VITAMINA A E SINTOMAS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA: REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS E ENSAIOS CLÍNICOS
Vitamina A, esclerose múltipla, suplementos nutricionais, inflamação, doenças autoimunes.
Introdução: A esclerose múltipla (EM) é o distúrbio autoimune mais prevalente na atualidade e está associado à desmielinização dos neurônios no sistema nervoso central (SNC) por meio da ativação do sistema imunológico. Estudos utilizando a vitamina A vêm se mostrando promissores na melhora da doença. Dessa forma, a presente dissertação tem como objetivo fornecer as melhores evidências disponíveis sobre o impacto clínico da vitamina A nos desfechos relacionados aos sintomas de pacientes portadores de EM. Métodos: Foi utilizado o formato de coletânea de artigos para a produção de dois artigos, sendo o primeiro um artigo de protocolo, usado como base para a produção do segundo artigo, uma revisão sistemática. Foram realizadas buscas no pubmed, embase, scopus, cinahl, scielo, web of science, biblioteca cochrane e science direct, de estudos publicados até Maio de 2019 que avaliassem a relação da suplementação de vitamina A e/ou a análise do nível sérico e os sintomas em pacientes portadores de EM. Para o delineamento da revisão sistemática foi utilizado o PRISMA. Para avaliar a qualidade metodológica dos estudos foi utilizada a escala JADAD para os ensaios clínicos randomizados e a Newcastle–Ottawa para os estudos observacionais. Para a extração de todos os dados encontrados foi criado um banco de dados no programa Microsoft Excel. Resultados: Na busca inicial encontramos 2053 estudos, e ao final das buscas foram selecionados 6 artigos elegíveis à pesquisa, sendo 2 ECR e 4 observacionais (coorte). Dos seis estudos incluídos, dois utilizaram a suplementação de vitamina A e obtiveram resultados que a vitamina A é capaz de conter a progressão de membros superiores e deficiências cognitivas, melhora significativa nos escores de depressão, fadiga total e as três subescalas de fadiga (física, cognitiva e psicossocial). Os outros quatro estudos realizaram a dosagem sérica da vitamina A e constatatram que os níveis séricos de retinol não foram associados ao risco e ao número de recidivas e ao agravamento da EDSS, porém, níveis crescentes de retinol estão associados a resultados diminuídos da atividade da doença, além de retinol predizer resultados de novas lesões nos meses subsequentes por meio da ressonância magnética. Conclusão: esses achados ainda não são suficientes para recomendar a suplementação da vitamina A para pacientes com EM. Novos ensaios clínicos controlados e bem realizados se fazem necessários.