Psicomotricidade Relacional; Autismo; Relações Afetivas; Objetos, psicomotricista e pares.
Psicomotricidade Relacional; Autismo; Relações Afetivas; Objeto, psicomotricista e pares.
As intervenções pedagógicas e terapêuticas no campo do autismo ganharam espaços nas discussões acadêmicas, principalmente no campo da promoção da interação social, além de ser fundamental na mediação de todo processo de aprendizagem. No campo científico se discute até que ponto a ausência da interação social, do contato com o outro pode interferir no desenvolvimento e formação do indivíduo com autismo. Esta carência avaliada faz parte do espectro do autismo e nota-se que é preciso oportunizar aos indivíduos autistas mecanismos para lhe dar com essa dificuldade. Nesta acepção a proposta de pesquisa avaliou os benefícios do programa de intervenção em Psicomotricidade Relacional com criança autista na faixa etária de 4 anos, atingindo um público da primeira infância ou em idade pré-escolar, sexo masculino, no aspecto das relações afetivas junto ao objeto, a relação com o psicomotricista e seus pares. Um estudo de caso, de corte qualitativo com metodologia descritiva. Para coleta de dados foi utilizado prontuário com dados da anamnese e registro do profissional de Psiquiatria para confirmar o diagnóstico de autismo e estágio de desenvolvimento, critérios de inclusão da pesquisa, dados do campo afetivo e para análise dos dados foi baseado na observação de fotografias e vídeos. A pesquisa aconteceu no Centro de Atenção Psicossocial – CAPSi/Natal-RN, uma instituição com características peculiares, que trabalha com indivíduos com comprometimento intelectual, patologias mentais e indivíduos autistas, este último foco da pesquisa, o qual tem o escopo de buscar circunstâncias que podem confirmar ou ampliar a abordagem da Psicomotricidade Relacional. Os resultados foram encorajadores no campo das relações afetivas junto ao psicomotricista, a criança em foco estabeleceu um elo de comunicação corporal e de confiança, quanto ao objeto verificou-se que a função relacional teve avanços significativos, o qual permitiu estabelecer o contato com o adulto e com os pares, e nesta relação observou-se o jogo de imitação, o qual conduziu a uma maior aproximação e na construção da percepção do outro. Neste estudo nota-se que a abordagem em Psicomotricidade Relacional é um método alternativo considerável no trabalho junto às crianças autista na construção das relações afetivas, e assim, corroborando com os objetivos propostos.