão crítica dos estudantes acerca das influências das ações antrópicas sobre o território, promovendo uma educação geográfica mais consciente e transformadora.

O aumento da diversidade de perfis cognitivos nas salas de aula do Ensino Fundamental transmite à escola o desafio de assumir práticas pedagógicas que reconheçam as múltiplas formas de aprender. É nesse contexto que o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) se apresenta como uma possibilidade de auxiliar o processo de ensino e aprendizagem, devido às suas flexibilidades, que respeitam os diferentes modos de compreender e expressar o conhecimento. E, com a articulação entre Geografia e Ciências, sob o paradigma da educação inclusiva, amplia-se a compreensão sobre os diferentes aspectos a respeito dos tipos de poluição, alterando as paisagens. O presente estudo teve como objetivo desenvolver um material didático, em formato de e-book, para trabalhar os tipos de poluição, a partir do DUA, destinado aos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental, com características atípicas e típicas. Baseado nos princípios dessa abordagem, o trabalho propôs sequências didáticas organizadas em torno dos tipos de poluição (atmosférica, hídrica e do solo), com a utilização dos sentidos na compreensão das paisagens poluídas em atividades multissensoriais, assegurando assim o acesso e a aprendizagem dos estudantes. Metodologicamente, foi utilizada uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório, estando embasada na pesquisa bibliográfica e, para a compreensão do Desenho Universal para a Aprendizagem, utilizaram-se as obras de Zerbato (2016; 2018); Sebastián-Heredero (2020); Meyer, Rose e Gordon (2021); Borges e Schmidt (2021). Para a poluição ambiental, dialogamos com Mano, Pacheco e Bonelli (2005) e Matos (2020). Na categoria paisagem, as contribuições surgem com os autores Santos (1988, 1996); Santos (2019); Nunes Filho e Salvador (2020); e Felício (2021). A interface da Geografia e a inclusão escolar deram-se a partir dos trabalhos de Roquejani (2018), Ercolin (2013) e Rocco (2016). Já na perspectiva de Geografia Escolar, nos embasamos com Filizola (2009); Castellar (2016, 2010, 2011, 2022); Cavalcanti (2010, 2019). E, para o estudo das Ciências, na perspectiva do Ensino Fundamental temos Machado e Siqueira (2020); Silva, Menezes e Siqueira (2023); e Souza (2024). Também ocorreu a pesquisa documental, que consistiu na análise de documentos oficiais, tais como Constituição Federal (1988), BNCC (2017), DCRN (2018) e dados do Ministério da Saúde (2023). Conclui-se que o material elaborado ressalta a viabilidade da integração entre o DUA, o ensino de Geografia e Ciências e a temática ambiental, favorecendo práticas inclusivas e multissensoriais. Além de promover maior engajamento e diversidade de expressão da aprendizagem, o estudo reforça a necessidade de continuidade das investigações, sobretudo no que se refere à avaliação de estratégias multissensoriais aplicadas a diferentes níveis da Educação Básica, consolidando um campo de pesquisa em expansão no ensino inclusivo de Geografia.

Na área da Geografia, os jogos digitais configuram-se como ferramentas para o processo de ensino-aprendizagem, deixando de ser apenas meios de entretenimento e passando a contribuir para a construção do conhecimento. Desde que elaborados com intencionalidade pedagógica e objetivos específicos, claros e bem definidos, esses jogos podem estimular o aprendizado por meio da curiosidade e da superação de desafios. Com base nessas considerações, esta pesquisa tem como objetivo apresentar um jogo digital intitulado Explorando o Agreste Potiguar, voltado para a disciplina de Geografia do 6º ano do ensino básico. Como referencial teórico, citamos autores relevantes, dentre os quais destacam-se Kishimoto (1994), Grando (2011), Morais e Castellar (2018) e Santos (1998). O jogo, em formato de labirinto e hospedado na plataforma digital Wordwall, está organizado com conteúdo que explora a dimensão regional a partir dos aspectos ambientais e econômicos-culturais da Mesorregião do Agreste Potiguar. Baseado na estratégia de identificação por meio de perguntas objetivas, o jogo desafia o estudante a encontrar o melhor caminho no labirinto para responder às questões relacionadas à região. Durante o percurso, o aluno deve desviar-se de “monstrinhos” que tentam impedir sua chegada ao destino correto. Os pressupostos teóricos que fundamentam esta investigação baseiam-se em autores que discutem a importância dos jogos no contexto escolar, bem como em geógrafos que abordam o conceito de região e suas especificidades. Quanto aos procedimentos metodológicos, o estudo foi precedido por pesquisas realizadas inicialmente por alunos e pela professora do 6º ano do ensino básico do Ideal Colégio e Curso, localizado na cidade de Santo Antônio/RN. Além disso, foi aplicada uma enquete em formato online, utilizando o Google Forms, com professores de Geografia, além de levantamento de informações em fontes secundárias. Essas etapas serviram de base para a construção do conhecimento que orientou a elaboração deste produto de mestrado: o jogo digital. Dessa forma, propõe-se que o jogo funcione como uma ferramenta de ensino-aprendizagem na educação, auxiliando professores no ensino do conceito de Região, considerando a realidade onde se encontram a escola, os discentes e os docentes.

A presença das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) na Geografia Escolar evidencia a necessidade de transformações nas práticas pedagógicas que ultrapassem o uso meramente instrumental. No ensino de Geografia, essas tecnologias podem favorecer práticas conectadas às vivências digitais dos estudantes e ao desenvolvimento do raciocínio geográfico a partir de uma análise crítica do espaço, sobretudo quando articuladas à linguagem audiovisual. Esta pesquisa teve como objetivo elaborar um guia didático para a produção de videocasts sobre a temática da globalização, destinado às turmas do 9º ano do Ensino Fundamental, a partir de diretrizes da BNCC e do DCRN. Além disso, buscou-se aplicar o produto educacional em uma amostragem de estudantes do campo empírico da investigação. A problemática se relaciona à necessidade de aproximar o ensino de Geografia das experiências digitais dos estudantes, enfrentando desafios como a dispersão em sala de aula, a superação do uso meramente instrumental das TDICs e a carência de estudos sobre os impactos dos videocasts na construção dos conhecimentos geográficos. O uso desse recurso mostra-se promissor e potente, por integrar som, imagem e conteúdo, dialogando com diferentes perfis de estudantes e favorecendo tanto o protagonismo discente quanto o raciocínio geográfico. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, fundamentada em Minayo (2014), por considerar aspectos relacionados a significados, valores e práticas sociais no contexto educacional. Como procedimentos metodológicos, foram utilizadas a pesquisa bibliográfica e a documental. O embasamento teórico-conceitual contempla autores que discutem o ensino de Geografia e a Geografia Escolar (Cavalcanti, 2003, 2012, 2024; Callai, 2005; Castrogiovanni, 2007; Costa e Ianni, 2018, entre outros), tecnologias educacionais (Moran, 2007; Kenski, 2012; Silva e Canto, 2021), TDICs (Lévy, 1999; Couto, 2014; Pereira e Schuhmacher, 2021), globalização (Santos, 2010 e outros) e o uso de podcasts e videocasts na educação (Canavilhas, 2001; Foschini, 2018; Rosa, 2022). Em relação aos documentos, o estudo se apoia na BNCC (2018) e no DCRN/EF (2018), com foco nos objetos de conhecimento e nas habilidades relacionadas à globalização para o 9º ano. Os resultados indicam que o videocast se configura como uma possibilidade promissora e potente de práticas pedagógicas capazes de mediar aprendizagens significativas e contribuir para a construção de um raciocínio geográfico consistente. Nessa perspectiva, o produto educacional também se mostrou eficaz ao ampliar o repertório e as possibilidades pedagógicas dos docentes, oferecendo um material que auxilia a discussão da globalização no ensino fundamental, promove a integração das TDICs ao cotidiano escolar, rompe com o uso meramente instrumental das tecnologias e valoriza a autonomia e o protagonismo

Para a compreensão ampla e experiencial da realidade pelo ser humano é necessário o uso dos sentidos, fato que realça a multissensorialidade como uma alternativa para potencializar o processo de ensino e aprendizagem, especificamente, quanto ao ensino de Geografia. Enquanto matéria escolar, a Geografia trabalha sob a ótica do espaço vivenciado pelos agentes sociais envolvidos na Educação. Assim, nesse trabalho, o objetivo principal é desenvolver sequências didáticas para o ensino e aprendizagem do conceito de lugar em Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na perspectiva da multissensorialidade. A justificativa para a realização da pesquisa é a reduzida produção de trabalhos acerca do objeto em questão e a importância de se propor horizontes que estimulem os canais sensoriais dos estudantes quanto ao entendimento do seu espaço vivido e a definição do conceito de lugar. Para alcançar o objetivo do trabalho, adota-se a metodologia da pesquisa participante, uma vez que viabiliza a efetivação de uma interação prática com o contexto social, com destaque para a abordagem qualitativa e para a utilização de técnicas de pesquisa que possibilitem reflexões e análises. O campo da pesquisa é uma escola pública localizada na cidade de Ipueira (RN), por se tratar do lugar de vivências e de trabalho da pesquisadora. Foi analisado o ensino e aprendizagem de Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental e foram testadas as sequências didáticas propostas para o processo educacional desenvolvido acerca do conceito de lugar, com a compreensão que tais sequências colaboram para a aprendizagem em Geografia de modo contextualizado e motivante, tendo-se em vista o espaço vivido e a realização ou não do mundo no lugar. Foi sublinhada a multissensorialidade mirando um processo de ensino e aprendizagem atento aos sentidos. Como resultado da pesquisa foram produzidas sequências didáticas para o ensino do lugar na perspectiva da multissensorialidade, nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Na aplicação dessas sequências foram identificadas dificuldades para o trabalho com o lugar em Geografia. Ademais, a multissensorialidade foi destacada como uma alternativa para a potencialização do ensino e da aprendizagem desse conceito em Geografia.

Elencou-se objeto desse estudo a inclusão de alunos com transtorno de leitura e escrita (com
ou sem laudo médico) nas aulas de geografia nos anos iniciais (Ensino Fundamental), nosso
problema da pesquisa focaliza em como deve-se introduzir os primeiros conhecimentos
geográficos em crianças com dificuldade na leitura e escrita? Será possível alfabetizar alunos
que apresentam essas características a partir da leitura do meio? Que recursos educacionais
são necessários para fazê-lo? Nesse cenário definiu-se como objetivo geral: Analisar as
contribuições dos conhecimentos geográficos para o letramento das crianças com dificuldades
na leitura e escrita no contexto de inclusão educacional na primeira fase do Ensino
Fundamental. Sendo os específicos: Revisar a literatura sobre os processos de ensino e
aprendizagem de alunos com transtornos de leitura, relacionando com as contribuições do
conhecimento geográfico para ampliação da linguagem e da leitura de mundo. Identificar as
dificuldades enfrentadas pelos docentes da primeira fase do ensino fundamental relativas aos
alunos com transtornos de leitura e escrita. Sistematizar sugestões de atividades para o ensino
de geografia, considerando as dificuldades no processo de ensino de aprendizagem, de alunos
com transtorno de leitura e escrita da primeira fase do Ensino Fundamental, a partir da revisão
de literatura e da visão dos docentes; justifica-se pela interdisciplinaridade da disciplina
Geografia nas séries iniciais, à qual é ministrada por docentes polivalentes que não dominam
os conteúdos específicos da disciplina geografia e são designados a leciona-la a crianças que
estão em processo de desenvolvimento da leitura e escrita. O referencial teórico e abordagem
didática abarca a relação entre a geografia e a educação inclusiva; educação e transtornos de
leitura e escrita. Os materiais e métodos retratam o contexto e sujeitos da pesquisa, os
procedimentos técnicos realizados, a aplicação dos questionários seguido da análise dos
dados e posterior construção do produto educacional: Manual de Orientações. Os resultados
confirmaram o problema apresentado e indicam como dificuldade docente desenvolver o
trabalho com a categoria território sendo esta elencada na construção do Manual de
Orientações fruto desta pesquisa, a qual almeja auxiliar o trabalho docente na disciplina
geografia apontando intervenções metodológicas dentro de sequências didáticas, ansiando
contribuir significativamente na inclusão.

Este estudo investigou os desafios enfrentados no ensino de Geografia na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), com foco específico nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Apresenta um breve memorial reflexivo da EJA em nosso país, destacando as condições estruturais e políticas para seu funcionamento, bem como os obstáculos postos ao longo dos anos, devido à falta de políticas públicas efetivas que garantissem seu funcionamento e impactem positivamente, revertendo questões que dificultam a participação e o aprendizado dos estudantes. Partindo da questão central, norteadora desta investigação, como a implementação de uma sequência didática integrada com um diário de bordo influencia o engajamento e a aprendizagem dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental na modalidade da EJA. Para tanto, fez-se necessário a construção de objetivo geral, no sentido de elaborar uma sequência didática, aplicada em turmas de EJA de Geografia e complementada pelos objetivos específicos, avaliar os impactos históricos e as políticas públicas voltadas para EJA, a criação de recursos educacionais para uso em sala e a aplicação da sequência didática, com tempos de aulas na escola e aula de campo. a pesquisa. A proposta, justifica-se como uma reação aos problemas estruturais e provisórios que afetam o ensino de Geografia na modalidade, ao propor uma ação reflexiva abrangente, construindo caminhos alternativos à realidade existente. No desenvolvimento da pesquisa, aplicamos pesquisa bibliográfica, exploratória e de campo. Ao considerar a metodologia para a apluicação da sequência, fundamentamos na construção dialogada sobre o tema, produção de recursos didáticos, escrita e a aula de campo, orientada a partir do preenchimento do diário de bordo. A ideia aponta a possibilidade de educação geográfica, como abordagem de aprendizagem, considerando que foi planejada de forma a preparar os discentes, conforme as estratégias mencionadas anteriormente para um itinerário formativo geográfico, com ênfase na aula de campo no espaço urbano central de Currais Novos. No percurso formativo, cada estudante participante preencheu o seu diário de bordo, entregue e orientado para uso. A necessidade de uma formação docente mais abrangente e sensível às demandas da EJA, bem como a importância de estratégias flexíveis e criativas para enfrentar os desafios educacionais, a utilização de metodologias ativas e as fragilidades de frequência e permanência dos estudantes, são algumas das conclusões, evdenciadas nesse relatório. Em suma, a pesquisa visou superar os obstáculos enfrentados no ensino de Geografia na EJA, promovendo uma compreensão mais profunda do conceito de paisagem urbana e suas interações com a vida dos estudantes, objetivando, tornar o ensino mais acessível, significativo e transformador, sugerindo uma alternativa de aprendizagem viável e flexível, possível de ser aprimorada e aplicada nas diversas experiências de ensino da EJA no país.

A imaginação desempenha um papel importante no cotidiano, sendo utilizada em diversas situações, desde a orientação espacial até a criação de narrativas. Dentro desse cenário, os jogos são amplamente explorados como forma de entretenimento entre amigos, familiares ou em plataformas digitais. Dada essa relevância, estabelecer uma conexão entre imaginação, jogos e educação, por meio de abordagens metodológicas de ensino-aprendizagem, torna-se essencial na escola contemporânea. A Geografia se relaciona naturalmente a esses elementos, porém, muitos educadores ainda aderem a métodos tradicionais de ensino focados na simples transmissão de conhecimento, sem considerar a introdução de linguagens criativas que também promovam a aprendizagem. Este trabalho propõe o desenvolvimento do jogo "Geo Stories" como uma linguagem inovadora para o ensino e a aprendizagem de conceitos e conteúdos geográficos, utilizando enigmas temáticos. Além disso, buscou-se explorar a importância dos jogos com propósitos educacionais no ensino de Geografia e explorar como a Teoria da Aprendizagem Significativa, a Teoria das Múltiplas Inteligências e as Metodologias Ativas e Cooperativas se relacionam com a utilização de jogos como ferramenta pedagógica. A Metodologia adotada incluiu uma revisão bibliográfica sobre a relação entre jogos e o ensino de Geografia, destacando a relevância das teorias e metodologias de aprendizagem mencionadas. O conteúdo sobre Globalização foi escolhido como tema central das aulas expositivas e, consequentemente, do jogo. Com o plano de aula elaborado, o jogo foi aplicado em sala de aula, sendo posteriormente avaliado em todas as suas etapas. Apesar dos desafios enfrentados, o jogo mostrou-se eficaz no cumprimento de seus objetivos, consolidando o aprendizado sobre Globalização de maneira interativa e ativa, promovendo a interação entre os alunos, o professor e o conhecimento.

A educação geográfica desempenha um papel essencial na formação dos estudantes, capacitando-os a
compreender e analisar questões ambientais e sociais contemporâneas. Este estudo investiga a relação entre
mobilidade urbana e acesso à escola, utilizando o ensino de Geografia como ferramenta para desenvolver
uma compreensão crítica das dinâmicas socioespaciais. A pesquisa será realizada na Escola de Ensino Médio
Prefeito Antônio Conserva Feitosa, em Juazeiro do Norte/CE, e parte da constatação dos desafios diários
enfrentados pelos estudantes em termos de mobilidade urbana. O objetivo central é elaborar e implementar
uma sequência didática para as aulas de Geografia, focada na exploração da relação entre mobilidade urbana
e acesso à escola. Essa proposta visa promover o desenvolvimento crítico e analítico do pensamento
geográfico dos estudantes, integrando teoria e prática para enriquecer a compreensão dos conceitos espaciais
e sociais em seu cotidiano. Espera-se que essa sequência didática ofereça ao professor de Geografia uma
ferramenta pedagógica inovadora, indo além da simples transmissão de conteúdos, incentivando o debate
sobre as desigualdades no acesso à cidade e à educação. Além disso, busca-se promover o exercício da
cidadania de forma consciente e transformadora, discutindo políticas públicas que atendam às necessidades
de mobilidade dos jovens, fortalecendo o direito à cidade e à educação.

A presente dissertação tem como tema central a utilização do vídeo enquanto linguagem e recurso instrumental para o ensino e aprendizagem do conceito de Paisagem na Geografia no Ensino Médio. Reflete sobre a inserção e impactos das técnicas e tecnologias de produção, reprodução e circulação de imagens na sociedade, sobretudo na escola – evidenciada pela velocidade com que a informação circula – o que dificulta que os jovens escolares consolidem e deem sentido às suas experiências e conhecimentos. Expõe dentro dessa conjuntura, um estudo teórico da Paisagem no contexto da Geografia acadêmica e escolar, assim como sua abordagem a partir da linguagem do vídeo (imagens e sons), direcionando suas potencialidades em processos de construção do conhecimento através de experiências com a produção (captação, edição e circulação), considerando o desenvolvimento de habilidades e competências no campo da aprendizagem. Para tanto, esta dissertação propõe a linguagem do vídeo como produto central e seus subprodutos, sejam eles: oficinas com produção de vídeos captados e editados pelos estudantes e a mostra de vídeos acessível à comunidade escolar. Por fim, faz uma breve reflexão sobre o elo de parceria entre professores e estudantes na  construção de conhecimentos através do uso desta linguagem no ambiente escolar e nos espaços não formais de aprendizagem.

Entre os recursos didáticos para facilitar o processo de ensino e aprendizagem da educação básica destaca-se o livro didático, que por meio do Programa Nacional do Livro Didático PNLD, são disponibilizados pelo Ministério da Educação MEC. Apesar de ser o principal recurso didático utilizado pelos docentes e discentes da rede pública de ensino no Brasil, esses livros são produzidos em escala nacional, assim não conseguem abordar todos os conteúdos de maneira densa e adequados às realidades regionais, especialmente quando se trata do Sertão nordestino. Desse modo, a presente pesquisa tem como objetivo produzir um material paradidático sobre o Novo Rural na Região Imediata de Patos - PB, voltado para o 7º ano do Ensino Fundamental. O percurso metodológico deu-se inicialmente com o levantamento bibliográfico das obras clássicas e também atuais sobre o ensino de Geografia, livros paradidáticos e o Novo Rural. Seguido, fez-se a análise do conteúdo presente nos livros didáticos e posteriormente a análise do questionário aplicado aos professores de Geografia da rede pública municipal da Região Imediata de Patos - PB. Como resultado principal da pesquisa, foi produzido um material textual intitulado O Novo Rural na Região Imediata de Patos - PB. Este material poderá ser utilizado como complemento ao livro didático do 7º ano adotado nas escolas públicas, como também estará disponível na versão virtual para consulta da população em geral. Espera-se que essa produção contribua com o ensino na perspectiva da Educação Geográfica e da Geografia Escolar, ou seja, de um conteúdo que tenha significado para o aluno, por tratar da realidade local onde ocorrem suas vivências, e para o aprimoramento das práticas pedagógicas.

Reconhecendo a importância de tecer relações entre o conteúdo ensinado em Geografia e os espaços em que os alunos vivem, este trabalho demonstra o passo a passo e a base teórica para a elaboração de um e-book de mapa mental voltado para a geografia do Rio Grande do Norte (RN). A autora decidiu apresentar os principais aspectos da Geografia Física por dois motivos: o primeiro está relacionado ao fato de os livros didáticos tradicionais descreverem aspectos globais e nacionais, mas não locais; o segundo foi a considerar que mesmo mediante a alterações no Espaço Geográfico, as bases físicas do território permanecem. A técnica dos mapas mentais foi escolhida por eles se apresentarem como uma estratégia estimulante que pode incentivar os alunos a desenvolverem diferentes tipos de conhecimento de forma dinâmica. O objetivo da elaboração deste e-book é contribuir com o estudo dos métodos de ensino de geografia para que possamos oferecer este material como possibilidade de ensino de geografia no RN. O e-book de 38 páginas, intitulado "Aspectos físicos do Rio Grande Norte em Mapas Mentais", trata dos assuntos de clima, vegetação, relevo, formação geológica, hidrografia e solos do RN.

A temática abordada no presente estudo é inerente ao processo de ensino e aprendizagem dos objetos de conhecimento de Geografia, especificamente, ao conteúdo que se reporta aos estudos do bioma Caatinga. Ao ensinar este componente curricular, nos anos finais do Ensino Fundamental, não se conseguia identificar no material disponível, uma seleção e organização de conteúdos significativos e socialmente relevantes para serem trabalhados com os discentes. Partindo dessa problemática, surge a seguinte questão: o que fazer para que os discentes dos anos finais do ensino fundamental tenham acesso a conteúdo de sua realidade enquanto sujeitos originários da Caatinga? Assim, propusemos como objetivo de pesquisa produzir uma cartilha com imagens e informações da paisagem local, tecendo uma ponte entre as informações que se tem sobre esse espaço e o que dizem os conceitos teóricos sobre o bioma. A metodologia usada para a consecução desse objetivo, por se tratar de uma abordagem qualitativa foram: a coleta dos dados que se deu através das técnicas de aplicação de questionário semiestruturado, análise documental e pesquisa bibliográfica. Os colaboradores da pesquisa são um grupo de vinte professores de Geografia de diferentes escolas localizadas no contexto geográfico do bioma em estudo. Para abordagem conceitual dos termos como sertão, lugar, paisagem, flora e fauna, são utilizadas as discussões de Tricart (1982), Relph, (1979) Santos e Chiapeti (2011); o conceito de caatinga é dado por Alves (2007). Para a construção da cartilha, foi realizada a visita exploratória ao locus para a captação de fotografias, que, associada às pesquisas bibliográfica e documental, dão sustentação ao objeto de pesquisa. Espera-se desse modo, que o produto final possa contribuir com o ensino do bioma Caatinga a partir de uma nova compreensão de espaço, lugar, paisagem, fauna e flora, que não conseguimos encontrar nos livros didáticos de Geografia.

O estudo e compreensão das paisagens, bem como suas transformações são de grande relevância para o ensino de Geografia na educação básica. Diante das configurações educacionais exigidas pela nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é necessário que os professores tenham em mãos materiais para adequar os conteúdos do livro didático a realidade a qual os discentes estão inseridos. Entende-se que o ensino e aprendizagem em Geografia são alcançados a partir das metodologias propostas pelos professores. Estas são fundamentais na observação e investigação das diferentes situações e dos diversos fenômenos socioespaciais. Sendo assim, este relatório apresenta os procedimentos adotados para confecção de um manual para docentes, com foco em sugerir propostas metodológicas para aulas de Geografia para os anos finais do ensino fundamental, com ênfase no 6º ano, em escolas localizadas em Juazeiro do Norte (CE). O Manual é capaz de promover a interatividade e consequentemente a aprendizagem por meio de jogos, vídeos e fotografias, as quais se configuram ferramentas muito importantes para o aprimoramento das habilidades exigidas pelo componente nesta fase. A partir da aplicação do produto descrito neste relatório técnico torna-se possível relacionar os objetos do conhecimento propostos pela BNCC à realidade dos estudantes do município mencionado, e assim, facilitar o processo, levando-os a compreender e analisar o conceito e as transformações da paisagem do seu lugar de vivência, tornando a aprendizagem prazerosa não só para o estudante, mas também para o professor. Com o desenvolvimento deste produto foi perceptível o aprimoramento obtido sobre o conceito de paisagem. Eles ficaram atentos e participaram das aulas, aguçando a curiosidade sobre a história da cidade. Através da aplicação das propostas das sequencias didáticas foi possível perceber interação entre eles, contribuíram para que se tornassem protagonistas no processo de ensino e aprendizagem, amenizando a perda do tempo pedagógico, facilitando a capacidade de aprender, desenvolver a leitura do mundo, principalmente social, promover da ética e pensamento crítico, bem como a sociabilidade, uma vez que desenvolveram trabalhos em grupos. 

A Geografia, tem realizado estudos que refletem as transformações sociais e as formas de organização do espaço. Os conceitos, métodos e teorias, próprios dessa ciência, constituem a base dos conhecimentos que integram o Ensino de Geografia e dos saberes discutidos nos conteúdos escolares, próprios da disciplina. De modo que os conhecimentos gerados pela ciência, recebem tratamento e são organizados dentro de uma estrutura de planejamento didático, conferindo organicidade às aulas, aos conteúdos e aos procedimentos de avaliação, construindo o campo de aplicação da Geografia Escolar. A avaliação da aprendizagem, um dos elementos dessa organicidade, está conectada à forma de ensinar, articulada ao planejamento didático, como uma das fases do processo de apresentação dos conteúdos e de construção do conhecimento. Mesmo sendo uma etapa significativa do processo de ensino, as abordagens e análises científicas sobre a avaliação ainda não são exaustivas, o que despertou interesse pelo estudo. Ao longo do processo de formação inicial e do exercício do magistério, surgiram algumas inquietações e questionamentos os quais deram origem a problemática abordada nesse estudo, por ocasião da entrada no Mestrado Profissional em Geografia, qual seja: Quais são as dúvidas, curiosidades e práticas de avaliação, desenvolvidas no Ensino de Geografia por professores no 4º e 5º ano do Ensino Fundamental? Com base nisso, definimos como objetivo geral para o estudo agora apresentado: Produzir um material textual com orientações sobre elaboração de procedimentos de avaliação da aprendizagem em Geografia Escolar para o 4º e 5º ano do Ensino Fundamental. O enfoque metodológico se fundamenta na abordagem qualitativa de natureza aplicada, com objetivo exploratório, organizado através das seguintes análises: a) estudo exploratório, apoiado na aplicação de enquete, que oportunizou conhecer as dúvidas e curiosidades dos professores de 4° e 5° anos do Ensino Fundamental em relação à avaliação da aprendizagem; b) análise documental, para o levantamento de informações  sobre os aspectos da avaliação da aprendizagem, a partir da exploração de documentos nacionais como a BNCC (2017), DCNs (2013) e as diretrizes municipais, dentre as quais, a Emenda às Diretrizes Operacionais para o funcionamento das escolas municipais de São Bento/2020, a Proposta avaliativa para o ensino remoto e o Plano estratégico para as aulas de 2021; c) revisão narrativa que possibilitou a seleção das obras que formam à base da reflexão teórica, que nos guiou nas discussões sobre o Ensino de Geografia, referenciado por Cavalcanti (2013), Gomes (2010), Vesentini (2004), Straforini (2004), Callai (2011), Thiesen (2011); Sacristán e Gómez (1998), Hadji (1994), Villas Boas (2008), Haydt (2008); d) e por fim, a revisão sistemática, fundamental para coletar informações a respeito da avaliação da aprendizagem. Dentre as constatações construídas com esse estudo, destacamos, a identificação de um conjunto de curiosidades e dificuldades didáticas e pedagógicas, de professores quanto ao emprego da avaliação da aprendizagem nesse componente curricular, o que levou a produção de um material textual instrucional, com resposta a estas dúvidas, acompanhado da descrição de estratégias de ensino exitosa e de um glossário, com a definição de termos e expressões comuns a prática docente, estando esta produção apoiada na firme constatação de que a avaliação da aprendizagem em Geografia, objetiva, colaborar para a construção do conhecimento geográfico do aluno e, para  o desenvolvimento das competências e habilidades, sempre em atenção as características do aprender e aos objetivos de ensino. Como resultado destas constatações, propomos um material textual que pudesse contribuir para a prática pedagógica do professor e, consequentemente, para a organização de um processo de avaliação favorável para o educando e sua aprendizagem intitulado: Avaliação de Aprendizagem em Geografia Escolar – Diário de Classe. Esse material é resultante de estudos desenvolvidos no contexto do Mestrado Profissional em Geografia – GEOPROF/UFRN, Programa que oportunizou a organização de estudos, e reflexões sobre a prática do ensino e da avaliação da aprendizagem no âmbito da Geografia Escolar.

As propostas de diferentes metodologias para ensinar Geografia, geralmente articuladas às Artes, costumam resultar em respostas positivas para a compreensão da ciência geográfica. Quando exploramos um assunto em contextos escolares, precisamos considerar essa prática como parte de um processo de construção do aprendizado. Por isso, é essencial dinamizar os mecanismos de assimilação dos conceitos tratados em diferentes temáticas ligadas à Geografia. Como proposta desta dissertação, pretende-se produzir uma cartografia que utilize como referência as músicas brasileiras, como uma ferramenta circunstancial atrelada a um jogo. Como objetivo central pretende-se descrever a estratégia pedagógica intitulada “Cartografia dos Ritmos Brasileiros: A Regionalização do Brasil a partir da Música”, aguçando a audição no sentido da percepção de temas entoados nos versos das músicas, tais como: relevo, clima, vegetação, hidrografia, população, regionalidades, multiculturalismos, gírias entre outros. Como recursos metodológicos, a pesquisa considerou uma abordagem qualitativa e bibliográfica em sua parte inicial, e se utilizou da pesquisa-ação, juntamente com o ensino lúdico, gerando a sensação de que a aprendizagem acontece de modo recreativo. Desse modo, abordamos experiências de uso dessa proposta no ensino fundamental, no ensino médio e no ensino superior, enquanto táticas de lecionar o conteúdo de regionalização do Brasil em diferentes níveis de instrução escolar. Para isso, utilizamos um referencial teórico aliado às concepções de uma geografia cultural-humanista, a exemplo dos autores VALLEGA (2006); CLAVAL (2007); DOZENA (2016), entre outros. Como resultados, a pesquisa demonstra possibilidades didáticas capazes de abordar dimensões geográficas sob o ato do “aprender-brincando” conteúdos geográficos, a exemplo da regionalização do Brasil a partir de músicas regionais.

O ensino de Geografia tem se configurado um campo temático que requer melhor aplicabilidade de seus conhecimentos teóricos com uma prática vivenciada pelos alunos. Nesta vertente, considerando um ensino construtor e significativo, um dos elos se remete às estratégias metodológicas aliadas a produção de recursos didático pedagógicos. Para suposto alcance a pesquisa concluída contempla a Geografia escolar, cuja questão norteadora foi assim formulada: como delinear uma sequência didática para o ensino de Geografia considerando o Complexo Turístico - Ilha de Santana, na cidade de Caicó – RN, como espaço da ação docente? A investigação tem como objetivo geral a produção de uma sequência didática contendo uma proposição metodológica sob o escopo de aula de campo, voltada para o ensino de Geografia no 4º ano da Educação Básica, tendo como referência empírica o Complexo Turístico - Ilha de Santana (Caicó/RN). E, como objetivos específicos, evidenciar o ensino da Geografia como disciplina escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental; reconhecer o lugar da Geografia nos documentos oficiais que regem a educação brasileira; identificar os objetos espaciais que compõem a aula de campo e construir o design didático pedagógico da sequência didática. Nessa perspectiva, foram discutidos aspectos da Geografia, enquanto componente curricular, num breve levantamento histórico, e sua inserção nos documentos oficiais educacionais nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A abordagem teórica contemplou os conceitos de sequência didática, aula de campo, os conceitos geográficos. Além disso, apresenta-se O produto final da pesquisa correspondente a um material textual no formato de Sequência Didática para realização de uma aula de campo de Geografia. Espera-se que este material sirva de subsídios a ação docente e potencialize o ensino e a aprendizagem da Geografia na perspectiva da relação entre conceitos e empiria e da aplicação das fases necessárias para se pensar a aula de campo enquanto estratégia metodológica e a elaboração de sequência didática enquanto organização da mediação didático-pedagógica.

A política educacional brasileira refletida em leis, normas, documentos e projetos obedece aos pressupostos da educação como forma de reprodução da sociedade, normatizando e direcionando conteúdos e atitudes que corroboram com a formação de sujeitos alheios à realidade vivida, alienados. Por meio da educação, as classes dominantes encontram um caminho para difundir suas ideologias, reproduzir seus discursos e manter a dominação sobre as classes dominadas. Dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) à BNCC (Base Nacional Comum Curricular), das avaliações internas e externas até projetos nascidos na sociedade civil, verifica-se a existência, explícita ou implícita, de orientações moldadas aos interesses hegemônicos, sendo os sujeitos dessas classes atuantes diretos na elaboração desses documentos, aliados aos agentes políticos. Na tentativa de contrapor a essa realidade, parte dos professores atua de maneira crítica diante das determinações verticalizadas que pouco ou em nada agregam à formação de sujeitos conscientes da sua própria realidade, para que possam, então, lutar por transformá-la. Essa atuação de ensino pressupõe o conhecimento do seu público e de sua realidade, assim como a estruturação teórico-metodológica que tenha como objetivo a preparação dos sujeitos para interpretarem e questionarem o cotidiano, entendendo a realidade como é. Nesta pesquisa, além dessa discussão teórica, propõe-se uma Sequência Didática que destaca a relação entre o ensino de Geografia e a realidade desigual que subordina a classe trabalhadora aos interesses das classes dominantes. Tendo como público-alvo turmas da 3ª série do Ensino Médio, a Sequência busca manter a participação ativa dos alunos durante o processo de ensino-aprendizagem, para isso, orienta-se a construção teórica do material de ensino para embasar as ações dos professores em sala de aula, incentivando a reflexão crítica das práticas de ensino, movidas pelo desejo de transformar a sociedade.

Nosso trabalho apresentou por objetivo, o estudo da Geodiversidade da Costa Branca Potiguar, através do Atlas Geográfico. Esse produto é exigência do Geoprof (Mestrado Profissional em Geografia), com o intuito de se ter como resultado, algo que possa ser disponibilizado para uso em sala de aula, assim contribuindo para o ensinoaprendizagem em Geografia. O Atlas como recurso didático, vem auxiliar nesse prisma, pois a construção, fixação e pratica, são meios de ajudar o aluno entender conceitos, temas, assuntos, fazendo com que ele alcance o conhecimento e aprendizado, podendo ser um valioso método de constatação de uma boa aula. Assim sendo, também nos focamos na transposição didática, para que a linguagem fosse acessível não somente para os alunos do ensino médio, mas também dos outros níveis do ensino, buscando aproximar o conhecimento acadêmico cientifico ao escolar. Buscamos regatar o uso de mapas, tentando de uma maneira pratica e linguagem compreensível as informações expostas nos mesmos, trazendo para professores e alunos um material, produto, com mapas explicativos e exercícios direcionados, buscando um entendimento acerca do tema da Geodiversidade regional e local. Ao final dos seis primeiros capítulos, se encontram exercícios com perguntas sobre o tema abordado, tendo por título, recordando o assunto, além de um texto extra com perguntas por título, aprimorando habilidades e dicas de sites com assuntos sobre o tema abordado em cada capitulo, por título, sites para pesquisa, tentado fazer o aluno se aprofundar no assunto. Por fim, no sétimo capitulo e no item 7.1 são explicitados e mostrados um pouco do que seria os elementos da Geodiversidade de cada município da Costa Branca potiguar. Começamos relembrando a origem do nome de cada município e sua formação territorial, desmembramento até sua emancipação, depois discorremos sobre a Geodiversidade do município, destacando o principal local de importância natural e turística a ser conhecido e visitado. Ao final do item 7.1, disponibilizamos um exercício de fixação sobre a Costa Branca Potiguar, com pergunta relacionadas com os municípios da região e sobre a Geodiversidade local. O produto Atlas da Geodiversidade da Costa Branca Potiguar, pode ser de grande contribuição ao ensino de Geografia, de modo que, pode ajudar na divulgação do conceito de Geodiversidade que aborda praticamente todos os ramos da Geografia, além de buscar mostrar a importância das belezas naturais de cada município, tentando mostrar o valor das mesmas, fazendo uso sustentável, trazendo emprego e renda. 

Esta pesquisa apresenta uma sequência didática mediada numa turma do 6º ano da Escola Municipal José Targino da Silva, localizada no município de Serra do Mel/RN, cujo objetivo foi compreender como o uso do YouTube contribui para a formação do conhecimento geográfico. Metodologicamente, propô-se uma sequência de atividades que possibilitem a pesquisa com vídeos. Essa sequência situou-se na temática curricular acompanhada do livro didático que os mesmos fazem uso, direcionando o trabalho para a reflexão da realidade dos alunos; especificamente, O Espaço geográfico e as atividades econômicas do município de Serra do Mel (RN). Indicamos que o YouTube pode ter um papel de potencializar o aprendizado das crianças e dar autonomia ao desenvolvimento delas. Para o desenvolvimento do trabalho, foi utilizada uma abordagem qualitativa, de natureza aplicada, com objetivo descritivo e utilizando procedimentos bibliográficos, documental e de campo.

A Geografia tem como objeto de estudo o espaço geográfico, que segundo Santos (1996, p. 26), “deve ser considerado como um conjunto indissociável, de que participam, de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os anima, ou seja, a sociedade em movimento”. Isso faz com que o ensino de Geografia seja fundamental para formação cidadã dos nossos discentes, como afirmam Callai (2018), Castilho (2015) e Cavalcanti (2012). Docentes de Geografia, frequentemente fazem uso da linguagem cartográfica e de seus produtos para evidenciar fenômenos no espaço geográfico, promovendo a compreensão do espaço vivido pelos nossos discentes, além de ser uma determinação da nossa Base Nacional Comum Curricular - BNCC implementada em2018, a qual prevê a utilização da linguagem cartográfica nas aulas de Geografia.  Reconhecendo a importância do ensino de Geografia, devemos considerar a afirmação de Martins (2011): "às transformações que ocorrem na sociedade acabam por provocar mudanças no pensamento científico que repercutem na educação como um todo." A mudança social que impactou diretamente no meio educacional que originou a problemática desta pesquisa, foi a conquista dos direitos das pessoas com deficiência. Nesse contexto, a presente pesquisa do tipo profissional, em nível mestrado tem o seguinte problema: Tendo em vista que a Cartografia é uma representação gráfica, como se pode usá-la no processo de ensino-aprendizagem nas aulas de Geografia, para discentes com deficiência visual? Buscando solucionar essa problemática, a pesquisa tem como objetivo principal de construir uma metodologia de ensino, tendo como produto um manual técnico, teórico e prático capaz de auxiliar a produção e aplicação de mapas táteis.  Para tal, foi preciso debruçar-se em análises bibliográficas para compreender os conceitos referentes às pessoas com deficiência e seus direitos, efetuar entrevistas estruturadas com profissionais da educação e graduandos dos cursos de licenciatura em Geografia. Ocorreram também várias oficinas para produção de mapas táteis, fazendo uso das técnicas da Cartografia Tátil com os mais diversos públicos, para se obter informações necessárias para construção de um livro, que reúne desde a parte conceitual sobre deficiência e questões técnicas da Geografia e Cartografia, e a parte prática de como produzir materiais táteis para auxiliar os professores do Rio Grande do Norte.

Se somos uma totalidade integrada, o estudante necessita conhecer seu papel neste planeta considerando que a fauna e a flora não são os únicos componentes do meio ambiente. Essa premissa implica a sensibilização do aluno para a construção de um saber geográfico que ultrapasse os muros escolares e perpasse a vida em sociedade. Nesse sentido, o ponto de partida será o lugar de vivência, do qual o estudante poderá chegar a uma percepção sustentável do planeta e de sua própria existência. Considerando essa concepção de realidade, questionamos: que possibilidades metodológicas, para além das abordagens usuais, podemos ensinar e aprender lugar, região e percepção ambiental no 4º ano do Ensino Fundamental? Como trabalhar didaticamente essas categorias no Seridó Potiguar em aulas de Geografia? Qual a importância do lúdico no ensino-aprendizagem de Geografia? Como o lúdico contribui para a compreensão do bioma da Caatinga a partir de seu lugar de vivência? Esta pesquisa, a propósito, objetivou elaborar dois produtos, denominado Sequência Didática com um jogo de tabuleiro: o meio ambiente do Seridó Potiguar no Ensino Fundamental de Geografia – Anos Iniciais e o outro, Jogo de Tabuleiro Geográfico do Seridó Potiguar. A proposta produziu um jogo de tabuleiro analógico voltado para a leitura espacial do Seridó Potiguar, priorizando os problemas do desmatamento, poluição ambiental, e a aprendizagem da fauna e da flora caantigueira. Recuperamos características em construção da Geografia Escolar no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, previstas como objetos de conhecimento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Documento Curricular do Estado do Rio Grande do Norte (DCRN), aplicáveis à região do Seridó Potiguar, como projeção para o desenvolvimento do produto. Esses fundamentos foram aliados à sondagem do nível de conhecimento dos estudantes-sujeito da pesquisa (matriculados na rede pública estadual de ensino no município de Caicó/RN), junto aos quais aplicamos a sequência e o jogo de tabuleiro. As abordagens temáticas trabalhadas foram relacionadas a preservação, degradação, paisagens, relevo, cobertura vegetal e caracterização de lugares. Percebemos que jogos proporcionam ludicidade e participação do discente no ambiente de ensino-aprendizagem, potencializando a coletividade como forma de aprender e socializar essa aprendizagem. Constatando que todas as nossas ações causam reações e impactos, sejam positivos ou negativos, estamos perante um novo olhar para a Terra, diante de indivíduos que farão a diferença a partir de sua localidade, com pequenas ações do dia a dia, construindo um espaço geográfico mais equilibrado ambientalmente. Conhecer e compreender seu lugar de vivência é também compreender a complexidade do todo (cidade, estado, país, continente e o planeta Terra).

Esta pesquisa considera a Fotografia como uma linguagem a ser utilizada para o estudo da paisagem urbana de Macaíba/RN, no contexto de uma sequência didática para o ensino-aprendizagem, a mobilizar experiências pedagógicas entre sujeitos escolares e uma cidade. Neste caminho, compreende a paisagem como um "recorte" que conforma o mundo exterior em um determinado espaço e tempo da nossa percepção, mobilizadora de experiências pedagógicas entre sujeitos escolares e a cidade, num diálogo permanente com o método fenomenológico. Para isso, produzimos uma sequência didática, produto desta proposta, entendendo-a como uma organização sistemática de atividades escolares em torno de um tema; realizando uma discussão acerca do que é e de como se estrutura. Autores como Calvino (1972), Hillman (1993), Cazetta e Oliveira (2013), Callai (2005), Cavalcanti (2002; 2013) Dantas (2011), Dardel (2011), Fernandez (2008; 2013), Larrosa (2017) e Barthes (1984), possibilitaram delimitar os caminhos que fundamentaram o percurso dessa prática educativa, ao discutir a relação entre a Fotografia e o Ensino de Geografia para o ensino e estudo da paisagem urbana. Por fim, a produção de imagens fotográficas do centro do município de Macaíba/RN, se tornou uma linguagem e recurso que compõem uma sequência didática, produto pensado para ser desenvolvido com turmas do Ensino Fundamental de 6° e 7° anos, para o estudo da cidade nas aulas de Geografia

O ato de nomear os lugares é próprio da existência humana. O simbolismo de nomeação dos lugares, se apresenta como uma maneira geográfica de vir a ser único na ocupação de determinado lugar. O nome de um lugar, não representa um ou outro nome. Todo nome preserva um motivo, uma motivação toponímica. Neste contexto, os estudos toponímicos vinculados ao ensino de Geografia no que tange ao conceito de lugar é uma proposta pedagógica interdisciplinar, inovadora e criativa, não que ainda não tenha sido aplicada. O objetivo principal deste produto é disponibilizar um Modelo Pedagógico para o ensino do lugar a partir de uma análise toponímica – estudo dos nomes próprios dos lugares, e os objetivos específicos são: discutir o ensino da toponímia a partir das diretrizes nacionais para a educação básica, destacando sua relevância no contexto da Geografia Escolar e construir um Modelo Pedagógico para o ensino da toponímia com orientações didático-pedagógicas para professores do Ensino Básico. Metodologicamente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em obras que abordam o conceito de lugar sua abordagem na Geografia Escolar, produções contribuem nos estudos toponímicos e construção do Modelo Pedagógico. O campo de aplicação ocorreu no Centro de Ensino Médio Anjo da Guarda, escola localizada no bairro de mesmo nome no Município de São Luís – MA. A aplicação do Modelo Pedagógico deu-se por meio de uma sequência didática, visando o ensino do conceito de lugar através de uma abordagem dos topônimos de vivência dos alunos – a rua onde mora. Constatou-se que a aplicação do Modelo Pedagógico Proposto para o Ensino do Lugar através dos Topônimos possibilita para a Geografia Escolar uma possibilidade a ser seguida e adaptada para a utilização da toponímia na sala de aula além de potencializar uma reflexão mais crítica dos alunos.

O Espaço Geográfico contemporâneo é compreendido como o resultado/reflexo das transformações e evoluções técnicas das sociedades humanas na Terra. Sendo este espaço um produto das relações mútuas entre a materialidade e o virtual, considera-se que dele derivam conceitos como Ciberespaço, que é dado pela interconexão de computadores no meio virtual, e Cibercultura, percebida enquanto cultura do mundo digital. Com a revolução técnica, científica e informacional, e com o advento da globalização, somos expostos a um mundo de “transformações aceleradas” nas esferas econômicas, políticas, sociais e, sobretudo, educacionais. Tais mudanças se materializam e se intensificaram com o contexto pandêmico provocado pelo SARS-CoV-2 (COVID-19), cuja “reprogramação” da vida passou a ser realizada e mediada pelo uso de dispositivos tecnológicos. Nesse entendimento, a escola, a sala de aula, os sujeitos que as ocupam e as práticas educativas foram movidas para uma realidade híbrida, mesclando as perspectivas do ensino com as tecnologias digitais. Assim, esta pesquisa propõe a reflexão e a experimentação do uso do podcast como metodologia no Ensino de Geografia considerando seu potencial enquanto espaço de diálogos e de difusão de narrativas escolares sobre o Espaço Geográfico contemporâneo, o Ciberespaço e a Cibercultura. Para tanto, esta dissertação propõe a elaboração de um arcabouço teórico sobre os conceitos abordados relacionando-os com o Ensino de Geografia e o aluno tecnológico; bem como a produção de uma sequência didática com o uso da mídia podcast. Como produto final, tem-se a aplicação dessa sequência didática e a reflexão acerca de sua experimentação a partir da correlação entre prática pedagógica e objeto de estudo na Geografia.

A presente pesquisa objetivou propor uma estratégia metodológica a partir das experiências desenvolvidas no componente Estágio Curricular Supervisionado em Geografia I no Curso de Licenciatura em Geografia (UFRN/CERES), centrada no conceito de Entorno Geográfico da escola como forma de aliar formação e práticas docentes iniciais. Considerando a estruturação do Estágio Supervisionado nos cursos de licenciatura em Geografia no Brasil, e em especifico a metodologia utilizada pela professora titular da disciplina Estágio Curricular Supervisionado em Geografia I, do curso de Licenciatura em Geografia (UFRN/CERES) e as observações dos professores de Geografia em formação (Estagiários) procuramos saber como os professores em formação compreendiam a instituição escolar e o Entorno Geográfico, os sujeitos e as relações de vizinhança no substratro espacial durante as suas primeiras experiências no Estágio Curricular Supervisionado I. Em relação aos procedimentos metodológicos, foram realizados levantamento bibliográfico, análise documental, observação das aulas teóricas do componente curricular em questão, observação da aula de campo e acompanhamento no trabalho de campo sobre o Entorno Geográfico a fim de aplicar a metodologia proposta com os professores em formação durante a execução do componente curricular mencionado. Com a pesquisa, percebemos que as possibilidades de professores em formação, considerando a formação prévia, e a caminhada feita até então no Curso de Geografia, permitiram a eles um exercício de análise espacial. Um exercício, pois mesmo não sendo análises críticas, fundamentadas adequadamente na teoria e em um acervo de experiências, nossa metodologia permitiu a construção de um estranhamento e de um primeiro olhar, o da escola em seu contexto socioespacial, a nosso ver imprescindível para a prática docente. O nível formativo geográfico em que se encontram quase sempre limita a análise espacial à localização, e, metodologicamente, à descrição. Contudo, consideramos necessária a reflexão sobre a importância do conhecimento da ação educativa para organização de práticas eficazes de ensino no âmbito da geografia. A esse propósito, o  componente Estágio Curricular Supervisionado é um dos pontos de partida para o processo de construção profissional da educação, alinhando os conhecimentos dos conteúdos específicos, no caso os da Geografia e as vivências propostas durante esse momento, o que provoca substancialmente a maturidade pedagógica e intelectual na formação inicial do professor de Geografia.

Autores no âmbito da Geografia Escolar que tem como foco o estudo da relação homem-natureza têm buscado compreender os fatores psicológicos do desenvolvimento e da aprendizagem humana que influenciam ou interferem na construção dos saberes geográficos. Estes tem se mobilizado na tentativa de definir abordagens de ensino que considerem as dimensões subjetivas e, portanto, singulares que os homens em sociedade estabelecem com a natureza, visando pensar práticas inovadoras de ensino que permitam apresentar aos alunos com necessidades educacionais especiais os diversos aspectos de um fenômeno geográfico. Em razão disso, nos propomos contribuir com os estudos da área elaborando um produto educacional que subsidie professores de alunos autistas em atividades de ensino da Geografia Escolar, visto que constatações resultantes da experiência pedagógica revelam que esses estudantes do Ensino Fundamental apresentam dificuldades em assimilar conceitos-chave da Geografia. Com base nesse antecedente definimos como problema de investigação responder: a Análise do Comportamento Aplicada constitui estratégia eficaz para o ensino da Geografia Escolar para alunos com autismo que cursam o Ensino Fundamental - Anos Iniciais? Com vistas a contribuir com a educação geográfica de alunos autistas, neste trabalho objetivamos: elaborar um manual instrucional contendo orientações teórico-metodológicas sobre o ensino de Geografia para alunos autistas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. A investigação lança mão dos procedimentos de pesquisa próprios à pesquisa documental e bibliográfica. A pesquisa documental buscou dar conta de analisar os documentos oficiais da educação que versam sobre as diretrizes nacionais e regionais do ensino da Geografia Escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os documentos oficiais utilizados foram: a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) e o Documento Curricular do Estado do Rio Grande do Norte - Ensino Fundamental (RN, 2018). A pesquisa bibliográfica visou o levantamento do estado da arte que trata sobre o ensino da Geografia Escolar, as características comportamentais do Transtorno do Espectro Autista, os aspectos teóricos e metodológicos da Análise do Comportamento Aplicada e as orientações técnicas e pedagógicas para elaboração de material didático, tomando como referência: Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009), Castellar, Cavalcanti e Callai (2012), Lear (2004), Khoury et al. (2014), Gaiato e Teixeira (2018), Preti (2010), Bento (2013) e Santos (2019). Os resultados da pesquisa nos permitiram responder afirmativamente a questão do estudo, ao demonstrar que a Análise do Comportamento Aplicada é a única abordagem de ensino com comprovação científica que oferece contribuições para o desenvolvimento escolar do aluno com Transtorno do Espectro Autista, sendo capaz de oferecer embasamento teórico para elaboração do material Ajude-nos a Compreender o Espaço Geográfico - manual pedagógico com orientações ao professor de aluno autista. A pesquisa que ora se apresenta, apoiado na investigação e elaboração de produtos educacionais como produto final de trabalho de conclusão de curso de mestrado profissional, coloca o GEOPROF como programa de pós-graduação que propõe ao professor da educação básica pensar o ensino de Geografia ancorado em práticas inclusivas que visam incluir alunos que historicamente sofrem com a segregação nos ambientes escolares.

A avaliação da aprendizagem tem sido temática de várias discussões dentro do contexto educacional, pois assume papel de destaque, dado seu caráter indissociável, dentro do processo de ensino-aprendizagem. Tendo em vista sua dimensão política e pedagógica, é que teceremos reflexões acerca da avaliação no processo de aprendizagem em Geografia, com foco na questão do uso dos critérios. Levando em consideração este encadeamento, o presente estudo define como problema de investigação: a partir de quê parâmetros os professores do Ensino Médio das escolas públicas de Aracati - CE definem os critérios de avaliação de aprendizagem em Geografia? Para isso, elencamos como objetivo geral: construir um manual de orientação para elaboração de critérios, instrumentos e estratégias para avaliação de aprendizagem em Geografia, para uso por professores do Ensino Médio. Para o processo investigativo, adotamos procedimentos do âmbito da pesquisa qualitativa, estruturada em três abordagens: 1) a pesquisa bibliográfica, com estudos amparados na literatura cientifica para compreensão da concepção formativa da avaliação, suas funções e procedimentos baseados em Sacristán (1998), Perrenoud (1999), Luckesi (2011) e Hoffmann (2018), bem como ao que concerne o ensino de Geografia referenciado em Filizola (2009), Cavalcanti (2013) e Silva (2017); 2) a pesquisa documental, a partir da análise dos documentos curriculares, em específico no que refere à indicação dos conteúdos, das competências e habilidades propostas à Geografia no Ensino Médio, a saber da BNCC (2018) e das diretrizes curriculares do estado do Ceará, denominada de Coleção Escola Aprendente (2008); 3) por fim, a pesquisa descritivo-exploratória, para a realização do levantamento de dados com a aplicação de questionário junto aos professores das escolas campo da pesquisa. O campo de pesquisa refere-se ao município de Aracati – CE, tendo como colaboradores professores que lecionam o componente curricular de Geografia nas escolas públicas de Ensino Médio na referida cidade. Como resultados, constamos que os professores entrevistados praticam a avaliação somativa. Em relação ao uso dos critérios, existe uma fragilidade quanto a definição e ligação junto aos objetivos de ensino, fator que torna a avaliação do processo de aprendizagem em Geografia reducionista, com foco apenas no desenvolvimento de competências de domínio do conhecimento. Diante desse contexto, a realização desta investigação e seus achados possibilitaram reflexões em torno da avaliação da aprendizagem no processo de ensino de Geografia no Ensino Médio, subsidiando a construção do produto final, o Manual de Orientações.

A geopolítica é matricial na evolução da ciência geográfica e estruturante para formação do raciocínio espacial em escala global, mundial e local. Essa visão torna, em certa medida, a geografia como a que ensina sobre a divisão da Terra em continentes, países, estados, cidades. A tarefa de desenvolver competências e habilidades que leve a aprendizagem dessas divisões, requer ensinar como os diferentes interesses sociais, econômicos, políticos e culturais tramam as permanências e alterações que movem o cenário geopolítico. Desta feita, o professor de Geografia é levado a desenvolver estratégias de ensino para atingir o propósito. As histórias em quadrinhos apresentam-se como um campo de estudo inovador, considerando que as explorações de temas geopolíticos são recorrentes nessas revistas. O trabalho investiga como as narrativas das Histórias em Quadrinhos podem ser problematizadas para ensinar temáticas da Geopolítica prescritas para a geografia escolar. Outrossim, como a linguagem em quadrinhos pode ser uma estratégia para ensinar Geografia, considerando as escalas de vivência dos alunos, das séries finais do ensino fundamental II, em São Bento do Trairi/RN. As questões nos remetem a análise de Histórias em Quadrinhos (HQs) como uma linguagem que associa ensino e estratégia, com ênfase na Geopolítica e na realidade escolar da cidade de São Bento do Trairi/RN e a proposição de uma HQ para ser usado em sala de aula. A metodologia está baseada na pesquisa bibliográfica, cujo resultado embasa teórico e metodologicamente o trabalho em autores como Serres (2013); Raffestin (1993), Andrade (1995), Souza (1995), Haesbaert (2004), Santos (1999), Vesentini (2010), Fonseca (2017), Claval (1979), Castro (2005), Mello (1999); Costa (1992); Vergueiro (2004), Campos (2013), Silva (2012), Rezende (2009), Cirne (2000), Eisner (1995), Rama e Vergueiro (2006), Pires (2005), Filho (2017);  Souza (2019) e na pesquisa exploratória com levantamento e análise de  documentos como Plano Municipal de Educação (PME),  os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os Projetos Políticos Pedagógicos e Regimentos Internos das escolas, os planejamentos anuais dos professores dessa disciplina, além de histórias em quadrinhos antigas, livros didáticos da disciplina de Geografia. Foi realizado um levantamento de informações nas escolas objeto da pesquisa sobre o processo de ensino e aprendizagem em Geografia, além de com observações de aulas do 8ª ano e 9ª ano do Ensino Fundamental II. Feito registros fotográficos e anotações em diário de campo, ampliaram os suportes utilizados na pesquisa. Diagnosticamos a carências quanto aos recursos didáticos, estratégias de ensino e as linguagens usadas em sala de aula para trabalhar com os conteúdos da Geopolítica. Considerando essa lacuna propusemos e desenvolvemos a HQ MARGEO para possibilitar aos docentes um material auxiliar ao ensino do raciocínio espacial por meio de uma linguagem especifica. 

No estágio atual da Globalização, as tecnologias da informação e da comunicação se fazem cada vez mais presentes no cotidiano de todos os agentes sociais. Na Educação, o processo de ensino e aprendizagem não deve ser mais realizado como outrora, por meio apenas de aula expositiva e recomendação de tarefa na perspectiva mnemônica. É pertinente que as tecnologias da informação e comunicação – TICs, sejam utilizadas para tornar o processo educacional dinâmico e contextualizado ao cotidiano dos agentes sociais envolvidos, possibilitando, assim, que os estudantes sejam protagonistas do processo, desenvolvido com a mediação do professor. Nesse sentido, focando no ensino de Geografia no Ensino Básico, objetivou-se discutir de forma analítica as contribuições das metodologias ativas de ensino e de aprendizagem em Geografia, seguida da elaboração de uma Cartilha Didática com orientações pertinentes à aplicação da metodologia Sala de Aula Invertida (SAI) em processo educacional realizado na Educação Básica. Com o fundamento metodológico dos princípios da pesquisa qualitativa e aplicada, desenvolvemos o Relatório partindo de uma introdução com a sintetização do tema, apresentado de forma clara e contextualizada sobre os novos paradigmas da educação e do processo de ensino, justificando a abrangência da realidade abordada e investigada no estudo. Em seguida apresentamos a metodologia com sistematização metodológica, incluindo a elaboração da Cartilha Didática. No capítulo posterior refletimos teoricamente sobre metodologias ativas de ensino e aprendizagem em Geografia, com foco na SAI. Com essa caracterização, propomos o desenvolvimento de sequência didática em Geografia por meio da aplicação da SAI, a qual denominamos de SAIGEO. Assim, concluímos a pesquisa com resultados de reflexões teóricas e fundamentos que possibilitaram a proposição de estratégias e técnicas pedagógicas, elencadas também em Produto Educacional, que podem ser usadas pelo professor na sua prática, contribuindo para que os alunos possam compreender o raciocínio geográfico, com visão crítica sobre o seu espaço de vivência.

O ensino da Geografia, acompanhando a trajetória da Educação, absorve demandas propostas pelo sistema de ensino e pela sociedade, direta ou indiretamente, tornando necessário pensar e discutir sobre a inclusão, sistematização e operacionalização de temáticas que se evidenciam importantes, cuja inserção no currículo se efetiva por exigência da legislação vigente. Nessa tessitura, destaca-se a temática indígena, que embora já seja contemplada no currículo da disciplina Geografia, reivindica uma maior atenção, sobretudo na área das Ciências Humanas e Linguagens. Neste trabalho, buscou-se investigar como a temática indígena se insere no ensino da disciplina Geografia no Ensino Médio. Nessa perspectiva, a pesquisa realizada objetivou analisar o contexto no qual a temática em pauta se inseriu como tópico de conteúdo da disciplina Geografia; evidenciar os principais marcos normativos da Educação brasileira - LDB, PCNs, BNCC, bem como o novo Documento Curricular do Ensino Médio do Rio Grande do Norte e os editais do PNLD antes e depois da promulgação da Lei 11.645/2008; examinar as coleções de Geografia aprovadas no edital do PNLD 2018, verificando o conteúdo dos livros a luz dos critérios de avaliação do referido edital, e elaborar proposições de sequências didáticas, contemplando a temática indígena, voltadas para o ensino de Geografia no Ensino Médio, sendo este material didático o produto resultante desse esforço de produção técnica e intelectual. Portanto, os resultados desse itinerário de pesquisa estão expostos no Relatório Técnico-Científico e no material didático textual, em anexo, o qual sistematiza uma visão da temática indígena para além do livro didático, sugerindo sequências didáticas que podem ser adaptadas pelo professor no decurso de sua práxis. A Geografia visa a compreensão das transformações do espaço geográfico como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder. Sendo assim, se destaca como uma disciplina que tem amplo potencial para o ensino da temática indígena, discutindo aspectos de diferentes naturezas, desde subtemas que versam sobre etnia, distribuição no território, demarcação de terras, relação com o meio, modo de vida, bem como os processos conflituosos envolvidos na luta pela terra e na reivindicação de seus direitos.

Constatações resultantes da experiência profissional revelam que estudantes do Ensino Fundamental apresentam dificuldades em assimilar conceitos-chave da Geografia e, especificamente, aquele relativo à paisagem. Com base nesse antecedente definimos como problema de investigação responder: a representação gráfica através do desenho constitui estratégia eficaz para o ensino do conceito de paisagem para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental? Como objetivo geral definimos: apresentar a proposta de um manual instrucional de desenho acompanhado de um caderno para o professor, ambos contendo orientações teórico-metodológicas sobre o conceito de paisagem para utilização no 6° ano do Ensino Fundamental, que contemple aspectos do ensino e da aprendizagem escolar desta categoria geográfica. A investigação teve aporte em três procedimentos: a pesquisa bibliográfica, a análise documental e a pesquisa exploratória. A pesquisa bibliográfica tentou dar conta do estado da arte acerca dos estudos sobre categorias geográfica e de análise, a paisagem e o desenho, tomando como referência Santos (1997), Callai (2010), Miranda (2005), Pillar (2012), Almeida (2014) e Pontuschka; Paganelli; Cacete (2009). A análise documental encampou o Projeto Político Pedagógico da escola campo de investigação e documentos do arquivo da Escola Municipal Raimundo Pelópidas de Araújo, localizada na cidade de Russas-CE, o que possibilitou a organização de informações que levaram a caracterização da instituição educativa, e a definição do perfil dos alunos participantes desse estudo. A pesquisa exploratória, a partir da estratégia de diagnóstico de domínio de conhecimentos, Mapa Falado, possibilitou validar o desenho como estratégia para o ensino de paisagem. Os dados coletados, sistematizados e analisados através da análise de conteúdo de Bardin (1977), apresentaram a paisagem do cotidiano do aluno, expressa através da linguagem gráfica, possibilitando constatar a potencialidade do desenho como recurso para o ensino. Os resultados nos permitiram responder afirmativamente a questão de pesquisa proposta, ao demonstrar a eficácia da estratégia do desenho como procedimento didático-pedagógico eficaz, o que nos direcionou para a elaboração do Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem, acompanhado do Caderno Pedagógico com Orientações ao Professor. Esse estudo, ancorado na investigação e elaboração de produtos educacionais construídos como produto final de trabalho de conclusão de curso de mestrado profissional, coloca em evidência o GEOPROF como um programa de pós-graduação que oportuniza o professor que está no ensino básico a diversificar a sua prática através do contato com novas metodologias de ensino.

O ensino de Geografia busca constantemente promover a produção de conhecimentos e o debate acerca de diversos saberes, dentre estes o da religião. Entretanto, o saber religião não é destacadamente tratado em aulas de Geografia, enquanto fator importante para o entendimento da produção do espaço geográfico. Assim, objetivamos apreender a abordagem do saber religião no ensino escolar de Geografia, propondo estratégias metodológicas para se trabalhar a relação entre espaço e religião. Toda a discussão que realizamos é fundamentada nos caminhos da interdisciplinaridade, considerando conhecimentos de outras disciplinas, como a História e a Sociologia. Dessa maneira, refletimos teoricamente sobre o saber religião em Geografia, atentando para a abordagem desse saber em livros didáticos utilizados pelos professores de Geografia do Ensino Médio das escolas públicas na cidade de Caicó (RN). Além disso, analisamos a abordagem desse saber desenvolvida pelos referidos professores de Geografia, por meio da realização de entrevistas com esses profissionais, com a aplicação de questionário semiestruturado afim de entender melhor sobre a prática docente e conhecer a realidade em que esta é desenvolvida. Por fim, propomos estratégias metodológicas para se trabalhar o saber religião no ensino escolar de Geografia. Portanto, com esta pesquisa buscamos colaborar com a continuidade dos estudos acerca da Geografia da religião, trazendo à tona reflexões, análises e estratégias metodológicas mirando o melhor entendimento desse saber na Geografia escolar.

O conhecimento geográfico surge nos primórdios da humanidade sendo baseado na observação e na experiência. Essa forma de conhecimento antecede a chamada Geografia científica que só se tornou um conhecimento sistematizado no século XIX com os trabalhos de de Humboldt e Ritter. No Brasil, a Geografia já era parte integrante dos currículos da educação básica antes da sua institucionalização como ciência. Sua consolidação como disciplina ocorreu no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1837 e so veio tornar caráter científico com a criação do primeiro Departamento de Geografia na Faculdade de Filosofia, Ciências e letras da Universidade de São Paulo em 1934. Uma das primeiras formas de institucionalização do saber geográfico no Brasil é o livro didático que se apresenta como o material mais utilizado pelos professores e alunos nas escolas de ensino básico do Brasil, especialmente nas escolas da rede pública. Percebe-se que os livros didáticos de Geografia utilizados no Brasil abordam conteúdos generalizados que, na maioria das vezes, não abordam os conteúdos específicos de algumas regiões. Nesse sentindo, os livros regionais surgem com o intuito de servir de auxiliares aos livros didáticos disponibilizados pelo Ministério da Educação nas escolas públicas. Diante a bibliografia analisada, percebe-se a importância de trabalhar a geografia regional com exemplos locais em sala de aula. Foi constatado que no Rio Grande do Norte existem poucos exemplares de materiais didáticos regionais de Geografia e quando se trata do Seridó Potiguar, não existem um material didático que reproduzem todas as características peculiares da região em um livro didático de Geografia. A partir dessa afirmativa, o presente trabalho objetiva elaborar um material textual que verse sobre a Geografia do Seridó Potiguar voltado para os estudantes do ensino fundamental. Do ponto de vista metodológico essa pesquisa está trabalhando com método indutivo utilizando a abdução, trabalhando com temas locais para que o aluno possa entender os conhecimentos gerais estrutura-se nas seguintes fases: observações empíricas dos fenômenos, pesquisas bibliográficas, trabalho de campo e produção do material. Com base nos dados dessa pesquisa, está sendo elaborado o livro didático intitulado “Geografia do Seridó Potiguar” que apresenta os aspectos físico-naturais e sociais da região buscando reproduzir conteúdos locais voltados para o ensino fundamental.

No âmbito da geografia escolar, o conteúdo energia eólica se destaca na compreensão da sua necessidade como fonte de energia, sua importância para vida em sociedade e para as atividades humanas, possuindo forte relação com o espaço geográfico. Dentro da perspectiva espacial, este conteúdo está relacionado com diferentes aspectos da realidade – economia, política, ambiente, sociedade, cultura, etc. Situar este conteúdo na perspectiva espacial e trabalhando sua espacialidade, suas implicações socioambientais e suas relações com as dimensões da realidade, resultará na compreensão deste como inerente no entendimento do espaço geográfico. Diante disso, esta pesquisa propôs como objetivo analisar o conteúdo da energia eólica e seu desenvolvimento no ensino de geografia. Entender como se apresenta este conteúdo no ensino de geografia, a relação entre o professor e este conteúdo, e este com relações intensas com a metodologia e os recursos de ensino, justifica-se como a contribuição que a pesquisa poderá trazer para a compreensão das relações que envolvem estes variados elementos do processo de ensino. O percurso metodológico se deu inicialmente com o levantamento bibliográfico, seguido da análise do conteúdo de energia eólica presente nos livros didáticos e aplicação de questionário com professores de geografia. Apesar da importância da energia eólica enquanto atividade econômica em expansão, sua abordagem na geografia escolar ainda possui lacunas em não apresentar sua espacialidade e seus impactos socioambientais, cruciais para entendê-lo dentro da perspectiva geográfica. O conteúdo de energia eólica presente em livros didáticos atuais também necessitam de complementação, principalmente no que se refere à materiais que foquem este tema na perspectiva geográfica, principalmente outros recursos de ensino, como paradidáticos, mapas, e jogos, além de novas metodologias.

Esta dissertação tem como temática a linguagem no ensino de Geografia. Surge da seguinte problemática: quais as concepções teórico-metodológicas relacionadas à região que estão presentes no ensino de Geografia? Como o Geozine pode se constituir um suporte de combinações de linguagens diversas para o ensino de região, articulando diferentes escalas espaciais? As questões apresentadas nos conduzem a compreender o ensino do conteúdo de região, no âmbito do 7º ano, considerando o uso de diferentes linguagens em escolas públicas da cidade de Juazeiro do Norte. Metodologicamente, realizou-se pesquisa exploratória em documentos como Projetos Políticos Pedagógicos-PPP, Regimentos Escolares-RE e o livro didático de Geografia utilizado nas escolas; fizemos observações e registros das aulas dos professores que ministram a disciplina de Geografia no 7º ano sobre o conteúdo regional com o propósito de identificar como se dá o uso das linguagens no ensino de região. A partir dessa exploração, verificamos lacunas quanto ao uso de linguagens diversas e situar o Geozine como uma linguagem que combina esteticamente diferentes elementos artísticos, textos em prosa e versos, imagens, colagens, que amplia as condições metodológicas para o ensino de geografia. Para dá consistência teórica ao trabalho foram importantes as contribuições de Deleuze e Guatarri (2001) e Vygotsky (1998) sobre conceito e sua formação na mente humana; a dimensão do conceito de região na ciência geográfica e a relação com o ensino na escola a partir de Cavalcanti (1998) e Couto (2006), Magalhães (2013) sobre os fanzines; Mikhail Bakhtin (1981), Chauí (2001) na discussão sobre linguagem; e Costa (1971 e 1972) e os seus estudos sobre a linguagem didática, e Pontuschka, Paganelli e Cacete (2007) na perspectiva do uso das linguagens na Geografia escolar; Oliveira Junior (2017) e Ferraz (2017) no entendimento de Geografia a partir das linguagens como possibilidade de refletir o espaço geográfico .

De acordo com nossas experiências docentes, notamos que muitos estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio apresentam dificuldades em assimilar alguns conceitos de Geografia Física trabalhados no cotidiano de sala de aula, além de dificuldades em estabelecer relações entre os conteúdos ministrados com a sua própria realidade. Diante disso, o presente trabalho objetiva a produção de um material didático lúdico de auxílio aos professores de Geografia. Trata-se de um jogo de tabuleiro denominado Discovery RN. O jogo em questão, visa ser um recurso didático de auxílio aos processos de ensino e aprendizagem dos estudantes do primeiro ano do Ensino Médio da Educação Básica. Para tanto, realizamos uma revisão bibliográfica e documental sobre o potencial dos jogos no ensino de Geografia; revelamos como foi pensado e confeccionado o jogo de tabuleiro Discovery RN, bem como funciona toda a dinâmica do jogo; relatamos uma experiência com o jogo na turma do primeiro ano do Ensino Médio relacionando as potencialidades do jogo para o estímulo de múltiplas inteligências, habilidades e competências. Por fim, aplicamos um questionário com os alunos no intuito de compreender como o jogo pode contribuir para o processo de ensino e aprendizagem e observamos a percepção do aluno em relação a proposta do jogo. Assim, fizemos uma análise sobre todo o processo, desde a confecção do jogo à sua aplicação. O Discovery RN revelou ser uma opção didática relevante para melhorar a interação dos discentes, expandir a temática estudada em sala de aula, além de apresentar um importante fator atrativo para os estudantes e uma forte incidência na agilização da atividade mental do aluno. Esperamos que nosso estudo e a experiência com o uso do jogo aqui abordada sejam primordiais para reflexões a posteriori, para todos os que estiverem dispostos em contribuir para que a escola possa ser repensada e consiga corresponder às demandas da sociedade.

Este trabalho tem por objetivo a elaboração de um livro paradidático que verse sobre a Geografia Urbana de Timbaúba dos Batistas. Partindo do princípio de que a Educação Geográfica baseia-se em conhecer a realidade local e poder comparar com outras realidades de diferentes escalas, buscamos com essa produção atribuir significado ao conhecimento do lugar de origem dos alunos. Os livros didáticos adotados nas escolas não contextualizam essa realidade, devido a sua escala de abrangência nacional. A pesquisa desenvolvida objetivou a produção de um livro paradidático, voltado para o 6^o ano do ensino fundamental, que consiste em uma contribuição ao ensino acerca de abordagens conceituais sobre lugar e paisagem. O livro encontra-se organizado em cinco capítulos que contemplam a formação socioespacial, a configuração urbana, principais manifestações culturais, a figura artística de Elino Julião, e uma proposta metodológica com sugestões de atividades a serem desenvolvidas com os alunos. A escrita desse livro paradidático consiste em um esforço de contribuir para o ensino na perspectiva da Educação Geográfica e da Geografia Escolar, ou seja, de um conteúdo que assuma importância e significado para o aluno por tratar da realidade onde ocorrem suas vivências, e também para o aprimoramento das práticas pedagógicas.

Este trabalho versa sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e o mercado do livro didático no Brasil, trazendo reflexões sobre a importância do PNLD e sua inserção na Política Nacional de Educação, suas bases pretéritas, o mercado editorial e os sujeitos envolvidos no processo de escolha do livro didático. Além desse aspecto, buscou-se evidenciar a influência do PNLD no ensino de Geografia na rede pública do município de Parnamirim (RN). Nessa perspectiva surge a seguinte questão: como o processo de escolha do livro didático é influenciado pelo mercado editorial e como ele afeta o ensino da rede básica de Parnamirim (RN)? O objetivo geral consiste em analisar o processo de escolha do livro didático na rede básica de Parnamirim (RN) e investigar a influência desse recurso sobre o ensino de Geografia no município.  O desenvolvimento do projeto esteve apoiado na pesquisa documental e bibliográfica, além da pesquisa empírica, com levantamento de informações nas escolas e aplicação de entrevistas com os docentes e discentes. Sobre o livro didático e o processo de escolha do mesmonos aportamos nas ideias de Maciel (2016), Lajoro (1996), Schäffer (2003), Bittencourt (1993), Choppin (2004), Vasconcelos e Souto (2003), Sposito (2006), Wille e Braga (2010), Val (2004),Razzini (2010), Santos (2006), Santos (2016), Romanatto (2009), Silva (1992). Para a compreensão do mercado do livro didático usamos como referência Cassiano (2004, 2005 e 2007), Warde (2011), Silva (2012), Munakata (2012 e 2016), Mello (2012), Marx (1971 e 1968). Sobre o ensino utilizamos autores como Ponthuschka, Paganelli e Cacete (2007), Libâneo (1991,1994 e 2012), Nuñez, Ramalho, Silva e Campos, (2009). Para falar sobre ensino e LD, usamos Cavalcanti (2010),Pires (2009), Pina (2009). Os resultados da pesquisa apontam alguns problemas no que se refere ao processo de escolha do livro didático na rede básica pública de Parnamirim (RN), já que constatamos que o mesmo sofre forte influência do mercado editorial, uma vez que, a prática de escolha é mediada pelos representantes das grandes editoras, condições que afetam diretamente, o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que, as práticas de planejamentos dos professores, limitam-se em gerais, ao uso dos capítulos do LD adotado, tornando o ensino ainda mais enciclopédico, conteudista. Ademias, ficou constato por parte dos alunos algumas falhas conceituais, linguísticas nos LDs, que também afetam o ensino, por dificultarem o entendimento, assim, cabendo reflexões sobre todos esses pontos.

Os conhecimentos cartográficos possuem estreita relação com o processo de ensino-aprendizagem da Geografia, podendo ser vislumbrados como conteúdo específico ou ainda ser utilizados como recursos metodológicos. Nesta vertente, e considerando a importância da Cartografia para a Geografia, focamos esse trabalho no exame do saber cartográfico presente na educação básica, notadamente na disciplina de Geografia, lecionada em turmas do ensino fundamental, anos finais. Teoricamente, foram discutidas questões inerentes à Geocartografia e à formação inicial do professor nos cursos de licenciatura plena em Geografia, considerando aspectos dessa formação e seus reflexos na prática docente no chão de sala, embasando a problemática de pesquisa nas dificuldades de formação e atuação pedagógica quanto ao ensino cartográfico e, por extensão, problematizando o ensino de Geografia a partir dessas dificuldades. Aliamos as contribuições teóricas com investigações em campo, considerando nosso recorte empírico (ensino fundamental, anos finais, ofertado no município de Pombal – PB), ouvindo e analisando a experiência de professores envolvidos nesse processo de ensino. Portanto, a natureza deste trabalho teve como objetivo investigar os saberes cartográficos relacionados ao ensino da Geografia Escolar. Nesse sentido, desenvolvemos uma análise da formação cartográfica do professor de Geografia, observando como se configura sua prática de ensino em relação Cartografia Escolar, identificando possíveis dificuldades ou potencialidades no trabalho com essa temática. Por fim, propusemos elaborar uma abordagem teórico-metodológica baseada na elaboração de sequências didáticas, visando oferecer um elemento norteador que possa vir a ser aplicado em sala de aula por professores que lecionam a disciplina de Geografia nos anos finais do ensino fundamental, tendo como enfoque a abordagem dos conhecimentos cartográficos.

Este trabalho tem como objetivo apresentar como se deu a elaboração do livro paradidático O Castigo Veio a Cavalo, um material didático que possibilita ao professor de Geografia trabalhar os conteúdos da referida disciplina, além dos conceitos de lugar e paisagem, por meio de uma perspectiva regional. Assim, parte-se do pressuposto de que a leitura escrita é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem, além da relevância de se levar em consideração a vivência do aluno. Cabe destacar que os livros paradidáticos são materiais que praticamente não são utilizados pelos docentes de Geografia. Embora saibam da existência deles no contexto escolar e de suas possibilidades de uso, ainda não conseguem inseri-los no ambiente de sala de aula. Dessa maneira, foi elaborado um material a partir das dificuldades apresentadas pelos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e seus respectivos professores de Geografia. Produziu-se, assim, uma obra na qual a personagem Beli narra sua aventura com seus amigos Léo e Tajuba pela Região do Seridó Potiguar. No percurso dessa jornada, os alunos leitores vão descobrir aspectos econômicos, culturais, sociais e históricos da Região do Seridó, que darão subsídio para o professor trabalhar os conteúdos e conceitos da Geografia abordados no 6º ano do Ensino Fundamental. Levaram-se em consideração os atrativos que aguçam os alunos na escolha de um livro, além de usar uma linguagem menos formal. Para o educador, preparou-se uma proposta metodológica a partir do enredo do livro, mas cabe ressaltar que não é um receituário, posto que a melhor estratégia é aquela que conduz o aluno ao aprendizado, de modo que o professor é quem conhece a realidade dos seus alunos. Por fim, esperamos que esse livro contribua para o processo de ensino-aprendizagem da Geografia, incentivando os docentes a utilizar esse recurso didático.

O presente trabalho se empenhou na produção do livro paradidático intitulado “Grandes reservatórios do Seridó Potiguar”. De modo geral, este estudo objetivou elaborar um material textual (livro paradidático), voltado aos estudantes de geografia do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, acerca dos grandes reservatórios artificiais do Seridó Potiguar e do município de Jucurutu, abordando sua importância no âmbito da disciplina de Geografia. De maneira específica, o presente estudo teve por escopo: elaborar uma síntese histórica da construção dos maiores reservatórios do Seridó Potiguar; descrever as principais características socioambientais do Seridó Potiguar, relacionando com a construção dos reservatórios artificiais nessa região, e caracterizar os maiores reservatórios artificiais e seus usos. O livro está estruturado com uma introdução e cinco capítulos, um para cada reservatório em estudo. A introdução discute as características geográficas do Seridó Potiguar; o primeiro capítulo versa sobre o açude Itans; o segundo capítulo sobre o Gargalheiras; o terceiro sobre o Açude Santo Antônio (Sabugi); o quarto sobre a Barragem de Boqueirão de Parelhas e o quinto sobre a Barragem de Oiticica, que se encontra em fase de construção. Durante a escrita dos referidos capítulos, buscou-se uma linguagem mais acessível ao público alvo (alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio), transformando linguagens técnicas e acadêmicas de livros, relatórios, dissertações e outros textos em uma linguagem didática e adequada ao nível de ensino ao qual se direciona este material. O contexto atual vivido pela região semiárida brasileira, especificamente pelo o Seridó norte-rio-grandense, de crise no abastecimento de água devido à estiagem que assola esse espaço desde o ano de 2012 até 2017, torna evidente a importância que a temática Recursos Hídricos (Grandes Reservatório) assume nas vivências dos alunos, afetando diretamente o cotidiano dos mesmos. Assim, o livro aproxima os discentes desse conteúdo geográfico vivenciado dia-a-dia, bem como contribui para a ciência geográfica e para o desenvolvimento do ensino de geografia no âmbito do estado do Rio Grande do Norte.Produção do Livro Paradidático “Os Maiores Reservatórios do Seridó Potiguar”

O presente trabalho tem como objetivo analisar a contribuição do ensino de geografia na promoção da educação ambiental. Para isso, definimos como base de investigação as práticas e saberes dos professores que lecionam geografia nos anos finais do ensino fundamental em escolas da cidade de Caicó, Estado do Rio Grande do Norte. Estamos movidos pela convicção de que o ensino de geografia precisa corresponder aos avanços teóricos e metodológicos da educação brasileira, mediante o desafio de construir conhecimentos que favoreçam a formação do aluno e para que possa obter melhorias significativas no processo de ensino-aprendizagem. Na perspectiva de desvendar novos caminhos que se aproximem de uma proposição mais crítica e reflexiva no ensino de geografia, na promoção da educação ambiental, desvelaram-se, a partir do embasamento teórico, os saberes necessários. Desse modo, destacamos: Cotidiano; Interdisciplinaridade; Participação e Relação local/global. No âmbito dos estudos realizados, consideramos que uma nova proposta da organização curricular por temas geradores é uma dimensão a ser incorporada pelo ensino de geografia com condições de discutir em profundidade as relações éticas e solidárias, com atos mais sensíveis e criativos das nossas relações com o ambiente. Esta pesquisa utilizou como procedimento metodológico uma abordagem de natureza qualitativa realizada a partir de entrevistas semiestruturadas com 20 professores de geografia, em escolas que contemplam os anos finais do ensino fundamental das redes de ensino público estadual, municipal e particular, todas localizadas na cidade de Caicó-RN. Os dados analisados revelam que um número significativo dos professores reconhece a necessidade de incorporar teorias e metodologias no ensino de geografia, na promoção da educação ambiental, mas verificamos que a maioria dos docentes não exercita, por exemplo, a interdisciplinaridade na prática, bem como, observamos na fala dos mesmos que é bastante tênue a participação do aluno na sugestão de temas sobre meio ambiente que ainda assim mantém uma forte ligação com os conteúdos abordados pelo livro didático ao tratar do cotidiano e da relação local/ global, o que conduz a uma aprendizagem pouco atrativa e sem significado para o aluno.

O desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) caracteriza a sociedade desde as duas últimas décadas do século XX e tem influenciado em diversas áreas, dentre elas a Educação. No âmbito desta, são vários os cenários de transformação que afetam o processo de ensino e aprendizagem repercutindo sobre o docente, o aluno, os recursos e materiais didáticos, a metodologia de ensino, entre outros. Inserido neste cenário encontra-se o Ensino de Geografia, o que tem instigado estudos em várias perspectivas, dentre as quais, as metodologias de ensino. Com base nesses pressupostos desenvolveu-se uma pesquisa sobre o tema produção videográfica como metodologia para o Ensino de Geografia, tendo a percepção dos lugares dos alunos no espaço escolar e o ensino do conceito de lugar como focos da abordagem. O objetivo geral do trabalho é compreender o processo de produção videográfica sobre o lugar, no âmbito da Geografia do Ensino Fundamental II, e como objetivos específicos: identificar as percepções dos alunos acerca da realidade encontrada nos lugares de vivência na escola, e explicar a mediação didática na produção videográfica sobre o lugar a partir da percepção/vivência do aluno no espaço escolar e da organização didático-pedagógica do professor. Metodologicamente, realizou-se pesquisa bibliográfica em obras que abordam o conceito de lugar e como é tratado no Ensino de Geografia; o livro didático e suas implicações para a aprendizagem e para a docência no que concerne ao conceito de lugar; e a produção videográfica enquanto estratégia ou recurso metodológico que se acrescente aos habitualmente utilizados como o livro didático. Procedeu-se com uma pesquisa exploratória visando analisar como se apresentam as abordagens ao conceito de lugar nos livros didáticos de Geografia para o Ensino Fundamental II. O método qualitativo foi utilizado apoiando-se em um formulário especificamente elaborado com enquetes que objetivaram verificar como o conceito de lugar perpassa os conteúdos e recursos destes livros didáticos. A  pesquisa de campo ocorreu por meio de observação participante e entrevistas com os alunos da Escola Municipal Professora Jacira Medeiros de Souza Silva Lima. A produção videográfica realizada pelos alunos com a mediação didática do professor, ocorreu a partir das seguintes etapas: planejamento, na qual foi definido o percurso metodológico e o cronograma da produção videográfica, além da escolha dos alunos que fizeram parte da equipe de produção do vídeo; pré-produção, na qual este professor pesquisador procedeu como mediador das devidas orientações e preparação dos alunos e do roteiro do vídeo dentro do tema proposto; produção, na qual ocorreram as captações de imagens, áudios e vídeos necessários ao cumprimento do roteiro; e pós-produção, direcionada para a edição do vídeo. Ao longo das fases de construção do produto (vídeo) desta pesquisa com os alunos, a mediação docente proporcionou novas possibilidades para as escolhas didático-pedagógicas para o ensino do conceito de lugar; e foi essencial para aproximação deste conceito às percepções dos alunos acerca dos lugares de suas vivências na escola. Constatou-se que a aplicação do uso da linguagem audiovisual para o Ensino de Geografia possibilita um envolvimento mais intenso entre conceitos geográficos e a realidade vivenciada; além da potencialização da imaginação e da reflexão crítica nos alunos, o que conduzirá a melhor compreensão dos conteúdos da disciplina dispostos nos livros didáticos.

Pensar em avaliação no ensino de Geografia também é pensar a docência e seus contextos socioeducativos, o que inclui considerar o espaço e a cultura escolar, o tempo e os sujeitos envolvidos nessa tessitura. Ao considerar os estudos a respeito da prática docente e avaliação da aprendizagem, o presente trabalho tem como objetivo analisar a influência do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) nos procedimentos de avaliação utilizados por professores de Geografia, em turmas concluintes do Ensino Médio de escolas públicas de Natal-RN. Para isso, o trabalho se fundamenta teoricamente em autores que estão na interface entre a Geografia, o ensino, e a educação, a exemplo de estudiosos como Santos (2006), Morin (2014), Cavalcanti (1998), Vesentini (2009/2013), Tardif (2002), Zabala (1998), Luckesi (2011) e Libâneo (2013). O estudo foi desenvolvido a partir de pesquisa exploratória realizada em cinco escolas públicas de Natal-RN, com participação de 5 professores de Geografia e 218 estudantes concluintes do Ensino Médio. Metodologicamente foi realizado levantamento de dados nos microdados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e, com a finalidade de definir o recorte empírico, foi utilizada a técnica da amostragem probabilística para escolha das escolas pesquisadas. Utilizamos a abordagem qualitativa para a coleta e tratamento dos dados, obtidos por meio de observação participante; uso de diário de campo; questionários aplicados com estudantes; entrevistas semiestruturadas com professores de Geografia; coleta e análise documental. O contato com o espaço escolar e os resultados obtidos mostraram que, com embasamento nos direcionamentos propostos pelo Novo ENEM, é possível se pensar em procedimentos e estratégias de avaliação mais contextualizadas com a realidade vivida nas escolas públicas. Todavia, constatou-se a existência de desafios consideráveis quando relacionamos a proposta de avaliação preconizada no Novo ENEM e os registros verificados nas escolas públicas participantes da pesquisa, assim como nos relatos expostos pelos estudantes e docentes dessas instituições.  Portanto, ações pedagógicas e de pesquisas, os quais busquem investigar os processos de avaliação no ensino e na aprendizagem de Geografia, são fundamentais, pois contribuem para reflexão crítica e direcionam/sensibilizam um processo formativo mais significativo de construção do conhecimento geográfico nas escolas de Educação Básica.