Avaliação da genotoxicidade em mulheres com síndrome dos ovários policísticos: impacto da dieta
Dano no DNA, dieta, Síndrome dos Ovários Policísticos
Avaliação da genotoxicidade em mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos:
Impacto da dieta
Introdução: Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), presente em 6-12% das mulheres em idade reprodutiva, é caracterizada pelo hiperandrogenismo, resistência à insulina (RI) e por seu estado inflamatório, fatores exacerbados pela obesidade e associados com o aumento no dano de DNA. A perda de peso, aliada à alimentação saudável, atua restabelecendo as funções reprodutivas e metabólicas na SOP, entretanto sua influencia na redução do dano de DNA, na SOP, são desconhecidos. Objetivos: investigar se existem diferenças entre os marcadores de dano de DNA em mulheres com SOP e controle, e avaliar a efetividade da intervenção nutricional nos marcadores de dano de DNA e nos marcadores de risco cardiometabólicos em mulheres sobrepeso e obesas com SOP. Metodologia: as participantes tinham faixa etária entre 18 e 35 anos. No primeiro estudo, caso-controle prospectivo, foram incluídas 27 mulheres com diagnóstico de SOP e 20 controles. O segundo estudo foi um ensaio clínico de intervenção nutricional com duração de 12 semanas com dieta de restrição calórica de 500Kcal/dia. A genotoxicidade, dano de DNA (tail intensity, tail moment e tail length), foi avaliada pelo teste do cometa. Dados antropométricos, de consumo alimentar, hormonais, bioquímicos e inflamatórios foram avaliados nos distintos estudos. Resultados: não houve diferença significativa entre o marcador de dano de DNA tail intensity na SOP (24± 6,32% vs 21,7± 5,22% ) (p= 0,18) quando comparado ao grupo controle, assim como nos marcadores de tail moment (p= 0,76) e tail length ( p=0,109). Dados após intervenção nutricional, em mulheres SOP com sobrepeso e obesidade exibiram uma diminuição dos marcadores de danos de DNA: tail intensity (24,35 ± 5,86 – pré-dieta vs. 17,15 ± 5,04 -pos-dieta) e tail moment (20,47 ± 7,85 – pré-dieta vs. 14,13 ± 6,29 -pós-dieta) (p <0,001). Redução da ingestão de calorias, perda de peso (3,5%), diminuição do hormônio sexual e marcadores cardiometabólicos, tais como insulina, HOMA-IR e colesterol LDL foram também reduzidos. Conclusão: mulheres com SOP não apresentam aumento na genotoxicidade identificadas pelos danos de DNA, quando comparadas a mulheres sem SOP. A intervenção nutricional reduziu a genotoxicidade de mulheres sobrepeso e obesas com SOP, além de reduzir os fatores de riscos cardiometabólicos.