EFEITO DO LASER DE BAIXA INTENSIDADE ASSOCIADO COM A APLICAÇÃO TÓPICA DE PRÓPOLIS VERDE NA CONTRAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS EM RATOS COM DIABETES INDUZIDO POR ESTREPTOZOTOCINA
Diabetes mellitus; reparo tecidual; colágeno; laser; própolis.
No diabetes mellitus (DM) o acúmulo de produtos finais de glicação avançada promove alterações estruturais e bioquímicas nos tecidos, contribuindo para o surgimento de complicações clínicas, especialmente o retardo no reparo de feridas cutâneas. O laser de baixa intensidade e a própolis representam duas opções terapêuticas que vêm sendo pesquisadas para o tratamento de lesões cutâneas, todavia ainda persistem controvérsias quanto ao melhor protocolo terapêutico individual e não há estudos analisando aos efeitos do seu uso combinado em modelos de DM. O objetivo do projeto é avaliar o efeito da combinação de laserterapia e aplicação tópica de extrato de própolis verde na contração de feridas cutâneas em ratos diabéticos. Ratos machos da linhagem Wistar (n=90) foram alocados em cinco grupos experimentais de acordo com a indução ou não da DM e da terapêutica empregada nas feridas cutâneas produzidas cirurgicamente: (N) normoglicêmico sem terapia complementar; (C) controle diabético sem terapia; (L) terapia com laser de baixa intensidade (660 nm, 30 mW, 4 J/cm2); (P) administração tópica de própolis verde (extrato alcoólico a 30%); e (LP) terapia combinada de laser e própolis. A indução da DM foi realizada por administração intraperitoneal de estreptozotocina, confirmada pelos níveis séricos de glicose ao quinto dia pós-indução e monitorada durante o experimento. As aplicações das terapêuticas foram realizadas no momento pós-cirúrgico imediato e diariamente por seis dias. O fechamento da ferida foi avaliado através de imagens digitais da área cirúrgica, obtidas até o 21º dia. Nos intervalos de 7, 14 e 21 dias, os animais foram submetidos à eutanásia e as áreas de cicatrização foram removidas, fixadas e processadas para avaliação microscópica. Cortes histológicos foram corados com Picrosirius red para análise quantitativa e qualitativa do padrão de organização do colágeno sob microscopia de luz polarizada e fluorescência. Serão avaliadas ainda a expressão das metaloproteinases MMP-2 e MMP-9 e do marcador α-actina de músculo liso para quantificação de miofibroblastos. Os dados parciais demonstram que os grupos tratados (L, P e LP) exibiram um fechamento mais acelerado da área da ferida cirúrgica, com correlação positiva com o índice de colagenização observado. As análises iniciais do padrão de organização tecidual indicam que o grupo LP apresenta fibras colágenas mais longas e mais espessas, sugerindo que a associação terapêutica pode promover um reparo tecidual de melhor qualidade no modelo estudado.