O TEXTO ARGUMENTATIVO EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ATRAVÉS DE EDITORIAIS
Gênero textual. Editorial. Ensino. Sequência Didática. Operadores argumentativos.
Sabemos que nos últimos anos, o ensino de Língua Portuguesa tem obtido algumas conquistas. No entanto, ainda há muito que se estudar e pesquisar com o intuito de melhorar a prática de ensino, principalmente no Ensino Fundamental. Diante disso, se faz necessário um trabalho maior na área de produção textual visto que os alunos apresentam muitas dificuldades de articulação de ideias e, essa dificuldade fica mais evidenciada nos gêneros textuais argumentativos onde percebemos pouca consistência dos argumentos para defender ou refutar um ponto de vista. Face ao exposto, nosso trabalho tem como objeto de pesquisa um estudo sobre o texto argumentativo em sala de aula. Como objetivo geral, procuramos investigar o processo argumentativo na construção do gênero textual Editorial a partir da leitura e da escrita dos alunos do 9º ano do EF, através de revistas como a Veja, de repercussão nacional e Minha Novela. Trabalhamos o uso e o emprego dos operadores argumentativos com o intuito de verificar, após a realização de uma sequência didática nos moldes preconizados por Dolz; Noverraz; Schneuwly (2004) se houve progressos quanto ao emprego dessas marcas linguísticas. Nosso trabalho se justifica pela necessidade de fazer uma pesquisa voltada para a leitura e produção textual, especificamente, para a análise da construção argumentativa em Editoriais de revistas. Justificamos ainda, por entender que é, nesse período, que o jovem começa a ter maturidade para expressar e defender um argumento acerca de um determinado assunto polêmico que o envolve na esfera social. Além disso, esse estudo se torna relevante por não encontrarmos trabalhos voltados para o uso de editoriais enquanto produção oral e escrita na escola. Nossa pesquisa se constitui em uma pesquisa-ação, pois utilizaremos como laboratório nossa própria sala de aula onde o pesquisador/professor e os alunos serão os participantes da investigação científica. Fundamentamos nossa pesquisa nos estudos de alguns teóricos da Linguística Aplicada e da Linguística textual. Dentre eles Marcuschi (2005, 2008); Koch (2016); Kock e Elias (2010); Antunes (2009, 2010); Rodrigues, et al. (2012) da Linguística Textual; Kleiman (2004) e Solé (1998) que tratam da leitura; Marcuschi (2008); Bakhtin (2003) e Cristóvão e Nascimento (2006) sobre gêneros textuais; Plantin (2008) e Ducrot (1987) sobre Argumentação; e Soares (2016); Melo (1985); Souza (2006) sobre Editorial. Na análise da primeira produção pudemos notar que os alunos não variam os operadores utilizados demonstrando pouco conhecimento dessas marcas linguísticas, repetindo os mesmos operadores várias vezes ao longo do texto. Notamos também que os alunos empregam muitas vezes inadequadamente esses recursos da língua, comprometendo a argumentação do texto, pois muitas vezes não correspondem ao sentido discursivo nem ao valor semântico dessas expressões.