A construção de uma sólida formação técnico-científica e profissional geral concede ao formando em Engenharia de Produção da UFRN uma visão sistêmica e crítica que, coadunada com a habilidade de levantar, organizar e analisar informação tecnológica, mercadológica, econômico-financeira e gerencial de forma criativa, capacita-o para a identificação e resolução de problemas relacionados aos sistemas produtivos de bens e serviços; assim como para projetar, planejar e desenvolver novos produtos e serviços, novos sistemas de produção, trabalho e gerenciamento; podendo ainda operacionalizá-los e controlá-los, com uma visão ética, humanística, sócio-ambiental, econômica, política e empreendedora.
Em consonância com o artigo 43 da LDB e com os artigos 3o e 4o do CNE/CES 11/2002, o egresso do Curso de Engenharia de Produção da UFRN deverá desenvolver as seguintes competências e habilidades:
I Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia;
II Projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;
III Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;
IV Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia;
V Identificar, formular e resolver problemas de engenharia;
VI Desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas;
VII Supervisionar a operação e a manutenção de sistemas;
VIII Avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas;
IX Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;
X Relacionar-se e trabalhar em equipes multidisciplinares;
XI Compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais;
XII Conciliar conhecimento técnico e aplicação das atividades da engenharia com a responsabilidade social e ambiental;
XIII Avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia;
XIV Assumir a postura de permanente atualização profissional, com disposição para o aprendizado autônomo e uma busca de melhoria contínua;
XV Desenvolver habilidades de liderança e pró-atividade;
XVI Articular o conhecimento das diversas áreas visando a integração para a melhoria do desempenho organizacional;
XVII Compreender a estrutura social, econômica e política do meio de atuação, incorporando esta compreensão à organização do trabalho e dos processos;
XVIII Compreender o ciclo da informação e sua influência na produtividade pessoal e organizacional;
XIX Identificar suas necessidades de informação e as fontes onde encontrar a informação desejada;
XX Desenvolver uma visão empreendedora da vida, do negócio e da carreira profissional.
No PPC de Engenharia de Produção buscou-se o aperfeiçoamento e atualização das disciplinas, suas ementas e seu encadeamento na estrutura curricular, por considerar essas estratégias essenciais para garantir a qualidade e flexibilidade na formação do egresso. Desta forma, a estrutura curricular foi organizada viabilizando a consolidação dos conhecimentos adquiridos e a prática das atividades complementares, trazendo, sempre que possível, conteúdos profissionais para serem ministrados nos primeiros semestres do curso para que o aluno compreenda a dimensão e a complexidade do Curso de Engenharia de Produção desde seu início. Com a distribuição de disciplinas em um único turno (vespertino ou noturno, dependendo do curso), ficam favorecidos os trabalhos extraclasse, individuais e em equipe, que serão a forma privilegiada de aproximar os alunos da aplicação dos conhecimentos. Viabiliza-se também a participação do aluno em atividades de extensão e de pesquisa. Além disso, a criação do curso noturno favoreceu o acesso de estudantes que necessitavam trabalhar e que ao vivenciarem a realidade de uma organização, têm maior facilidade de aplicar o conhecimento teórico.
As disciplinas básicas contemplam uma sólida formação, compatível com as exigências, conceitos e conhecimentos tecnológicos introdutórios de um curso de Engenharia. A estrutura curricular viabiliza ainda o estudo de um conjunto forte e coerente de disciplinas de conhecimentos específicos, dentro das diversas áreas da Engenharia de Produção, de maneira a garantir o perfil desejado do egresso e o desenvolvimento das competências e habilidades técnicas esperadas.
No primeiro semestre do curso será ministrada a disciplina de Introdução à Engenharia de Produção, onde o aluno obterá conhecimentos sobre o curso, a atuação do profissional em Engenharia de Produção e as organizações como objeto de estudo. Serão incentivados eventos de extensão visando uma troca de experiências entre profissionais da área e alunos.
Foram tomados cuidados especiais na distribuição da carga horária entre as diferentes áreas da Engenharia de Produção de forma que os conteúdos específicos abrangessem, de uma maneira equilibrada, todas as linhas de atuação profissional.
Os fundamentos essenciais da Matemática, Física e Química foram mantidos. Alguns conteúdos introdutórios de disciplinas básicas foram agregados às disciplinas profissionalizantes e/ou específicas, como no caso de Ciências do Ambiente, que foi absorvida pela disciplina Gestão Ambiental. O mesmo ocorreu em Economia e Ciência e Tecnologia dos Materiais.
Foram criadas disciplinas optativas nas diferentes áreas de Engenharia de Produção que, submetidas à escolha dos alunos, e, respeitada a carga horária mínima, possibilitam fortalecer o conhecimento referente a uma das áreas. Dessa forma, o aluno, com o auxílio de uma orientação acadêmica adequada, poderá planejar a qualificação desejada. De maneira a fortalecer uma formação cidadã são oferecidas disciplinas que envolvem conhecimentos humanos, relações sociais, raciais, ambientais, dentre outras.
Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, é previsto que o aluno deva ser estimulado a desenvolver atividades de iniciação científica, de extensão, de monitoria e de pesquisa (individualmente ou associado a grupos de pesquisa), conscientizado que estas atividades, associadas a um bom estágio e ao trabalho de conclusão do curso, contribuirão para o desenvolvimento de habilidades de geração e transmissão de novos conhecimentos.
Considerando o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, previsto no art. 207 da Constituição Federal de 1988, a concepção de currículo estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Federal nº 9.364/96) e a Meta 12.7 do atual Plano Nacional de Educação (Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014) e orientações da UFRN apresentadas no Seminário sobre a Inserção Curricular da Extensão na Graduação, ocorrido em 30 de maio de 2017 no Auditório de Educação Física da UFRN prevê o mínimo de 10% da carga horária do curso destinado à curricularização da extensão universitária. O curso de Engenharia de Produção tem se apresentado como um dos cursos de engenharia que mais estimula e atua com esse eixo, pois considera que a competência profissional muito valorizada não envolve somente o conhecimento acumulado (conteúdos) e suas aplicações, mas também como os novos conhecimentos são produzidas dentro de determinados contextos, é a sua “capacidade de (re)criar o conhecimento e manuseá-lo que, realmente, qualifica a competência do indivíduo” (FORPROEX, 2006, p.43).
O curso de Engenharia de Produção considera como extensão curricular ações protagonistas dos discentes nas modalidades: 1) Projetos/Programas/Eventos aprovados pela Proext: 2) Grupos do DEP que tradicionalmente atuam com o tripé de Ensino, Pesquisa e Extensão; 3) Disciplinas do curso que tradicionalmente desenvolvam trabalhos de campo com intervenção na sociedade e; 4) Atividades Integradoras de Formação Extensionista individual ou coletiva previstas em regulamento do curso.
Em sala de aula as práticas pedagógicas deverão primar pelo diálogo entre as áreas, fazendo uso de estratégias variadas que permitam incluir todos os alunos na aprendizagem. Assim, serão importantes as aulas dialogadas, os trabalhos em grupos, os estudos de caso, a busca de uma solução de problemas ao mesmo tempo em que serão incentivadas atividades que provoquem nos alunos a curiosidade e que requeira a busca de informações necessárias para sua execução.
Para que o egresso desenvolva habilidades de comunicação oral e escrita, serão exigidos o relatório da experiência adquirida no Estágio Curricular Supervisionado bem como a monografia e defesa do Trabalho de Conclusão de Curso, que deverá ser apresentado oralmente perante uma banca formada com no mínimo três docentes/especialistas. Transversal à estrutura curricular devem também ser incentivadas apresentações de seminários e relatórios de trabalhos em sala de aula, assim como participações em palestras, seminários e congressos, onde os alunos tenham que desenvolver a expressão oral e escrita, além de exercitar a capacidade de leitura, compreensão de textos técnicos e esquemas gráficos em português e outras línguas.
Além do estímulo ao aprimoramento da comunicação, esforço especial deve ser dado visando a formação de um engenheiro empreendedor, que tenha capacidade para resolver problemas, tomar decisões, trabalhar em equipe, ser criativo, adaptar-se às situações diversificadas e que tenha a consciência ética presente em suas atitudes.
Como forma de incentivar e desenvolver no egresso as habilidades de liderança, gerência e supervisão, gestão de negócios, dentre outras, será estimulada a realização de trabalhos em equipe, a participação em organizações de representação estudantil e em órgãos colegiados, bem como a participação em projetos de pesquisa e de extensão.
No percurso acadêmico o aluno deve ser motivado a buscar, permanentemente, a atualização profissional. O corpo docente que participa da sua formação deve estar constantemente envolvido em atividades de pesquisa e extensão universitária. É, também, importante ressaltar a necessidade de uma constante atualização bibliográfica, inerente a cada disciplina do curso.
Visando uma integração do Ensino com a Pesquisa e a Extensão e contando com a melhoria da infraestrutura e do corpo docente, tem-se como propósito manter diversas atividades voltadas para melhorar esta integração, tais como: designar hora-atividade para a publicação de artigos científicos dos alunos, para participação em projetos de extensão, participação em atividades voluntárias como ações de responsabilidade social, trabalho de conclusão de curso, inclusão de conteúdos de metodologia de trabalho científico. É importante também, incentivar diversas medidas como: a criação de projetos de pesquisa e extensão, a integração da graduação com a pós-graduação e com outras universidades e centros de pesquisa. Outros pontos importantes são a elaboração e implementação de políticas para participação em eventos científicos, incentivo a publicações e capacitação docente.
Como estratégia para dar oportunidade ao aluno de desenvolver habilidade de diagnosticar problemas em sistemas de produção e propor soluções viáveis, ao mesmo tempo em que se favorece a atualização dos professores do Departamento de Engenharia de Produção e a aproximação do seu objeto de estudo (as organizações e sua gestão) foi criado o Programa Integrado de Tecnologia em Gestão. Este programa consiste em um conjunto de ações de extensão universitária para levar o conhecimento técnico adquirido e desenvolvido na academia para pequenas e médias empresas locais, contando com a participação do aluno no papel de consultor ou assessor sob a orientação de um professor especialista da área em questão, que assumiria o papel de consultor sênior. Este trabalho poderá se articular com as atividades de uma empresa júnior do Curso de Engenharia de Produção.
É de grande importância a mobilidade acadêmica, contando com política institucional e com recursos federais. Entretanto nos últimos períodos os recursos foram sendo reduzidos e mesmo assim o curso promove ações com outros países e instituições que mantém convênio. Os alunos são motivados e sempre informados das ações que possibilitem esta internacionalização.
Cada professor deverá buscar, ao máximo possível, conduzir a sua disciplina em sintonia com as mais recentes novidades científicas e tecnológicas referentes a cada matéria. Os alunos devem ser estimulados a pesquisar, discutir de forma estruturada e compreender as aplicações da Engenharia de Produção que beneficiam a sociedade. Visitas técnicas a empresas ou outras organizações e a viabilização de palestras com convidados externos são também incentivadas e realizadas em grande número.
Caberá ao coordenador do curso, juntamente com a equipe de professores do departamento, organizar a recepção dos alunos ingressantes. Os ingressantes no curso devem receber orientações sobre procedimentos acadêmicos, sobre bases de pesquisa da UFRN e informações gerais de seu interesse. Uma boa recepção no início do curso é de fundamental importância e fator motivador para um bom desempenho do aluno no decorrer do curso. Para tanto, faz-se necessário um acompanhamento por um orientador acadêmico durante a vida acadêmica desse aluno. Estas ações vêm sendo desenvolvidas de maneira sistemática e a cada ano melhoradas. Como por exemplo, a Resolução que vem sendo desenvolvida para a orientação acadêmica, prevendo encontros, dinâmicas, etc. de maneira a aproximar o orientador acadêmico de seus orientandos.
A transição para o novo currículo será compulsória para todos os alunos do Curso, em função da inviabilidade de manter os dois currículos ativos devido ao reduzido número de professores. Os casos especiais de alunos que estejam aptos para concluir o curso até 2018.2 serão avaliados individualmente pelo Colegiado do Curso.
O mundo de hoje já não mais admite os modelos antigos de ensinar. Ele pressupõe a transformação desse modelo; transformação essa que pode ser definida como um deslocamento do foco do ensinar para o aprender: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conviver.
Pensar em construir uma prática pedagógica inovadora, voltada para a formação do conhecimento e para a visão do todo, é entender que o professor precisa estar consciente de que mudanças não ocorrem de forma fácil. A criatividade e a inovação só acontecem quando se exercita a liberdade e a disponibilidade em procurar, estudar e selecionar estratégias adequadas para o processo de desenvolvimento das competências, como também prever consequências e possibilidades de avanços para as práticas docente e discente.
Para tanto é necessário proporcionar uma aprendizagem significativa a partir de situações-problema, através da observação da realidade, projetos, troca de experiências, exercícios, leituras e produção própria. O ensino com pesquisa, o aluno em atividade, a interdisciplinaridade, a contextualização, a elaboração pessoal e coletiva, a problematização, as tecnologias educacionais, são pressupostos, dentre outros, que devem privilegiar a proposta metodológica. No processo de construção do conhecimento podem ser utilizadas diferentes técnicas de ensino tais como estudos de caso, seminários, estudo de textos, elaboração de projetos, discussões em grupos, exercícios teóricos e práticos, simulações e demonstrações, aulas expositivas dialogadas, visitas técnicas, entre outras.
Desse modo, as atividades de aprendizagem que acontecem nas aulas têm especial importância porque é neste momento que alunos e professores das diferentes áreas, trabalham a partir das possibilidades da superação de um modelo de ensino historicamente fragmentado em prol de um processo de recriação da prática pedagógica. Vale salientar o papel do equipamento didático como recurso que favorece a aprendizagem do aluno. É importante que a instituição disponibilize formas de trabalho para que o professor torne as suas aulas mais dinâmicas e criativas.
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem seguirá a resolução vigente da UFRN. As atividades didático-pedagógicas, tais como discussão de listas de exercícios, elaboração de projetos teóricos ou práticos com preparação de relatório e apresentação de seminários, serão consideradas no processo de avaliação. Essas atividades deverão ser estimuladas pelo professor ou grupo de professores responsáveis pela disciplina e, dentro do possível e do contexto das disciplinas, serão utilizadas ferramentas que abordem atividades práticas.
As atividades planejadas para cada disciplina deverão ser apresentadas pelo professor em sala de aula e discutidas, conjuntamente, com os alunos no início de cada período letivo, visando esclarecer os objetivos e a filosofia do curso. Na aula seguinte à avaliação, após a correção da mesma, o professor deverá conduzir urna discussão ampla para identificar os fatores positivos e negativos que influenciaram nos resultados, como também no processo de aprendizagem. Esses fatores deverão ser utilizados como subsídios para a melhoria contínua das atividades subsequentes no curso.
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