CARACTERIZAÇÃO CITOARQUITETÔNICA E MORFOQUANTITATIVA DO COMPLEXO COCLEAR NO ENCÉFALO DE MORCEGOS (Artibeus planirostris).
sistema auditivo, ecolocalização, citoarquitetura, imunoflorescência, morcegos
O sistema auditivo é de extrema importância para a sobrevivência das espécies. Tanto os animais que vivem em seu ambiente natural, bem como, aqueles criados em condições controladas de laboratório. Eles precisam da audição para detectar perigos, tais como predadores e veículos motorizados, responder a vocalização de animais da mesma ou de outras espécies. A orelha é denominada de órgão vestíbulococlear, por participar diretamente da audição e da manutenção do equilíbrio. O sistema auditivo do morcego está envolvido em inúmeras funções emanadas pelo animal. A navegação espacial por parte dos quirópteros está amplamente associada ao mecanismo de ecolocalização, o qual consiste na emissão de ondas sonoras pelo aparelho fonador e consequente reflexo em forma de eco, captados pelo aparelho vestíbulococlear. Embora diversos estudos abordem a dinâmica funcional dos sistemas de ecolocalização de quirópteros, poucos trabalhos dedicam espaço a uma análise morfológica dos centros neurais envolvidos no processamento de tais informações. O presente estudo apresenta como objetivo descrever a organização morfológica do complexo coclear no encéfalo do Morcego Artibeus planirostris. Entre os achados, foi observado que o complexo coclear destaca-se como um conjunto celular heterogêneo citoarquitetônicamente, disposto látero-inferiormente ao pedúnculo cerebelar inferior e lateralmente ao nervo vestibulococlear, tracto espinal do trigêmio e corpo trapezoide ao longo da maior parte de sua extensão. O método de Nissl permitiu identificar todas as subdivisões clássicas descritas até o presente em outras espécies: Núcleo coclear ventral (parte posterior e parte anterior) e núcleo coclear dorsal. A análise da distribuição das proteínas ligantes de cálcio no complexo coclear, através da técnica de imunofluorescência permitiu identificar a presença de terminais e pericários imunorreativos a CB, CR e PV. Até o momento, a caracterização morfológica e funcional do Artibeus planirostris se mostra bastante similar às características encontradas nos roedores, especificamente o rato e a chinchila.