EFEITO DA L-GLUTAMINA NA MORFOLOGIA GLOMERULAR DE RATOS PORTADORES DE TUMOR DE WALKER-256.
Câncer; Rim; Antioxidantes; Fibrose; Morfofisiologia.
O câncer é uma patologia de alta letalidade que atinge diferentes regiões do organismo. Sua indecência tem aumentado a cada ano e, por esta razão, estudos sobre seus efeitos e também com tratamentos que busquem a melhoria da qualidade de vida de seus portadores têm sido amplamente realizados. O aumento do estresse oxidativo sistêmico tem sido uma das principais alterações encontradas no câncer, inclusive em locais onde não há metástase. Este estudo objetivou analisar os efeitos da indução de câncer pelo modelo tumor de Walker-256, bem como, do tratamento com L-glutamina (2%) sobre a morfofisiologia renal. Para tanto, foram utilizados 20 ratos da linhagem Wistar, machos, adultos, distribuídos em quatro grupos: controle (C); portadores de tumor de Walker-256 (TW); controle tratado com L-glutamina 2% (CG) e; portadores de tumor de Walker-256 tratados com L-glutamina a 2% (TWG). Os resultados demonstraram que a densidade glomerular foi menor nos animais do grupo TW. Os achados morfométricos indicam que não existem diferenças entre a área glomerular entre os animais estudados. A área do tufo glomerular foi maior em TW enquanto que a área do espaço urinário foi menor neste grupo que nos demais grupos. A área do mesangio glomerular foi maior nos grupos TW e TWG que em C, porém TWG foi menor que TW. O percentual da área ocupada por matriz extracelular no tufo glomerular foi maior em TW e TWG que nos demais grupos. A área glomerular ocupada por colágeno foi maior em TW e em TWG, sendo menor no grupo tratado. A expressão do FGF-2 foi maior no grupo C que nos demais grupos, sendo que o grupo TW aquele que apresentou menor imunomarcação. Os resultados indicam que a inflamação sistêmica promovida pela indução do tumor de Walker-256 atinge a morfofisiologia renal no grupo TW, com diminuição do número de glomérulo, alterações morfométricas do tufo glomerular, mesangio e matriz extracelular, aumento de colágeno e diminuição da expressão do FGF-2, indicativo de fibrose renal e diminuição da remodelação/recuperação tecidual. O tratamento com L-glutamina 2% no grupo TWG teve protetor no rim em relação à TW, porém, com achados ainda são sugestivos de lesões glomerulares decorrentes da inflamação, o que poderia indicar que, provavelmente, uma suplementação com maior concentração de L-glutamina poderia melhorar ainda mais os parâmetros renais analisados.