RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE FIXAÇÃO E A PRESENÇA DE ARTEFATOS DE RETRAÇÃO QUE SIMULAM INVASÕES LINFOVASCULARES EM TECIDOS TUMORAIS
Artefato de retração. Invasão linfovascular. Câncer. Fixação histológica. Formaldeído
O câncer é uma das principais causas de morte no mundo, representando um grande desafio para a saúde pública global. Tão importante quanto a compreensão dos mecanismos moleculares e biológicos subjacentes ao desenvolvimento e progressão de tumores é a assertividade no diagnóstico para o manejo eficaz do câncer, impactando diretamente as escolhas terapêuticas, o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. A invasão linfovascular (ILV) é um importante marcador prognóstico no estadiamento de tumores malignos, desempenhando um papel crítico na avaliação da agressividade e potencial metastático do câncer. A presença de células tumorais dentro de vasos linfáticos ou sanguíneos é considerada um indicador de alto risco para disseminação metastática, influenciando diretamente as decisões terapêuticas, como a necessidade de tratamentos adjuvantes mais intensivos, incluindo quimioterapia, radioterapia e terapias-alvo. Análises histológicas de tumores que lançam mão da técnica em parafina com coloração em H&E ainda é a mais utilizada nos serviços de patologia, sendo a fixação uma etapa crítica na adequada preparação dessas amostras para garantir a preservação da morfologia tecidual e a precisão diagnóstica, condições que também dependem da capacidade técnica experiência do patologista. Este estudo investiga o impacto dos tempos de fixação química por formaldeído de 6, 48 e 72 horas em tecidos tumorais mamários, colônicos e uterinos, visando identificar se há inteferência na interpretação dos patologistas em diferenciar invasões linfovasculares de artefatos de retração durante a avaliação histopatológica de tumores. Após a avaliação por 3 patologistas, os resultados preliminares indicam que, mesmo com a presença de artefatos de retração difusamente distribuídos em todas as amostras, a fixação por 6 horas apresentou menor percentual de dúvidas na diferenciação entre AR e ILV, o que pode indicar um tempo de fixação com melhor potencial de preservação estrutural dos tecidos. As fixações em 48 horas e 72 horas apresentaram um aumento na presença de artefatos que se confundem com invasões linfovasculares. Os dados complementares dos demais pacientes coletados poderão reforçar ou refutar esse padrão encontrado na avaliação observada até aqui.