DIABETES MELLITUS: MORTALIDADE E PREVENÇÃO DA COMPLICAÇÃO “PÉ DIABÉTICO” NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Atenção primária à saúde; Diabetes mellitus; Pé diabético; Estudos epidemiológicos; Saúde pública.
Introdução. Com o envelhecimento da população, o Brasil tem experimentado um processo de transição demográfica que tem culminado para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas destacando-se o Diabetes Mellitus. O aumento de pessoas com a doença é considerado um grave problema de saúde pública, dado à necessidade de alto investimento tanto no tratamento ambulatorial e hospitalar quanto na promoção da saúde para prevenção do aumento de casos; sendo este último, um desafio para os promotores das políticas públicas sociais: governantes, pesquisadores e a sociedade em geral como corresponsável pelo autocuidado. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 8,8% da população mundial convive com a doença e supõe que em 2045 o número de diabéticos aumente para mais de 628,6 milhões de pessoas no mundo. Objetivo. Analisar a mortalidade por Diabetes mellitus no Brasil e identificar as ações de prevenção do pé diabético no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Metodologia. Artigo 1: Estudo ecológico de análise espacial da mortalidade por diabetes, com abordagem quantitativa e descritiva, utilizando-se a taxa de mortalidade específica por 100.000 habitantes; Artigo 2: Estudo de revisão integrativa da literatura, para o levantamento das publicações nas plataformas virtuais, PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde e Scielo. Resultados. Artigo 1: As maiores taxas de mortalidade ocorreram nos estados de Roraima (4,74), Acre (3,18), Alagoas (3,12), Amapá (3,02). O estado do Amazonas ficou em 8º lugar (2,48), estando as menores taxas no Distrito Federal (0,98) e Paraná (0,85). Artigo 2: Foram selecionados 13 estudos e as principais ações de prevenção ao pé diabético no âmbito da APS foram aqueles relacionados com o cuidado adequado dos pés, incluindo cuidados com as unhas e a pele, e a importância do monitoramento diário dos pés. Pacientes com perda sensorial devem ser educados sobre como usar outras modalidades sensoriais (palpação, inspeção visual com espelho inquebrável) para rastrear precocemente possíveis problemas nos pés. Conclusão. Apesar da morbidade pelo DM crescer no Brasil a mortalidade apresentou redução no período entre 2012 e 2022, exceto em algumas regiões específicas do Norte e Nordeste. Segundo os estudos analisados, a ocorrência de lesão nos pés é uma complicação evitável do diabetes Mellitus, contudo, verifica-se ainda uma condição frequente de ocorrência desses casos, e isso potencializa situações complexas como amputações de membros inferiores e morte. É importante que se observe que os estudos apontam para o controle de complicações do diabetes como a ampliação da rede de cuidados; implantação de protocolos de práticas nas rotinas de atendimentos das unidades básicas de saúde; educação em saúde tanto para os profissionais quantos para os pacientes; orientação para autocuidado e avaliação regular dos pés.