AVALIAÇÃO DE ALIMENTADOR ARTIFICIAL PARA Lutzomyia longipalpis E COMPARAÇÃO DE PADRÕES DE CARGA PARA BATERIAS DE ARMADILHA CDC.
Flebotomíneos, Lutzomyia, energia limpa, alimentação artificial.
Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912) (Diptera: Psychodidae) é o principal vetor do protozoário Leishmania infantum no Brasil e é monitorado pelos centros de vigilância, como o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Natal-RN. Em campo o monitoramento desse importante vetor é realizado a partir de coletas usando a armadilha Centres for DiseaseControl (CDC). Já a manutenção em laboratório exige a ingestão de sangue, sendo comum a utilização de algum vertebrado, o que pode oferecer riscos para a segurança do insetário e causar danos a fonte alimentar. Este estudo buscou padronizar um modelo de alimentação artificial para Lu. longipalpis em ambiente laboratorial e viabilizar o uso de energia solar para o funcionamento das armadilhas CDC. No presente estudo, testou-se alimentares comuns na literatura e utilizados em colônias de mosquitos. Adicionalmente, foi construído um alimentador artificial, Flebfeeding, utilizando equipamentos como termostato, ebulidor, bomba de aquário, mangueiras plásticas, reservatório de aquecimento de água e um balão de fundo chato. Os resultados mostraram que o sistema FlebFeeding foi eficiente na manutenção da temperatura do sangue durante a oferta alimentar e atração dos insetos, sendo observado uma taxa de sucesso alimentar de 57% para as fêmeas. As fêmeas ingurgitadas ovipositaram uma média de 19,41 ovos, e os ovos estavam viáveis, com a eclosão de larvas e adultos nos potes de criação. Para avaliar a eficiência de carregamento através da energia solar, foi construído um carregador com uma placa solar de 100 W de potência conectada diretamente a fios ligados aos polos positivos e negativos de um regulador de tensão e a bateria. Embora o carregamento tenha levado mais tempo que o carregador convencional, cerca de 18 horas para ser concluído, com corrente média de 0,59 A, verificou-se que o carregamento foi eficiente com durabilidade de uso em campo similar a bateria carregada de forma convencional, a qual necessitou de 10 horas para atingir a carga completa da bateria, com corrente média de 1 A. Os resultados indicam que a alimentação artificial por meio do Flebfeeding é eficaz para as fêmeas de Lu. longipalpis e apresenta vantagens em relação à alimentação convencional, visto que a redução do uso de animais em experimentos laboratoriais é um princípio ético importante. Quanto ao carregamento de baterias de armadilhas CDC com placas fotovoltaicas é uma opção viável e pode futuramente gerar economia nos gastos públicos. Porém, são necessárias pesquisas e análises de custo-benefício para avaliar a viabilidade dessas técnicas em maior escala.