EFEITO AGUDO DA ELETROESTIMULAÇÃO TRANSCUTÂNEA AURICULAR DO NERVO VAGO NO CONTROLE AUTÔNOMICO CARDÍACO EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS: UM ENSAIO CLINÍCO CONTROLADO
Palavras-chaves: HIV; estimulação do nervo vago; sistema nervoso autônomo.
Introdução. Dentre as alterações presentes no HIV, está o desequilíbrio do controle autonômico cardíaco, que pode levar a PVHA a apresentarem doenças cardiovasculares prematuramente. Desta forma, terapias que auxiliem o tratamento farmacológico e potencialize os resultados das terapias não medicamentosas são fundamentais para a melhora da saúde. O objetivo do estudo é avaliar o efeito agudo da eletroestimulação transcutânea auricular do nervo vago no controle autonômico cardíaco de pessoas vivendo com HIV/aids. Metodologia. A pesquisa é caracterizada como um ensaio clínico controlado, randomizado, crossover e duplo cego, com amostra composta por 21 pessoas fisicamente inativas de ambos os sexos vivendo com HIV/aids e que fazem o uso da terapia antirretroviral. Os indivíduos foram alocados de forma aleatória para dois grupos: taVNS (estimulação ativa) e Sham-t (estimulação inativa), posteriormente a isso, os sujeitos foram cruzados entre os grupos. Para a eletroestimulação transcutânea auricular do nervo vago foi utilizado um dispositivo TENS, com os eletrodos modificados. Para avaliação do controle autonômico cardíaco foi realizado o processo de variabilidade da frequência cardíaca, onde foram analisados 5 minutos e selecionadas as medidas da FCmédia, RMSSD, LF, HF, LF/HF, SD1, SD2 e SD1/SD2. Anova two-way de medidas repetidos foi usado para verificar o efeito da eletroestimulação no nervo auricular em parâmetros cardiovasculares (Tempo [4] x condição [2]). Para todas as análises, foi adotado um nível de significância de 5%. Resultados. O grupo taVNS aumentou LF a partir de 25’-30’ (∆= 0.281, 95%CI= 0.068 – 0.494, p = 0.006) e após a sessão experimental (∆= 0.291, 95%CI= 0.051 – 0.531, p = 0.012). O grupo Sham-t aumentou LF desde o início do protocolo 5’-10’ (∆=0.334, 95%CI= 0.120 – 0.548, p = 0.001), 25’-30’ (∆= 0.356, 95%CI= 0.190 – 0.523, p < 0.001) e após a sessão (∆= 0.421, 95%CI= 0.156 – 0.686, p = 0.001). Conclusão. A taVNS nas PVHA pode ser uma boa estratégia para melhora do controle autonômico cardíaco, entretanto, novos protocolos precisam ser testados e ao longo de um determinado período para demonstrar os possíveis benefícios de uma intervenção com a taVNS.