Associação entre polifarmácia e uso de medicamentos potencialmente inapropriados com atividade física e tempo sedentário em pessoas idosas
Palavras-chave: medicamentos; exercício; comportamento sedentário; doenças crônicas; envelhecimento.
Objetivo: estudo 1: mapear os estudos que investigaram associações entre polifarmácia e/ou uso de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) com atividade física e tempo sedentário em pessoas idosas; estudo 2: investigar a associação entre polifarmácia com atividade física e tempo sedentário em pessoas idosas residentes na comunidade. Nesta etapa de qualificação, serão apresentados os resultados do estudo 1 e resultados preliminares e perspectivas futuras do estudo 2. Métodos: estudo 1: revisão de escopo. Foram pesquisadas quatro bases de dados (PubMed, Embase, Web of Science e Scopus). Critérios de inclusão: estudos observacionais que incluíram idosos (≥60 anos); idiomas inglês, português e espanhol; qualquer definição de polifarmácia; critérios implícitos e explícitos para uso de MPI; atividade física e tempo sedentário autorreportados e/ou medidos objetivamente. Estudo 2: transversal, envolvendo pessoas idosas jovens (60-80 anos) sem doenças cardiovasculares conhecidas residentes em Natal-RN. Três critérios foram utilizados para definir polifarmácia: uso de três, quatro e cinco medicamentos diários. As análises incluíram 451 participantes com medidas autorreportadas de atividade física e tempo sedentário e 244 com medidas de acelerometria. Regressões lineares foram utilizadas para análises dos dados. Resultados: estudo 1: 14 estudos transversais foram incluídos; 78,57% (n = 11) definiram a polifarmácia como ³5 medicamentos, e sua prevalência variou de 9,5% a 57%. Nenhum estudo relatou informações sobre o uso de MPI. A maioria dos estudos incluiu participantes com idade <80 anos. Doze estudos incluíram medidas autorreportadas de atividade física (sete usaram questionários validados). Dez estudos incluíram análises ajustadas por cofundidores e nove consideraram a polifarmácia como desfecho. Todos os estudos demonstraram associação inversa entre atividade física e polifarmácia. Estudo 2: não foram observadas associações significativas entre polifarmácia com atividade física e tempo sedentário, tanto nas medidas autorreportadas quanto por acelerometria (p > 0,05). Conclusões: os estudos que investigaram a relação entre polifarmácia com atividade física são escassos, transversais, incluindo principalmente pessoas idosas jovens (<80 anos) e usaram medidas autorreferidas de atividade física. A relação entre uso de MPI com atividade física e tempo sedentário é desconhecida. Evidências limitadas sugerem uma associação inversa entre atividade física e polifarmácia, mas não é claro se essa relação é bidirecional (estudo 1). Em pessoas idosas jovens aparentemente saudáveis, os resultados preliminares demonstram não haver associação significativa entre polifarmácia e níveis de atividade física e tempo sedentário (estudo 2).