SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO (UPAS) DE NATAL - RN NO CONTEXTO DA COVID-19
COVID-19; pessoal de saúde;esgotamento psicológico; depressão; transtornos de ansiedade.
A pandemia de COVID-19 provocou graves implicações no âmbito da saúde individual e coletiva e no funcionamento emocional e social. Em paralelo, deflagrou uma sobrecarga nos Sistemas de saúde do mundo inteiro, afetando diretamente a saúde mental dos profissionais de saúde, principalmente os profissionais dos setores de urgência e emergência que apresentam níveis mais elevados de estresse, ansiedade e depressão do que a população geral. Nesse sentido, o presente estudo propõe-se a analisar a prevalência e os fatores associados ao adoecimento mental dos profissionais de saúde das Unidades de Pronto Atendimento de Natal-RN. Trata-se de um estudo quantitativo do tipo transversal, dirigido aos enfermeiros, técnicos/ auxiliares de enfermagem e médicos das 04 Unidades de Pronto Atendimento de Natal-RN. A coleta foi realizada no período de julho a dezembro de 2022 com aplicação de questionários, em que constam dados sócio-ocupacionais, dados pessoais de saúde clínica e antecedentes pessoais e familiares de transtornos mentais e questionários específicos Maslach Burnout Inventory-Human Services Survey (MBI-HSS), Inventário de Depressão de Beck (IDB) e Inventário de Ansiedade de Beck (IAB). Os questionários foram enviados por whattsapp ou acessados via QR code e respondidos após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) através da plataforma de formulários do Google®. Foram incluídos 172 participantes na pesquisa. A amostra foi constituída por 82% de mulheres, com idade média de 39,63 anos (DP 9,521) e tempo médio de formados de 11,9 anos (DP 7,68). A prevalência de Burnout na amostra foi de 51,2%, 47,1% apresentaram alta Exaustão Emocional, 27,9% alta Despersonalização e 24,4% baixa Realização Pessoal. Com relação aos sintomas ansiosos, 28,5 % apresentaram sintomas ansiosos de grau moderado a severo e a prevalência de sintomas depressivos moderados a severos foi de 16,3 %. Diante dos resultados encontrados, torna-se urgente a criação de ações governamentais que atuem em nível de gestão, organizacional e individual para prevenir novos agravos de saúde mental em profissionais de saúde da linha de frente e tratar os profissionais adoecidos.