ASSOCIAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS DA MASSA MUSCULAR ESQUELÉTICA E MORTALIDADE EM IDOSOS COM CÂNCER GASTROINTESTINAL: ESTUDO LONGITUDINAL
Câncer gastrointestinal, força de preensão manual, dinapenia, mortalidade.
Na literatura oncológica, a baixa quantidade muscular, mioesteatose, e a função muscular e física, são consideradas excelentes biomarcadores de pobres prognósticos. Apesar das evidências crescentes, até o momento, não existem estudos que tenham examinado, em conjunto, o potencial preditivo de marcadores da quantidade nuscular, mioesteatose e função muscular e física para mortalidade no câncer. O objetivo do presente estudo foi examinar o
potencial preditivo de marcadores de quantidade muscular, mioesteatose e função muscular física para mortalidade em pacientes idosos com câncer gastrointestinal. Cento e oitenta e nove pacientes idosos (idade média de 69,2±7,9 anos; 56,6%, masculino; 44,4% feminino) com câncer gastrointestinal, foram incluídos neste estudo longitudinal. Imagens de tomografia computadorizada da região abdominal avaliaram a massa muscular esquelética usando o software Slice-O-Matic versão 5.0 (Tomovision, Montreal, Canadá) para determinar os parâmetros do índice muscular esquelético (quantidade muscular) e radiodensidade muscular (mioesteatose). A função muscular foi avaliada através do teste de foça de preesão manual e a função física pela velocidade de marcha. Ao final do seguimento de 36 meses, 53 óbitos (28%) foram registrados. Um pouco mais da metade da amostra foi classificada como dinapênica (50,3%), acarretando que após as análises do risco proporcional de Cox, a força de preensão manual foi o único preditor de morte significativo após ajuste para as variáveis de confudimento (idade, sexo, IMC, tipo de tratamento e estadiamento tumoral) (1,93;95%IC[1,62-2,97], p<0,04). Concluímos que a presença de dynapenia parece estar associada à maior risco de morte em idosos com câncer gastrointestinal, sendo aconselhável que a avaliação da força de preensão manual seja incluída na prática. Além disso, sugere-se que os pacientes idosos com câncer gastrointestinal identificados com dinapenia sejam orientados a iniciar um programa de exercícios resistidos, aliado a outras medidas de estilo de vida saudável, objetivando melhor prognóstico.