Banca de DEFESA: RENATHA CELIANA DA SILVA BRITO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RENATHA CELIANA DA SILVA BRITO
DATA : 24/05/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Googel meet
TÍTULO:

OBESIDADE, INSEGURANÇA ALIMENTAR, GÊNERO E RAÇA/COR: UM ESTUDO SOBRE INTERSECCIONALIDADE NA POPULAÇÃO BRASILEIRA


PALAVRAS-CHAVES:

Obesidade. Insegurança Alimentar. Interseccionalidade. Saúde Pública. Vulnerabilidade social.


PÁGINAS: 201
RESUMO:

Introdução: A obesidade é um problema global de saúde pública, associado a comorbidades como diabetes e hipertensão, que tem avançado rapidamente no Brasil, onde sua prevalência mais que dobrou entre 2006 e 2023. Junto a esse cenário, a Insegurança Alimentar (IA) também cresceu, principalmente entre 2017 e 2022, impactando de forma desproporcional mulheres e populações negras, reflexo de desigualdades estruturais históricas. Objetivo: Sob uma abordagem interseccional, esta tese investiga como gênero, raça/cor e fatores socioeconômicos se articulam na relação entre obesidade e IA. Metodologia: Formulada a partir de dois tipos de estudos, revisão sistemática de literatura e estudos epidemiológicos observacionais, foram elaborados cinco artigos (dois de caráter metodológicos e três que abordam os resultados das pesquisas). A revisão sistemática foi registrada na plataforma PROSPERO e realizada seguindo as diretrizes do PRISMA, com o objetivo de avaliar a associação entre insegurança alimentar e excesso de peso (sobrepeso e obesidade) na população brasileira sob as discussões de gênero e raça/cor. As buscas aconteceram nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (Lilacs-BVS), PubMed, Web of Science e Embase, com as etapas de seleção e extração realizadas por pesquisadores independentes. Em seguida, foram analisados dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (2019) para validar a classificação do estado nutricional a partir de dados antropométricos autorreferidos e para avaliar a prevalência de obesidade e sua relação com indicadores de vulnerabilidade entre grupos populacionais brasileiros. Ademais, utilizou-se dados primários de um estudo transversal de base populacional realizados com domicílios de dois municípios do semiárido nordestino (InqSAN-Semiárido) para analisar a relação entre obesidade e insegurança alimentar a partir de fatores interseccionais. Foram realizadas análises descritivas, bivariadas e multivariadas através do software Stata (versão 15.0), utilizando a variável de classificação do Índice de Massa Corporal em Obesidade como desfecho. Como variáveis de exposição, utilizou-se as variáveis socioeconômicas (renda, escolaridade, ocupação, moradia e outras vulnerabilidades etc), a IA (avaliada por meio da Escala Brasileira de Insegruança Alimentar) e os fatores de gênero e raça/cor a partir da criação de uma variável interseccional (homem branco, homem preto/pardo, mulher branca, mulher preta/parda). Resultados: A partir da análise de 22 artigos, a revisão mostrou que apesar da associação positiva entre a IA e o excesso de peso está consolidada na literatura, há uma lacuna na discussão sobre como a interseccionalidade permeia essa associação. Quanto a validação dos dados autorreferidos, todas as análises mostraram resultados positivos, havendo uma maior reprodutibilidade entre adultos (18 a 59 anos) quando comparados às pessoas idosas e entre homens quando comparados às mulheres, indicando, portanto, uma possibilidade concreta de realizar estudos observacionais de associação tendo como variável de desfecho o estado nutricional referido. Já para os estudos de recortes transversais, os dados da PNS mostraram que a obesidade atinge os grupos interseccionais de maneira desigual e é intensificada pelos demais fatores de vulnerabilidade, como renda, escolaridade e ocupação, sendo a mulher negra a mais afetada, enquanto os dados do InqSAN-Semiárido, reforçaram a prevalência deste desfecho e identificaram que na presença da IA, as disparidades sociais são amplificadas. Considerações finais: É fundamental a implementação de políticas públicas de saúde e segurança alimentar que visem o enfrentamento de desigualdades estruturais e territoriais. Recomenda-se, entre outras ações, ampliar o acesso a alimentos saudáveis em áreas de alta vulnerabilidade, fortalecer políticas de segurança alimentar com foco em mulheres negras e populações de baixa renda, integrar abordagens multidimensionais no enfrentamento da obesidade e adotar políticas afirmativas que reduzam desigualdades de gênero e raça no acesso à educação, trabalho e saúde. Esforços conjuntos entre Estado, sociedade civil e setor privado são essenciais para transformar ambientes alimentares, reduzir privilégios e discriminações e construir uma sociedade mais justa e inclusiva.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1149540 - ANGELO GIUSEPPE RONCALLI DA COSTA OLIVEIRA
Interna - 2305247 - ISABELLE RIBEIRO BARBOSA MIRABAL
Externo ao Programa - 2842635 - FABIO RESENDE DE ARAUJO - UFRNExterna à Instituição - ALINE ALVES FERREIRA - UFRJ
Externo à Instituição - RODRIGO PINHEIRO DE TOLEDO VIANNA - UFPB
Notícia cadastrada em: 20/05/2025 09:44
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