PACIENTES PELA SEGURANÇA DOS PACIENTES: PRÁTICAS DE CUIDADO SEGURAS E SEUS ENFRENTAMENTOS NA PERSPECTIVA DAS PESSOAS INTERNADAS E SEUS FAMILIARES
Segurança do Paciente. Internação Hospitalar. Evento Adverso. Família. Cuidadores.
Atualmente, a pertinência das práticas de cuidado seguro constitui grande desafio na assistência no âmbito hospitalar. A segurança do paciente é entendida como um conjunto de ações destinadas à proteção do paciente contra riscos, eventos adversos, que são os incidentes que resultam em danos à saúde e danos desnecessários durante a atenção nos serviços de saúde. É definida ainda como a redução, a um mínimo aceitável, do risco do dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. É reconhecida a importância de práticas de cuidado seguras como uma proposta fundamental de atenção à saúde associada a qualidade do serviço prestado e de compromisso institucional firme e visível com todas as situações latentes, visíveis ou não de perigos. Esse estudo teve por objetivo analisar as práticas de cuidado seguras e seus enfrentamentos na perspectiva dos pacientes e seus cuidadores/familiares. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, do tipo descritiva e exploratória. Nesse sentido, a pesquisa em epígrafe buscou compreender como ocorrem as práticas de cuidado seguras e seus enfrentamentos na perspectiva dos pacientes e seus cuidadores/familiares. Dito isto, buscou-se identificar os determinantes internos que representam obstáculos na segurança do paciente e conhecer a percepção dos pacientes sobre o seu papel enquanto ferramenta de cuidado para segurança do paciente. A coleta de dados foi realizada com aplicação de entrevistas semiestruturada e contou com a participação de 30 pacientes/familiares. A análise dos dados foi realizada em três fases: pré-análise, exploração do material e tratamento dos dados, inferência e interpretação, seguindo referencial de Bardin (2016) no desenvolvimento da análise de conteúdo. Foi utilizado o software de análise qualitativa Atlas Ti, para auxiliar na organização e análise dos dados. A pesquisa atendeu todos os requisitos éticos, respeitando inteiramente as determinações da Resolução nº 466/2012. Os resultados obtidos permitem identificar que a falta de infraestrutura adequada são determinantes que representam obstáculos a segurança do paciente, assim como as dificuldades enfrentadas pelos cuidadores/familiares de se locomoverem para o hospital, visto que citam a presença do acompanhante como fator importante para a segurança do paciente, seguida da prevenção de quedas. O estudo aponta que paciente, cuidadores/familiares, percebem seu papel enquanto ferramenta de cuidado, ao procurarem informações, demonstrando que a busca de informações representa importante estratégia de viabilização do cuidado e empoderamento, seguida da prevenção de quedas, da participação no cuidado e da comunicação efetiva com a equipe. Reconhecem como práticas de cuidados as explicações médicas sobre os procedimentos, a administração correta de medicamentos, o acolhimento e os cuidados diários da equipe. A infraestrutura (adequação de banheiros) é apontada como práticas de cuidados que necessitam de melhorias, assim como a alimentação e a diversidade cultural.