CORPO E ADOECIMENTO: REFLEXÕES FENOMENOLÓGICAS E SOCIOLÓGICAS SOBRE O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Corpo, Saúde, Adoecimento, Profissional de Educação Física.
Esta pesquisa tematiza as relações entre corpo, saúde e doença a partir das experiências vividas por profissionais de Educação Física que vivenciam processos de adoecimento relacionados ao diagnóstico de hérnia discal. Trata-se de uma pesquisa de abordagem fenomenológica que teve como objetivo compreender a percepção de corpo em adoecimento de graduados em Educação Física que possuem hérnia de disco, em seus diferentes graus de acometimento, com vistas a colaborar com essas discussões na Educação Física. E de forma mais específica buscou identificar a percepção de corpo em adoecimento desses profissionais; e descrever como o profissional de Educação Física acometido por hérnia de disco vivencia seu corpo, bem como, os efeitos do adoecimento nas suas práticas laborais na Educação Física. A pesquisa demonstra sua relevância acadêmica e social ao se propor a aprofundar estudos na Educação Física dilatando a compreensão da temática corpo em adoecimento e atividade do profissional de EF, tanto no que tange às formas como a sociedade aborda o fenômeno, quanto no que diz respeito à construção de novas dimensões para os modos como profissionais de Educação Física relacionam-se com seus corpos. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais de Educação Física com graduação de bacharelado, licenciatura e tecnólogo com atuação na região do Crajubar, Sul do Ceará-Brasil. Identificou-se que os profissionais apresentam concepções de corpo tanto como instrumento, quanto de corpo como biocultural; quanto à percepção de corpo em adoecimento, eles denotam forte relação com sentimento de limitação das suas capacidades. Com relação às experiências vividas com o corpo em processo de adoecimento, percebemos que os PEF buscaram novas formas de encarar a doença e a vida tanto pessoal como profissional. Desta forma, abrem-se novos horizontes reflexivos que podem contribuir para perceber o movimento e o adoecimento como possibilidades que podem impulsionar os profissionais a construir um novo lugar no mundo, a partir das suas experiências, construindo um caminho para encarar a doença e a vida por meio de uma visão existencial e ampliada sobre si. Tais reflexões trazem para a Educação Física contribuições no sentido de percebê-la como mais do que uma área que trabalha com corpo, mas como um espaço de permanente elaboração de si através do mover-se.