ESPORTE DE AVENTURA NA ESCOLA: possibilidades de diálogo com a mídia-Educação
Escola; Mídia-Educação; Esporte de Aventura.
A presente dissertação, parte do olhar curioso sobre a materialização do esporte de aventura, nosso objeto de estudo, vislumbrado-o enquanto conteúdo de ensino da Educação Física Escolar - EFE, mediado metodologicamente pela mídia-educação. Essa problemática tem início a partir da inquietação da autora enquanto praticante de modalidades esportivas de aventura, não vê-las presentes no cotidiano escolar durante sua graduação em Educação Física. A culminância se dá com a escrita de seu TCC (Sousa, 2013), trazendo uma prática pedagógica que materializou o esporte de aventura na escola. E, a partir de proposições dos estudantes que participaram desta pesquisa-ação, vistas como novas problemáticas, reformulou-se esta pesquisa, que tem como objetivo geral compreender como o esporte de aventura pode se materializar no âmbito da EFE a partir da mídia-educação como metodologia de ensino. Diante deste objetivo geral, se delimitam nossos objetivos específicos, que serão trazidos ponto a ponto a seguir. Para tanto, seguimos utilizamos a metodologia da pesquisa-ação, com os pressupostos de Michel Thiollent (2004) para balizar nossa intervenção pedagógica realizada no Campus Parnamirim do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFRN, a fim de concretizar nosso primeiro objetivo específico, no qual problematizamos os limites e possibilidades do conteúdo esporte de aventura - no contexto da EFE - balizada pelos momentos pedagógicos de mídia-educação. Durante a realização desta intervenção, coletamos dados que foram analisados respondendo aos nossos outros dois objetivos específicos, a saber, analisamos como os estudantes se apropriam do conhecimento de uma modalidade dos esportes de aventura, enquanto manifestação da cultura de movimento, a partir da análise de discursos dos alunos sobre a vivência final e das apresentações dos seminários ao final da unidade didática. Essa análise se baseou no referencial teórico de Laurence Bardin (2011), a partir dos textos supracitados. Selecionamos 12 textos de relatos de vivência e 11 relativos a apresentação do seminário final (considerando como corpus, os textos dos 3 alunos melhor avaliados de cada uma das 4 turmas que foram partícipes de nossa pesquisa-ação, sendo que um estudante não apresentou seminário). Desta análise, tivemos 3 categorias de conteúdos: fatos destacados durante a aventura vivida, sentimento de pertencimento a experiência vivida e aprendizados autodeclarados da aventura vivida. E por fim, com a categoria dos aprendizados autodeclarados, dialogadas com alguns exemplos de conteúdos midiáticos construídos pelos estudantes, verificamos que os alunos expressam em suas criações de conteúdo midiático, elementos ou temas, que atestam a ampliação do conhecimento sobre o esporte de aventura escolhido e desenvolvido na unidade didática, sendo este nosso último objetivo específico. Citamos como principais resultados alcançados, a partir do entrelaçamento desses três objetivos, a constatação de que os estudantes ampliaram, por meio de uma aprendizagem significativa, seus conhecimentos sobre o esporte de aventura experienciado, demonstrado tanto pelos conteúdos midiáticos construídos e apresentados pelos mesmos, quanto ancorados pelo referencial teórico especializado que dialogamos; Percebemos que a mídia-educação, diante das possibilidades de uso por nós exploradas, nos trouxeram um panorama de ampliação do espaço-tempo de convivência e aprendizagem, bem como diversas formas de expressão do conhecimento adquirido, agindo de forma crítica, reflexiva e criativa, sendo fundamental no processo de aprendizagem da modalidade estudada.