Avaliação longitudinal da condição periodontal em idosos institucionalizados e não institucionalizados
Inquéritos de saúde bucal. Doenças periodontais. Índice periodontal. Indicadores básicos de saúde. Idoso.
A relação entre saúde bucal e saúde geral não tem sido explorada, principalmente quanto à população idosa. Os estudos que têm como desfecho a saúde bucal do idoso mostram que essa variável é uma vertente negligenciada pelo próprio indivíduo ou, ainda, pelas políticas públicas. Diante do exposto, esta pesquisa buscou investigar a condição periodontal em idosos institucionalizados e não institucionalizados, sendo aqueles de instituições filantrópicas e privadas, bem como, construir um indicador de condição periodontal para esta população. Esta pesquisa caracteriza-se ser um estudo longitudinal no qual avaliamos 264 idosos, sendo 173 idosos não institucionalizados residentes em Macaíba/RN e 91 idosos institucionalizados da cidade de Natal/RN. Para aqueles não institucionalizados, a grande maioria deles foram do sexo feminino com idade média de 69,94 anos (±7,02) cujas idades variaram de 60 a 86 anos. Quanto aos institucionalizados, independentemente de serem de instituições filantrópicas ou privadas, a maioria dos idosos também foram do sexo feminino com idade média de 77,20 (±6,19) e 84,15 (±7,02) cujas idades variaram de 65-89 anos e 70-95 anos para instituições filantrópicas e privadas, respectivamente. A condição periodontal dos idosos não institucionalizados foi avaliada a partir do sangramento gengival, cálculo dentário, bolsa periodontal rasa e bolsa periodontal profunda que estiveram presentes em 58,7%, 73,7%, 18,7% e 7,5% dos indivíduos não institucionalizados da primeira onda, respectivamente. Já a perda de inserção periodontal foi observada em 59% desses indivíduos. Na segunda onda, foram observados em 60,9%, 79,7%, 55,1% e 8,7% dos idosos da coorte, respectivamente. A perda de inserção periodontal, por sua vez, esteve presente em 53,5% dos indivíduos avaliados longitudinalmente. E para os idosos institucionalizados, os percentuais de sangramento gengival, cálculo dentário, bolsa periodontal rasa e bolsa periodontal profunda foram de 71,4%, 91,5%, 52,4% e 14,3% dos indivíduos de instituições filantrópicas e de 46,2%, 61,5%, 38,5% e 7,7% dos indivíduos de instituições privadas da primeira onda, respectivamente. Já a perda de inserção periodontal foi observada em 61,9% e 30,8% dos idosos de instituições filantrópicas e privadas, respectivamente. Na segunda onda, o sangramento gengival, cálculo dentário, bolsa periodontal rasa e bolsa periodontal profunda estiveram presentes em 62,5%, 37,5%, 43,7% e 18,8% dos indivíduos de instituições filantrópicas e em 58,3%, 66,7%, 33,3% e 8,3% dos indivíduos de instituições privadas da primeira onda, respectivamente. Já a perda de inserção periodontal foi observada em 56,2% e 53,8% dos idosos de instituições filantrópicas e privadas, respectivamente. No que diz respeito a construção do indicador de condição periodontal, observamos que as cargas fatoriais revelaram que as variáveis ficaram resumidas em quatro fatores.