PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE ADOECIMENTO PSÍQUICO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Produção do Conhecimento. Ensino Superior. Saúde Mental. Universitários. Sofrimento Psíquico.
Este estudo tem por objetivo analisar as produções do conhecimento sobre os fatores que contribuem para o adoecimento psíquico de estudantes de graduação no contexto contemporâneo. Trata-se de uma revisão de escopo, que permite identificar e compreender aspectos acadêmicos, institucionais, socioculturais e econômicos que impactam a saúde mental de universitários. Os estudos analisados indicam que, embora o ambiente acadêmico apresenta desafios como competitividade excessiva, pressão por desempenho e sobrecarga de atividades, o sofrimento psíquico dos estudantes está profundamente enraizado em condições mais amplas, como a vulnerabilidade socioeconômica, o enfraquecimento dos vínculos sociais, o consumismo, e as transformações nas formas de sociabilidade nas sociedades atuais. Além disso, preconceitos, violências simbólicas e materiais, privações, crises identitárias e dificuldades no âmbito familiar revelam-se como fatores importantes que atravessam a vida dos estudantes e influenciam diretamente seu bem-estar académico. A análise evidencia que os problemas de saúde mental não podem ser compreendidos apenas como resultado de falhas institucionais no ensino superior, mas como expressão de uma complexa teia de desigualdades sociais e desafios estruturais. A metodologia empregada envolveu a seleção criteriosa de artigos científicos e literatura especializada, utilizando bases de dados acadêmicas reconhecidas. Os achados reforçam a necessidade de políticas públicas intersetoriais — envolvendo educação, saúde, assistência social e direitos humanos — para promover ações integradas de prevenção e cuidado. A ampliação de serviços de apoio psicológico nas universidades, aliada a estratégias mais amplas de combate às desigualdades e à exclusão social, revela-se essencial para enfrentar o adoecimento psíquico na formação superior. Conclui-se que a construção de um ambiente mais saudável para os estudantes passa, necessariamente, por uma abordagem sistêmica e articulada entre diferentes setores da sociedade, visando a construção de um ambiente mais saudável e acolhedor para a formação dos futuros profissionais.