O CORPO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: o olhar das professoras
corpo, criança,fenomenologia
A pesquisa aborda a percepção do corpo da criança na Educação Infantil pelo olhar das professoras da Crei Arlete de Almeida Nunes em João Pessoa. A proposta do estudo em questão é aprofundar-se sobre a compreensão do corpo da criança, o corpo que sente, que afeta, que é afetado. Discutir, associar e indagar como o outro que se ocupa, trabalha, ensina e está atrelado no cotidiano com o sujeito criança. Como percebe o seu corpo? Como enxerga o corpo da criança? Como compreende o corpo da criança? Considerando que essa compreensão está atrelada as vivencias dessas professoras e as suas experiências passadas e presentes. Considerando que para isso, ouvir o outo, conhecer o outro e saber um pouco da história das professoras é o caminho para desvelar o seu entendimento sobre o corpo da criança. A abordagem metodológica utilizada foi a fenomenologia, onde a pesquisa ocorreu no vivido sensível e intencional a partir do relato da experiência; da redução fenomenológica e da compreensão do fenômeno (Moreira, 2000). No processo, realizamos três entrevistas com cada uma das professoras: na primeira indagamos sobre as histórias de sua infância, na segunda indagamos sobre como ela ver as crianças e pedimos para ela desenhar o corpo da criança de antes e corpo da criança de hoje, por fim na terceira entrevista perguntamos sobre sua forma de perceber seu corpo, as vivências de seu corpo na infância. Os encontros com as oito professoras ocorreram em três momentos. Cada um deles individualmente no ambiente escolar, no terceiro horário antes do recreio, na própria sala das professoras, momento este em que os alunos não tinham acesso a sala de aula. Esse horário foi o mais propenso para cinco professoras, pois após a aula de artes no terceiro horário tínhamos o recreio possibilitando um bom tempo para realizar nossa conversa e exercitar uma escuta sensível. Em nosso primeiro capítulo teremos as discussões teóricas sobre a criança e sua historicidade. No segundo capítulo apresentamos os significados revelados a partir da infância, abrangendo a experiência vivida e a criança habitada nas professoras, suas histórias e os significados que tecem essa história. Em nosso terceiro capítulo trazemos a questão da percepção do corpo da criança por meio do olhar das professoras. Também apresentamos os desenhos feitos por elas, representando a infância e o corpo como mobilizadores de percepção sobre a infância. Analisamos os relatos para ampliar a compreensão fenomenológica sobre o ser criança e mundo infantil e a indivisibilidade da criança com corpo. Analisamos os processos subjetivos baseados nas experiências vividas e organizamos os significados encontrados no relato da experiência pela redução fenomenológica.