A Educação Permanente em Saúde é uma questão importante em prol do reconhecimento e construção de respostas às necessidades e demandas da população. Assim, objetivou-se discutir a contribuição da Comissão Intergestores Bipartite/RN(CIB/RN) para a implementação da política de educação permanente em saúde tendo por referências analíticas a agenda do Ministério da Saúde, portarias e documentos produzidos sobre a Educação Permanente em Saúde (EPS) na CIB/RN. Para tanto, conduziu-se estudo descritivo, exploratório por meio da análise documental de atas e deliberações da CIB/RN. Os dados captados nos documentos foram organizados em planilha de Excel®, versão 2008, permitindo a identificação de temas discutidos e deliberados na comissão no período de 2018 a 2021. A observação da planilha e, consequente análise, permitiu identificar semelhança de conteúdo e, por conseguinte, mapear categorias de análise. Pela análise de conteúdo identificou-se a agenda de discussões da CIB RN quanto ao objeto da saúde, planejamento, projetos de investimento, gestão da educação em saúde e as ações de educação permanente. Houve uma prevalência nas deliberações de temas relacionados à infraestrutura e construção para a saúde e nas atas predominou o tema da qualificação e capacitação dos trabalhadores, gestores, e representantes do controle social e normativas para o desenvolvimento da Política de Educação Permanente em Saúde (PEPS) no estado.  A CIB/RN tem atuado na formulação de políticas públicas consistindo em espaço decisório de temas estratégicos para a política de educação permanente em saúde, dialogando com a agenda do Ministério da Saúde, portarias e documentos produzidos sobre a EPS, de modo a promover a saúde da população consonante aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). 

A realidade do trabalho evidencia uma transformação recente através da modernização rápida no mundo do trabalho. O contexto pandêmico devido a Covid-19, causada pelo Novo Coronavírus (Sars-Cov-2), potencializa estas mudanças, afetando diretamente os processos de trabalho em saúde, e, consequentemente, a saúde do trabalhador. Esta pesquisa apresenta como objetivo geral "Analisar a Saúde do Trabalhador do Sistema Único de Saúde durante e depois da pandemia da Covid-19 na perspectiva dos núcleos gestores da Saúde do Trabalhador na esfera municipal e estadual do Rio Grande do Norte." Para tanto, foi desenvolvido um estudo observacional e descritivo, com abordagem qualitativa, no tipo estudo de caso. O estudo foi realizado na Secretaria Municipal de Saúde de Natal e na Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte, ambas localizadas na cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, nordeste do Brasil, tendo como sujeitos participantes os profissionais que compõem os núcleos gestores do campo da saúde do trabalhador em ambas as secretarias. O instrumento utilizado para coleta de dados foi entrevista semiestruturada individual e os dados obtidos foram analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo. As narrativas foram categorizadas em seis núcleos de sentido, os quais trataram sobre: 1. As potencialidades despontadas pela e durante a pandemia da Covid-19; 2. As estratégias utilizadas em saúde do trabalhador durante a crise sanitária da Covid-19; 3. Os desafios vivenciados no campo da saúde ocupacional frente à crise mundial da Covid-19; 4. Pós-pandemia e seus desdobramentos, considerando a perspectiva do trabalho remoto; 5. As principais necessidades do campo da saúde do trabalhador norte-rio-grandense; e 6. A(s) política(s) em saúde do trabalhador. A análise dos discursos trouxe destaque para a utilização de EPIs e sua relação com os processos de Educação Permanente, como uma potencialidade e os projetos respaldados no autocuidado do trabalhador, como estratégia importante. O desconhecimento em relação à Covid-19 foi destacado como um grande desafio e a organização e gestão do teletrabalho foi apontado como destaque ao se referir sobre desdobramentos pós-pandemia. Uma necessidade emergente apontada para o campo da Saúde do Trabalhador no RN é o fortalecimento da saúde mental no trabalho. Sobre a Política de Saúde do Trabalhador destaca-se que ela é vista como uma iniciativa relevante para garantir a saúde dos trabalhadores, entretanto, há uma percepção de que a política ainda não é plenamente executada na prática, principalmente devido a entraves burocráticos e orçamentários. Destaca-se que o estudo foi realizado nas esferas municipal e estadual e apresentam resultados convergentes. Espera-se com os resultados deste estudo promovam um conhecimento ampliado a respeito do campo da Saúde do Trabalhador, em especial no contexto pós pandêmico.

Os hospitais são organizações complexas que ofertam serviços de saúde de média e alta complexidade. Os profissionais que laboram neste serviço convivem diariamente com sobrecarga de trabalho, falta de pessoal, turnos prolongados, escassez de insumos e equipamentos, estruturas físicas inadequadas, insuficiência de leitos, superlotação, defasagem salarial, fragilidade nas relações, entre outros. Esta pesquisa tem como objetivo conhecer o perfil dos afastamentos por motivo de doença dos servidores de um hospital público no Estado de Alagoas. Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa. A população-alvo foi todos os trabalhadores do hospital que, no período de maio 2020 a dezembro de 2021, tiveram afastamentos por motivo de doença registrados no Sistema de Informação Cadastral do Hospital Geral do Estado de Alagoas/HGE, que tem informações sociodemográficas, clínicas e ocupacionais dos trabalhadores. O HGE é o maior hospital público do estado, porta de entrada em urgência e emergência tipo III. Os dados foram tabulados no software Excel e analisados via JASP 0.16.4 (JASP TEAM, 2023). Realizaram-se testes inferenciais para investigar a associação entre o número de afastamento por grupo de CID-10, através de teste de Kruskal-Walis. O teste de χ² foi realizado, com o nível de significância de 5% (p < 0,05), quando células apresentaram número de observações menores que 5, utilizou-se o teste exato de Fisher. Os resultados evidenciaram um número elevado de afastamento por adoecimento dos trabalhadores de saúde da instituição, com maior frequência na categoria de enfermagem e entre trabalhadores não efetivos. Com relação às doenças, foram mais frequentes as do sistema osteomuscular. Ao conhecer as causas do absenteísmo por doença associados ao trabalhador de saúde, tem-se subsídios para estabelecer estratégias de prevenção e de promoção da saúde no trabalho. Acredita-se que a saúde desses trabalhadores é negligenciada, o que reflete também na qualidade da assistência prestada ao paciente. Conhecer o perfil de adoecimento do trabalhador é indispensável, uma vez que possibilita o diagnóstico situacional, contribui para o reconhecimento dos fatores de risco e auxilia nas estratégias de intervenção direcionadas à melhoria das condições de trabalho, na qualidade de vida e na redução do afastamento laboral.

A quem interessa o bom desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS)? Em um histórico contexto de influências contrárias à efetivação do SUS, a presente pesquisa se propôs, inicialmente, a jogar luz a tais fatos de forma que pudesse identificar mecanismos presentes na arena política sanitária, desde a instauração da nova república no País. A partir da problemática identificada, aborda a necessidade de induzir que as relações com instituições privadas respeitem e se somem às estruturas já conquistadas pelo SUS – e não de mero favorecimento próprio –,  propondo o desafio de aplicar um estudo, a partir do aprofundamento de modelos atualmente utilizados ao SUS, com enfoque na organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), mais especificamente ao Modelo do Ponto de Atenção Secundária Ambulatorial (Modelo Pasa), levantando-se a seguinte pergunta de pesquisa como eixo norteador: “Como o Modelo do Ponto de Atenção Secundária Ambulatorial pode potencializar o desenvolvimento de projetos de telessaúde desenvolvidos por instituições privadas no SUS?”. Trata de pesquisa qualiquantitativa que propôs a elaboração de um instrumento em formato de lista de verificação e a utilização de escala de Likert para obtenção de evidências de validade do conteúdo, mensurada por meio do Índice de Validade de Conteúdo (IVC) do instrumento, adotando-se como valor mínimo de referência 0,78. Por meio da realização de reuniões com Comitê de Especialistas, foi realizada a adaptação do Modelo Pasa a um modelo virtual, em formato de lista de verificação, contendo 41 itens. Os itens obtiveram concordância entre os juízes avaliadores, tendo o instrumento alcançando índice de 0,99, considerado, portanto, como de boa validade de conteúdo para os fins propostos. Seus resultados destinam aos gestores de saúde do SUS para que estes se apropriem dos elementos contemplados, utilizando-os, se assim couber, em futuros projetos de telessaúde desenvolvidos por iniciativas privadas, objetivando sua potencialização, com ênfase na implementação e fortalecimento da RAS. Complementarmente, seus resultados vão ao encontro do interesse de induzir que as sociedades privadas, minimamente, considerem as estruturas e os modelos já consolidados no SUS, inviabilizando que suas ações se voltem apenas aos interesses próprios do mercado.

A pandemia causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2) configurou um quadro de emergência de saúde pública mundial. Como elemento central esteve a atuação do trabalhador da saúde no enfrentamento da pandemia e de combate a COVID-19 devendo ser incluído nesse contexto a proteção ao profissional que atuou na linha de frente visando a preservação de sua saúde física e mental. A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar as normativas e protocolos publicados no enfrentamento à pandemia da COVID-19 pelo Governo do Estado de Mato Grosso/Secretaria de Estado de Saúde, cotejando-os com as recomendações e orientações técnicas da OPAS/OMS/BRASIL acerca da saúde do trabalhador da saúde. Os objetivos específicos são sistematizar as orientações técnicas concernente a saúde do trabalhador da saúde disponibilizadas pela OPAS/OMS/BRASIL durante o período de enfrentamento da pandemia da COVID-19; mapear as normativas e protocolos atinentes a saúde do trabalhador da saúde disponibilizadas em publicações pelo Governo do Estado de Mato Grosso/Secretaria de Estado de Saúde, durante o enfrentamento à pandemia da COVID-19; cotejar as normativas e protocolos adotados pelo Governo do Estado de Mato Grosso/Secretaria de Estado de Saúde com as orientações técnicas da OPAS/OMS/BRASIL, no tocante a saúde do trabalhador da saúde no período de enfrentamento da pandemia da COVID19. Trata-se de pesquisa qualitativa com análise documental das normativas e protocolos adotados para a saúde do trabalhador da saúde no contexto da pandemia da COVID-19, nos anos de 2020 a 2021. Foram selecionadas para análise 11 Orientações Técnicas da OPAS/OMS/BRASIL e 23 Normativas publicadas pelo Executivo Estadual, referente a temática da saúde do trabalhador. Essa pesquisa tem o escopo de fortalecer a discussão sobre a proteção da saúde do trabalhador da saúde na Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso.

Esta pesquisa documental aborda a importância da Educação em Saúde e da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Destaca-se o papel do SUS na promoção da educação em saúde, gestão do trabalho e formação de profissionais de saúde. A criação da Escola de Saúde Pública de Manaus (ESAP) é mencionada como um marco importante para a formação e capacitação dos profissionais de saúde no município, com ênfase na Atenção Primária à Saúde. A ESAP oferece cursos e programas educacionais para aprimorar as práticas profissionais e fortalecer a integração ensino-serviço-comunidade. A pesquisa realizada tem como objetivo analisar o papel da ESAP para a consolidação da Política Municipal de Educação Permanente em Saúde de Manaus (PMEPS). O estudo segue uma abordagem qualitativa e utiliza a pesquisa documental como método de coleta de dados. A pesquisa documental permite a análise aprofundada de materiais previamente registados, como textos, imagens e relatórios. Os documentos foram coletados a partir de fontes públicas, incluindo o site da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus e do Ministério da Saúde, bem como documentos normativos publicados no Diário Oficial do Município. Os dados coletados foram analisados utilizando a técnica de análise de conteúdo de Bardin. O processo de análise incluiu a pré-análise dos materiais, a exploração do material (codificação) e o tratamento dos resultados (categorização, inferências e interpretações). Foram identificadas unidades de registro e organizadas em matrizes analíticas, seguindo as diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e da Política Municipal de Saúde de Manaus. O estudo incluiu 49 documentos pertinentes às questões norteadoras da pesquisa, selecionados após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão. A pesquisa destaca que a Política Municipal de Educação Permanente em Saúde de Manaus tem como principal objetivo aprimorar a formação contínua dos profissionais de saúde. Para alcançar essa meta, a política busca alinhar-se com a política nacional e incorporar princípios teóricos relevantes para o aprimoramento dos serviços de saúde na região. Essa política fundamenta-se em princípios essenciais, como integralidade, interprofissionalidade, participação social e valorização do trabalho em saúde. Tais princípios orientam ações educativas que consideram o ser humano em sua totalidade, fomentando a colaboração entre os profissionais de saúde. O desenvolvimento da Educação Permanente em Saúde na ESAP/Manaus enfrenta desafios significativos, notadamente a carência de recursos financeiros que limitam a oferta de diversas atividades educacionais. Além disso, garantir o envolvimento dos profissionais de saúde e prover a infraestrutura e logística adequadas são obstáculos cruciais a serem superados. Apesar desses desafios, existem oportunidades a serem exploradas. A instituição pode estabelecer parcerias estratégicas com outras entidades, aproveitar a inovação tecnológica e realizar avaliações periódicas das atividades. Essas ações têm potencial para atrair recursos adicionais, ampliar o alcance das atividades de educação permanente e promover melhorias contínuas nos programas. o superar desafios e implementar estratégias eficazes, a ESAP/Manaus pode causar um impacto duradouro na saúde da comunidade, tornando-se líder na melhoria contínua dos serviços de saúde e no desenvolvimento profissional dos trabalhadores da área. A Política Municipal de Educação Permanente em Saúde de Manaus é um exemplo recente de sucesso, demonstrando como o engajamento participativo pode resultar em políticas mais abrangentes e eficazes. Envolvendo amplamente as partes interessadas, essa política tem potencial para atender às necessidades da comunidade, oferecendo educação de qualidade aos profissionais de saúde, promovendo o controle social e beneficiando a qualidade dos serviços de saúde em Manaus. Esse modelo de colaboração e participação pode servir de inspiração para outras regiões e setores interessados em desenvolver políticas públicas mais inclusivas e eficazes.

A diversidade oportuniza criatividade e inovação nas organizações. Todavia, estudos sobre as dinâmicas de gênero nas organizações focam, em sua maioria, a relação entre homens e mulheres, existindo lacunas relativas às pessoas transexuais e travestis. Assim, conduziu-se estudo metodológico para construir e validar um questionário para avaliar as práticas da gestão da diversidade em organizações de saúde com enfoque na identidade de gênero da população de transexuais e travestis. Para tanto, a pesquisa metodológica estruturou-se em duas fases: construção do questionário subsidiada por revisão integrativa de literatura (bases LILACS, SCIELO e periódicos CAPES) e validação do questionário por amostra de especialistas (n=3). A revisão identificou variáveis que o questionário deveria dispor para avaliar as práticas de gestão da diversidade voltadas à população trans e travesti. Assim, as informações extraídas dos 13 artigos evidenciaram: uso de nome social/mudança de registro civil em processos seletivos, baixa escolaridade, uso de banheiros, vestiários e fardamentos, preconceito e despreparo das organizações para lidar com a transexualidade. Então, estruturou-se questionário com 34 itens e 7 subitens, totalizando 41 tópicos avaliados segundo validade e importância pelos especialistas mediante escala do tipo Likert em dois momentos (t1: pós revisão e t2:  pós 1ª avaliação). Em t1, foram indicadas modificações em 13 tópicos (adequação de termos e redação). Assim, aplicadas as sugestões, procedeu-se a avaliação t2, onde 39 tópicos (32 itens e 7 subitens) foram julgados importantes e válidos por 100% dos avaliadores, viabilizando um questionário com três blocos de perguntas. O questionário produzido poderá ser aplicado em contextos locais diversos para avaliar a inclusão social e educação de pessoal voltadas à população trans e travesti no ambiente organizacional dos serviços e sistemas de saúde. Investigar os marcadores sociais da diferença é importante não só para a população trans e travesti, mas para todos que estão à margem dos direitos básicos de nascer, viver, trabalhar e morrer de forma digna e satisfatória, para que políticas públicas efetivas sejam desenvolvidas.

Este estudo teve como objetivo identificar a ocorrência de sofrimento psíquico, inclusive de transtornos mentais, entre os profissionais de saúde da UTI de um hospital da rede pública de São Luís, Maranhão, no contexto pandêmico da COVID-19, e sua associação com os processos de trabalho, a partir da percepção dos envolvidos. A pesquisa consistiu em um estudo de caso único que abordou por meio de métodos e técnicas de análise qualitativa a compreensão dos sinais e sintomas e as mudanças na qualidade de vida e nos processos de trabalho. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas com os profissionais desta UTI, que foram transcritas e submetidas à análise de conteúdo dos discursos dos profissionais. Os resultados da pesquisa evidenciaram um contexto de crise sanitária de caráter internacional, com suas características locais de aumento exponencial de casos e óbitos, oferta de leitos desproporcional às necessidades, carência de equipamentos de proteção e insumos, despreparo técnico e de gestão para enfrentar a crise, mudanças emergenciais nos processos e ambientes de trabalho. O cenário de medo, inseguranças, incertezas e sofrimento psíquico complementam o quadro de adversidades que caracterizam este contexto. Um conjunto de situações e vivências aparentemente contraditórias foram encontradas que mostram traumas e sintomas psicológicos frente ao eminente risco de morrer, contagiar e matar entes queridos, somatizações, luto prolongado, estresses contínuos, dificuldades para “desacelerar”, problemas com o sono e alimentação, sintomas depressivos e transtornos de ansiedade. Os entrevistados reconhecem que essas experiências interferem no processo de trabalho e na qualidade de vida, no âmbito da UTI e em outros espaços de sua atuação. Os conflitos interpessoais, insatisfações profissionais, problemas de comunicação entre os profissionais e gestores, e fragilidades no processo de educação permanente, também contribuem de forma relevante para a situação dramática que torna simultaneamente os cuidadores agentes e objeto de cuidados.

A Educação Permanente em Saúde (EPS), como estratégia de formação e desenvolvimento dos trabalhadores para o Sistema Único de Saúde (SUS), foi instruída como política no ano de 2004, através da portaria de nº 198, e redefinida pela portaria de nº1.996 do ano de 2007. Ela visa contribuir para a necessária transformação dos processos de trabalho e das práticas de saúde, de acordo com os princípios de descentralização do SUS, que definem diretrizes e estratégias para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), instituindo as Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES) como instâncias permanentes que participam da formulação, condução e desenvolvimento da PNEPS. Nesse sentido, esta pesquisa teve por objetivo contribuir para o processo de implantação da Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço (CIES) na Região de saúde de Imperatriz, visando o fortalecimento da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) no estado do Maranhão. Trata-se de uma Pesquisa-Ação com estudo avaliativo, cujo referencial teórico tem como base os pressupostos da PNEPS. Os sujeitos participantes dessa pesquisa foram os gestores, trabalhadores, representantes de instituições de ensino com cursos na área da saúde e do controle social no SUS, que participam dos processos de integração Ensino-Serviço e comunidade. Os dados foram coletados durante as intervenções e realização da Oficina com tema central Educação Permanente em Saúde, no período de abril a outubro de 2023, o que possibilitou identificar o perfil desses participantes e suas percepções sobre a PNEPS, além de contribuir na implantação da CIES Regional de Imperatriz/MA. Como produto foi elaborado uma cartilha de Orientações sobre como implantar um CIES Regional. Os resultados apontam para algumas fragilidades em relação ao domínio de alguns conteúdos da PNEPS pelos participantes da pesquisa e para importância de capacitar a força de trabalho dos SUS em relação às ferramentas para operacionalização da EPS. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam subsidiar estratégias para o fortalecimento da Educação Permanente em Saúde no Estado do Maranhão, assim como para instituição das CIES em todas as Regiões de Saúde.

Introdução: Na realidade brasileira, as bases teóricas e metodológicas da EIP fornecem elementos para suprir as necessidades do mundo contemporâneo e promover a integralidade do cuidado em saúde, contribuindo para a qualificação de profissionais de saúde para trabalharem em equipe. A interprofissionalidade foi o foco do nono edital do PET-Saúde para induzir que eles aprendam a trabalhar conjuntamente, por meio da integração-ensino-serviço e o desenvolvimento de competências colaborativas. Neste cenário, busca-se demonstrar elementos que permitam a reflexão sobre a interprofissionalidade e as competências colaborativas, através da percepção dos estudantes participantes do nono edital do PET-Saúde/Interprofissionalidade. Objetivo: Identificar a disponibilidade dos estudantes que participaram da edição do PET-Saúde Interprofissionalidade para a educação interprofissional e as práticas interprofissionais colaborativas. Metodologia: O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa de método quantitativo, que se insere numa perspectiva exploratória-descritiva com relação aos objetivos, baseada em dados coletados por meio da aplicação do instrumento de coleta de dados sobre a educação interprofissional em saúde, Readiness for Interprofessional Learning Scale (RIPLS). Resultados encontrados: A partir da análise de dados revelou-se a positividade da formação interprofissional em saúde no que se refere à colaboração e ao trabalho em equipe induzido pela participação do nono edital do Pet-Saúde/Interprofissionalidade e uma certa fragilidade quanto a clareza de definição dos papeis, a necessidade de maior delimitação da autonomia profissional e a valorização da opinião do paciente para participação no cuidado Considerações finais: Diversas competências colaborativas foram desenvolvidas para integralidade do cuidado a partir da análise da disponibilidade para a educação interprofissional e as práticas interprofissionais e a partir da análise dos pontos fortes e fragilidades encontrados percebeu-se a necessidade  que ainda se faz necessário que se crie a sustentabilidade desse estimulo para a efetiva integração de saberes e muito ainda necessário para a progressão e institucionalização da perspectiva da pratica interprofissional.

O estudo tem como objeto a busca por medidas racionalizadoras da utilização da força de trabalho médica hospitalar especializada (FTMHE) em um hospital público, objetivando organizar parâmetros de monitoramento. Trata-se de um estudo na área da gestão do trabalho em saúde e caracteriza-se como pesquisa-ação, de natureza interventiva, utilizando como experiência piloto a especialidade médica da traumato-ortopedia. Propõe a criação de uma Matriz de Monitoramento desta força de trabalho, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Norte (SESAP), com etapas bem definidas, relacionando o dimensionamento da força de trabalho à produção de procedimentos, como também à taxa de ocupação de leitos e analisando a relação da produção com outros elementos do processo de trabalho, como frequência e absenteísmo. A intervenção pretende, por meio da implementação da matriz de monitoramento, ampliar a capacidade de análise acerca dessa força de trabalho e suas entregas quanto à produção de procedimentos, realimentando os parâmetros de dimensionamento, envolvendo nas análises outras áreas técnicas da SESAP, como: planejamento, atenção à saúde e regulação, provocando mudanças na Rede de Atenção. Pretende-se também que a organização de informações nessa área venha subsidiar a Sala de Situação da Gestão do Trabalho subsidiando tomadas de decisão mais assertivas por parte da Gestão da SESAP.

             As Escolas Estaduais de Saúde Pública (EESP) são responsáveis pela formulação e/ou execução de programas e políticas destinadas à qualificação dos trabalhadores da saúde. Desempenham, portanto, papel importante para a implementação e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Tendo as citadas escolas como cenário, este trabalho teve por objetivo analisar as suas contribuições para a qualificação do trabalho realizado nos serviços do SUS.  De abordagem qualitativa, a pesquisa foi realizada em duas etapas, com a utilização de procedimentos metodológicos distintos, que exigiu dois tipos de coleta de dados: pesquisa documental e entrevistas. A análise dos documentos teve como objetivo conhecer a missão das EESP. As entrevistas com os dirigentes e docentes objetivou observar se, na percepção destes, as ações educativas desenvolvidas são planejadas considerando o preconizado pela Política Nacional de Educação Permanente (PNEPS). Nas entrevistas com os Secretários de Saúde dos Estados das EESP incluídas no estudo, bem como com os dirigentes e docentes, buscou-se conhecer a percepção destes em relação ao papel e a contribuição das Escolas para os serviços de saúde nos seus respectivos Estados. Integrando, articulando e analisando este rico conjunto de informações foi possível identificar, de acordo com a percepção dos seus docentes, diretores e secretários estaduais de saúde, a contribuição das EESP para os serviços de saúde. Segundo os entrevistados, estas Escolas têm contribuído significativamente para a qualificação dos profissionais de saúde e, por esta razão, tem seu trabalho reconhecido pelos trabalhadores e gestores do SUS. Ao mesmo tempo, são Escolas que enfrentam o desafio da insuficiência de recursos financeiros e de pessoal. Neste enfrentamento, contam com o compromisso e a responsabilidade dos profissionais que nelas trabalham. Esta pesquisa possibilitou conhecer estas Escolas, comprometidas com os princípios e diretrizes do SUS, e o trabalho que elas desenvolvem, fundamentado na Educação Permanente em Saúde e, consequentemente, suas contribuições para o fortalecimento do SUS.

Esta pesquisa trata de umas das práticas mais potentes e complexas da gestão do trabalho em saúde: o dimensionamento de pessoal. Os objetivos deste estudo consistem em evidenciar as contribuições do dimensionamento para a gestão do trabalho nas instituições públicas de saúde; identificar a produção científica referente ao dimensionamento na área de Gestão do Trabalho; além de compreender os motivos que levam as instituições de saúde a implantarem a prática de dimensionamento. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura sobre a temática dimensionamento da força de trabalho, com ênfase na área da saúde. O propósito de identificar experiências e as contribuições do dimensionamento, aprofundando conceitualmente sobre o tema tem como imagem-objetivo apresentar ao gestor da Secretaria de Saúde, um instrumento de planejamento que, quando aplicado, pode evitar o provimento excessivo de profissionais, identificar possíveis insuficiências relacionadas ao quantitativo de pessoal, levantar informações técnicas necessárias para ampliar as competências gerenciais e apoiar a tomada de decisão dos gestores, na perspectiva de garantir a melhor execução dos trabalhos e eficiência na prestação de serviços. Acredita-se que a sistematização e análise das experiências referentes a prática de dimensionamento de pessoal em saúde, registradas na literatura, possam ajudar as secretarias de saúde que ainda não elegeram tal prática a iniciarem os seus processos de implantação.

A Educação Permanente em Saúde é caracterizada pela prática de aprendizagem no serviço, trazendo a proposta de enfrentamento dos problemas da realidade por meio dos conhecimentos prévios adquiridos mediante as experiências de vida, tornando-se, assim, uma aprendizagem significativa. Ela tem como premissa, para o planejamento e levantamento das lacunas de formação e desenvolvimento dos trabalhadores, as necessidades de saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde. A implantação dessa estratégia, no Estado do Acre, ocorreu em 2004, pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre, com a criação do Departamento de Ensino e Pesquisa, existindo atualmente 10 Núcleos implantados. Assim, esta pesquisa teve como objetivo analisar o processo de implementação e desenvolvimento dos Núcleos de Educação Permanente em Saúde do Estado do Acre, suas fragilidades e potencialidades. Trata-se de um estudo exploratório descritivo de natureza qualitativa, com o uso de entrevista semiestruturada com 10 coordenadores dos núcleos de educação permanente das unidades estaduais de saúde. Da análise dos resultaram duas categorias: Concepção sobre o Núcleo de Educação Permanente em Saúde e Implementação do Núcleo de Educação Permanente em Saúde. Os resultados permitiram identificar o perfil dos coordenadores e suas concepções sobre o Núcleo, bem como elucidar o processo de implementação e desenvolvimento desses e suas potencialidades e fragilidades. Conclui-se que, não obstante as potencialidades identificadas nas ações desenvolvidas, ainda persistem diversas fragilidades, como a ausência de monitoramento e avaliação das atividades de EPS e a falta de qualificação para os profissionais que atuam na coordenação dos núcleos. Assim, sugere-se a realização de um curso de atualização em Educação Permanente em Saúde para os coordenadores, para fortalecer o processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde do âmbito do Estado do Acre, e contribuir para a política de expansão desses núcleos para unidades do interior do estado. 

Para o planejamento em saúde, faz-se necessário reconhecer, monitorar, avaliar a dinâmica dos territórios, o processo de produção da saúde e as necessidades sociais de saúde da população. Os indicadores de saúde constituem-se uma das referências para análise da situação de saúde de um determinado território e podem ser utilizados como um instrumento a favor da gestão do trabalho, pois eles são fruto da força de trabalho disposta no território. Objetivo: analisar a relação entre oferta de força de trabalho, serviços e indicadores de saúde para o estado do Tocantins. Métodos: Trata-se de uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo de dados secundários do sistema de pactuação do Sistema Único de Saúde do Tocantins. O período de análise compreende janeiro de 2014 a dezembro de 2017. Foram analisados dois eixos: Eixo 1 – Força de Trabalho e Cobertura Assistencial e Eixo 2 – Atenção e Oferta de Serviços. Os indicadores incluídos nesta pesquisa foram: 1) Cobertura Populacional – Equipe de Atenção Básica; 2) Cobertura Populacional – Estimada por equipes de Saúde Bucal. 3) Proporção de internações por condições sensíveis da Atenção Básica; 4) Média de ação coletiva escovação dental supervisionada; 5) Proporção de exodontias em relação aos procedimentos preventivos; 6) Proporção de nascidos vivos de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal; 7) Mortalidade Infantil; 8) Mortalidade Materna; 9)Razão de exames de citopatológicos do colo de útero em mulheres de 25 a 64 anos e a população etária da mesma faixa etária. Para análise dos indicadores municipais, foram produzidos mapas corolépticos indicando a distribuição dos indicadores de acordo com a intensidade das cores. Para analisar a relação bivariada espacial entre os indicadores foram aplicados o teste de Moran local Bivariado e, para analisar essa relação em uma análise multivariada, foi aplicada a técnica de Skater ou método de regionalização. Resultados: Sobre a Cobertura de Equipe de Saúde Bucal, não houve alteração na oferta no estado do Tocantins, apresentando poucos municípios em situação crítica (com menos de 49,99%). Já as ações de escovação supervisionadas passam por redução de ações ao longo de quatro anos em parte dos municípios do estado. Sobre a proporção de exodontias, eram 28 municípios em 2014 e passou-se para 26 em 2017 na classificação vermelha. Em relação à cobertura de atenção de saúde da família no Tocantins, 127 municípios em 2014; e 126 municípios em 2017 estavam com cobertura de 100%. E, em relação à proporção de Internação por Condições Sensíveis a Atenção Primária, ao longo dos quatro anos houve redução do número de cidades na classificação vermelha e laranja. De 2015 em diante, houve colapso da rede de análise dos materiais coletados para a realização do rastreamento do câncer de colo de útero, demostrando que a disposição de força de trabalho não se traduz na garantia do acesso ao exame em tempo oportuno. Ao longo dos quatro anos houve melhora no acompanhamento do pré-natal, porém houve aumento no número de municípios que registraram óbito materno. No MoranMap, destaca-se a sobreposição da elevada cobertura de atenção básica e o baixo número de óbitos maternos. Esse achado foi corroborado no mapa de Scater, onde o cluster 1 mostra os municípios com elevada cobertura de AB, elevada proporção de realização do pré-natal e as menores taxas de morte materna. Conclusões: foi evidenciado que a oferta da força de trabalho e de serviços está relacionada com os desfechos em saúde. Com isso, a Regulação e a Gestão de Trabalho podem utilizar estes indicadores para apoio técnico com a criação de painéis de alerta, para a discussão sobre gestão e organização do trabalho.

Trata-se de uma pesquisa que aborda aspectos da integração ensino serviço no contexto da pandemia de COVID-19. Tem como objetivo analisar a integração ensino-serviço como estratégia de Educação Permanente em Saúde, no enfrentamento à COVID-19 em serviços da Rede Escola da Secretaria Municipal de Saúde João Pessoa. O enfoque metodológico o classifica como um estudo exploratório, compreensivo-interpretativo, de abordagem qualitativa. Tem como cenário o Hospital Municipal Santa Isabel, a Gerência de Vigilância Epidemiológica, a Central Telessaúde de Orientações de Prevenção do Coronavírus - serviços da Rede de Saúde da SMS/JP que realizam ações de enfrentamento à COVID-19, e também são espaços de prática   de Instituições de Ensino. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e grupo focal, realizados com gestores dos serviços, profissionais de saúde, coordenadores de estágio e alunos. Os resultados expressam que a integração ensino-serviço é uma estratégia de educação permanente em saúde, considerando a articulação entre os atores do serviço e das instituições de ensino, provocando o desenvolvimento de um olhar crítico-reflexivo para o serviço, correlacionando com a vida cotidiana e o dia a dia dos territórios, desenvolvendo espaços de escuta, apoio entre os profissionais e estudantes, aprendizado, evolução e crescimento.

O presente projeto aborda o tema da ética no contexto das organizações públicas, edificadas em dois grandes pilares: a Constituição Federal Brasileira e o marco legal do Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo federal. Para o exercício das funções, os servidores, além da qualificação técnica, necessitam de competências políticas e éticas. Considerando problemas referentes a fragilidades relacionadas à postura ética nos processos de trabalho, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar as concepções sobre a ética no serviço público dos servidores do Departamento de Gestão do Trabalho em Saúde (DEGTS), pertencente à Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde (MS). Como objetivos específicos, este estudo visa descrever o perfil dos participantes da pesquisa, compreender os sentidos da ética e da ética pública para os servidores do DEGTS e identificar a importância e as dificuldades para o exercício da ética no trabalho desenvolvido. Trata-se de uma pesquisa exploratória com utilização de abordagem qualitativa. A coleta de dados será realizada por meio de entrevista semiestruturada com servidores que trabalham no DEGTS. Os dados serão analisados por meio da análise de conteúdo, na modalidade de análise temática. Espera-se que os resultados da pesquisa possibilitem subsídios de análise e reflexões para auxiliar futuras decisões relacionadas ao tema estudado, considerando a perspectiva de disseminar a importância do cumprimento dos preceitos éticos que devem alicerçar a atuação dos servidores.