Análise do efeito de polimorfismos não-sinônimos em genes de reparo de DNA da via BER na resposta inflamatória da Meningite.
Reparo por excisão de bases, polimorfismo, meningite, resposta inflamatória.
A partir de estudos in vitro e em modelos animais sugere-se que as proteínas de reparo de DNA da via BER APE1, OGG1 e PARP-1 estão envolvidas também na resposta inflamatória. Neste trabalho foi investigado se os SNPs APE1 Asn148Glu, OGG1 Ser326Cys e PARP-1 Val762Ala associam-se à meningite. Os genótipos dos pacientes foram investigados por PIRA-PCR ou PCR-RFLP. Danos no DNA foram detectados no DNA genômico por meio de tratamento com FPG. IgG e IgA foram titulados no plasma e citocinas e quimiocinas foram mensuradas em amostras de LCR através de ensaios em Bio-Plex. Foi observado um aumento significativo (P<0.05) na frequência do alelo APE1 Glu nos casos de meningite bacteriana (MB) e meningite asséptica (MA). Os genótipos Asn/Asn no grupo controle e Asn/Glu no grupo da MB também apresentaram relevante aumento em suas frequências
(P<0.05). Para o SNP OGG1 Ser326Cys, o genótipo Cys/Cys esteve mais frequente (P<0.05) nos casos de MB. A frequência do genótipo PARP -1 Val/Val foi mais alta no grupo controle (P<0.05). A ocorrência combinada dos SNPs foi significativamente alta nos pacientes com MB, indicando que estes SNPs podem estar associados à doença. Os portadores do alelo APE1 Glu ou OGG1 Cys apresentaram um númeromaior de sítios sensíveis à FPG, sugerindo que os SNPs afetam a atividade de reparo do DNA. Alterações na síntese de IgG foram observadas na presença dos SNPs APE1 Asn148Glu, OGG1 Ser326Cys ou PARP-1 Val762Ala. Reduções nos níveis de IL-6, IL-1Ra, MCP-1/CCL2 e IL-8/CXCL8 foram encontradas na presença do alelo APE1 Glu em amostras de pacientes com MB. Em conclusão, foram obtidas evidências de um efeito significativo dos SNPs nos genes de reparo de DNA na regulação da resposta imunológica. Este é o primeiro trabalho que demonstra a associação de variantes das enzimas da via BER à uma doença infecciosa em humanos, sugerindo que os SNPs estudados podem afetar a resposta imune e o nível de estresse oxidativo durante a infecção cerebral.