O EFEITO DE SPRINTS REPETIDOS COM MUDANÇA DE DIREÇÃO NA ASSIMETRIA ENTRE MEMBROS DE ATLETAS DE FUTEBOL AMERICANO
Keywords: Assimetria, Potência, lesão, fadiga.
RESUMO
Introdução: As assimetrias entre membros são comumente presentes nas modalidades esportivas e podem ser usadas para controle da carga de treinamento e como forma de predição de risco de lesão. Entretanto, a demanda física pode influenciar na assimetria entre membros. Objetivo: Por isso, o objetivo do presente estudo é verificar o efeito de um protocolo de sprints repetidos com mudança de direção na assimetria entre membros inferiores em atletas de futebol americano. Métodos: Dez atletas de futebol americano foram recrutados para participação no estudo quase-experimental. No primeiro dia, os participantes realizaram o aquecimento e em seguida foram para o processo de avaliação física. Foram realizados o teste de sprint com mudança de direção de 30 metros e o salto vertical contramovimento. O salto vertical contramovimento unipodal (SLCMJ) foi realizado seguindo o membro de preferência. O salto com os membros ocorreu de forma alternada, sendo realizado três saltos com cada membro. O membro com melhor desempenho de salto foi usado como membro dominante. O pico de torque de extensores (PTE) e flexores (PTF) de joelho foi avaliado a partir da contração concêntrica isocinética a 60º/s de velocidade. A assimetria de SLCMJ, PTE e PTF foi calculado a partir da diferença percentual entre as medidas. Resultados: O membro dominante (DL) possui maior pico de torque de extensores do que o membro não dominante (NDL) na ausência da fadiga (NFAT) (∆= 18,26; 95%CI= 2,76 até 33,76; p= 0,026), porém não existe diferença após a fadiga (FAT) (∆= 8,78; 95%CI= -4,78 até 22,35, p= 0,18). PTF não tiveram efeito de fadiga (F(1,9)= 1,72; p= 0,222; η2= 0,161), membro (F(1,9)= 0,27; p= 0,613, η2= 0,030) e interação (F(1,9)= 1,57; p= 0,242; η2= 0,149). Não foi verificado diferença estatística na média da assimetria de PTE (t(9)= 1,46; p= 0,178; ∆= 4,97; 95%CI= -2,73 até 12,67; r= 0,42; p= 0,222) e de PTF (t(9)= -1,18; p= 0,266; ∆= -8,12; 95%CI= -23,61 até 7,37; r= 0,58; p= 0,076) de joelho após o protocolo fatigante. O DL apresentou maior desempenho de salto em NFAT (∆= 1,34; 95%CI= 0,60 até 2,08; p= 0,003), porém em condição de FAT não houve diferença estatística (∆= 1,29; 95%CI= -0,32 até 2,90; p= 0,104). A assimetria de SLCMJ não apresentou diferença estatística da média nas condições NFAT e FAT, além de não possuir correlação (t(9)= -0,88; p= 0,402; ∆= -2,92; 95%CI= -10,43 até 4,58; r= 0,11; p= 0,765). Apenas os dados de assimetria funcional apresentaram homogeneidade das variâncias (F= 0,87; p= 0,581). A assimetria de SLCMJ (ICC= -0,15; 95%CI= -0,63 até 0,71), assimetria de extensores (ICC= 0,59; 95%CI= -0,63 até 0,90) e assimetria de flexores (ICC= 0,69; 95%CI= -0,25 até 0,92) em estado de fadiga não foram reprodutíveis com as medidas de controle. Conclusão: O protocolo de sprints repetidos com mudança de direção pode promover uma resposta heterogênea nas assimetrias de força de membros inferiores em atletas de futebol americano. Foi demonstrado que as assimetrias avaliadas em condições basais não concordam com as avaliações quando são realizadas em condições de fadiga.