AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PANCREÁTICA DE ANIMAIS DIABÉTICOS INDUZIDOS POR ESTREPTOZOTOCINA TRATADOS COM EXTRATO DE SPONDIAS TUBEROSA ARRUDA
Diabetes mellitus, morfologia, Spondias tuberosa, fígado, pancreas
O Diabetes mellitus (DM) é um distúrbio metabólico crônico caracterizado pela hiperglicemia persistente, resultante da deficiência na produção de insulina pelo pâncreas e/ou da sua ação, levando a complicações a longo prazo. A terapia farmacológica do DM enfrenta limitações devido ao elevado número de efeitos colaterais. Tratamentos alternativos à base de produtos naturais têm potencial no tratamento do DM. A espécie Spondias tuberosaArruda, conhecida como umbuzeiro, tem sido amplamente utilizada na medicina tradicional para tratar doenças digestivas, infecções e diabetes. Apesar de sua utilização frequente, há poucos estudos sobre seus benefícios. No entanto, um estudo recente demonstrou sua atividade anti-hiperglicemiante. Considerando o fácil acesso a essa espécie na região e seu potencial farmacológico, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito antidiabetogênico da Spondias tuberosa Arruda, em ratos diabéticos induzido por estreptozotocina, incluindo análises clínicas, bioquímicas, morfológicas, e avaliação de possíveis marcadores envolvidos no efeito terapêutico da espécie em estudo. Foram utilizados 52 ratos Wistar , e o diabetes mellitus induzido por estreptozotocina (40mg/kg i.p.). Os grupos foram divididos em 5 : GC (animais do grupo controle), DM (animais com diabetes experimental), EX (animais não diabéticos tratados com extrato da S. tuberosa), DMEX (animais com diabetes experimental tratados com extrato da S. tuberosa) e DMIN (animais com diabetes experimental tratados com insulina). O extrato de S. tuberosa (500 mg/kg, v.o.) e insulina NPH (10UI via s. c.) foram administrados diariamente por 30 dias após a instalação do diabetes mellitus. Os parâmetros analisados mostraram que houve um aumento de ingestão hídrica, consumo de ração e volume urinário, com perda de peso dos animais diabéticos, diminuição significativa de AST (aspartato aminotransferase) do grupo tratado com o extrato, morfologia e morfometria do pâncreas com danos bastante representativos apresentando atrofia e vacúolos nos animais com DM e melhora nos animais tratados com insulina e extrato. Na avaliação da morfologia hepática verificou-se melhora da deposição de glicogênio em ambos os tratamentos do extrato e insulina. Na avaliação das espécies reativas de oxigênio observou-se que a DM aumentou a imunofluorescência desse parâmetro, bem como da enzima SOD por imunohistoquímica, entretanto o extrato não foi capaz de reverter. Diante destes resultados pode-se concluir que o extrato diminuiu as alterações histopatológicas e morfométricas do tecido hepático e pancreático, mesmo sem conseguir amenizar a hiperglicemia. A investigação dessa planta contribuirá para um melhor entendimento da complexa fisiopatologia do DM1 e incentivará pesquisas em novas alternativas terapêuticas ou complementares baseadas em plantas medicinais da rica flora brasileira.