EFEITO DE UMA SESSÃO DE EXERCÍCIO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE E EXERCÍCIO CONTÍNUO DE MODERADA INTENSIDADE SOBRE MARCADORES DE APETITE EM HOMENS COM OBESIDADE
Exercício Intervalado de Alta Intensidade; Obesidade; Fome; Saciedade; Consumo Alimentar.
Introdução: o exercício físico é considerado uma estratégia fundamental no tratamento da obesidade por promover aumento no déficit calórico. Evidências recentes sugerem que o exercício de alta intensidade pode induzir alterações fisiológicas que diminuem o apetite, contribuindo para redução da ingestão calórica, fenômeno conhecido como anorexia induzida pelo exercício (AIE). Objetivo: comparar o efeito agudo do exercício intervalado de alta intensidade (EIAI) e exercício contínuo de intensidade moderada (ECMI) sobre o consumo energético e percepção do apetite em homens com obesidade. Métodos: a pesquisa caracterizou-se como um ensaio clinico randomizado com delineamento cruzado. Quinze voluntários (31,0 ± 6,1 anos, 31,0 ± 6,0 kg/m², 40,1 ± 2,2% de gordura corporal) foram submetidos a três sessões experimentais, separadas por sete dias: I) EIAI (10 x 1 min a 90% da frequência cardíaca máxima [FCmáx] + 1 min recuperação ativa), II) ECMI (20 min a 60% da FCmáx) e III) Controle (sem exercício). Uma refeição padronizada foi oferecida 60 min antes de cada sessão. A percepção subjetiva do apetite (fome, saciedade, plenitude e perspectiva de consumo alimentar) foi avaliada através de uma escala visual analógica (EVA) em três momentos: 1) pré-sessão, 2) pós-sessão e 3) uma hora após sessão. O consumo alimentar foi analisado uma hora após a sessão, através de uma refeição ad libitum e o consumo ao longo do dia da sessão (24 h) foi analisado através de um registro alimentar estimado. A ANOVA two-way com medidas repetidas foi utilizada para analisar possíveis diferenças entre as condições e momentos na percepção do apetite (fome, saciedade, plenitude e perspectiva de consumo) e uma ANOVA de medidas repetidas para analisar as diferenças entre as condições no consumo alimentar ad libitum e 24 h. Resultados: não houve diferenças significativas na percepção de fome [F(1,3, 17,5)=0,00, p=0,972], saciedade [F(1,3, 17,5)=0,00, p=0,972], plenitude [F(2, 28)=0,13, p=0,876] e perspectiva de consumo [F(2, 28)=0,76, p=0,476] entre as condições, bem como não foram identificadas diferenças significativas no consumo energético durante a refeição ad libitum [F (2, 28) = 0,13, p=0,877] e ao longo do dia da sessão [F (2, 28) = 1,54, p=0,233]. Conclusão: uma sessão de EIAI e ECMI não modificou o apetite e o consumo energético após 60 min e ao longo do dia em homens com obesidade.