INIQUIDADES EM SAÚDE E A COMPOSIÇÃO DO ÍNDICE DE DESIGUALDADE E VULNERABILIDADE EM SAÚDE (IDVS) EM UMA CAPITAL BRASILEIRA
Fatores Socioeconômicos; Disparidades nos Níveis de Saúde; Mortalidade; Índices; Equidade em Saúde.
As diferenças nos resultados de saúde entre distintos grupos populacionais são reveladas por diversos estudos acadêmicos e relatórios governamentais, e não se apresentam como novidade. Ainda assim, o tema das desigualdades sociais é objeto de estudo recorrente nas diversas áreas de conhecimento, talvez pela ampliação dessas desigualdades ao longo dos anos. No Brasil, apesar da redução nas desigualdades nas últimas décadas, é observada uma imensa desigualdade e há clara distinção de indicadores de saúde entre norte-sul do país, na mortalidade entre negros e brancos e no adoecimento entre os mais pobres e os mais abastados. Diante disso, este estudo propõe descrever a desigualdade em saúde em uma capital brasileira e, ainda, propor um índice que seja composto por indicadores de saúde e socioeconômicos. As análises descritivas consistiram na comparação da média dos anos vividos entre os bairros da cidade do Natal-RN, bem como as médias dos anos potenciais de vida perdido. A criação do Índice de Desigualdade e Vulnerabilidade em Saúde (IDVS), por sua vez, buscou contemplar os dados dos setores censitários, cuja área é menor que um bairro, permitindo discriminar ainda melhor a desigualdade dentro dos territórios. Os resultados mostram que a diferença na média dos anos vividos entre os bairros de Natal-RN chega a 25 anos, sendo que o pior bairro apresenta condições de mortalidade comparáveis a países pobres da África, ao passo que o bairro com maior média de anos vividos se assemelha à média brasileira. Os resultados apontam para uma relação entre os desfechos em saúde e os indicadores socioeconômicos. Para a criação do índice, a análise fatorial e a análise de cluster foram possibilidades metodológicas consistentes, não sendo conclusivas qual a melhor opção para descrever as desigualdades territoriais em unidades menores, como os setores censitários.