Mídias digitais;Recepção; Inclusão digital; Cibercultura
Trata-se de uma investigação que busca revelar, registrar e analisar o processo de apropriação e utilização das mídias digitais por alunas universitárias, com idade entre 40 e 60 anos. Interessou-nos estudar como essas transformações são percebidas na esfera educacional, por discentes que passaram pela formação escolar liberal/tradicional, ou seja, efetuaram o primeiro contato com os dispositivos tecnológicos midiáticos depois de adultas e dentro da universidade. Esta investigação buscou contribuir para ampliar o conhecimento sobre a utilização das novas estratégias de aprendizagem impostas pelas mídias digitais, através do registro e análise dos relatos da amostra pesquisada. Permitiu conhecer o universo cultural dessas mulheres, revelando o contexto no qual recebem as mensagens mediadas e quais os usos que fazem dessas estratégias de aprendizagem dentro de sua vida cotidiana acadêmica. Reuniram-se, neste trabalho, reflexões orientadas pelos Estudos de recepção midiática e o papel desempenhado pelas mídias digitais, como construtores de imagens e dinamizadores na aquisição de conhecimento, escolhemos trabalhar com duas noções teóricas principais: comunicação midiática e a inclusão digital. Quanto à metodologia investigativa, utilizamos a técnica exploratório-descritiva, aliada a outras técnicas apropriadas. Na forma de abordagem do problema podem ser observadas duas fases: uma quantitativa, na qual se utilizou como procedimento investigativo um levantamento, tendo este como técnica de coleta um questionário com perguntas fechadas; e uma fase qualitativa, na qual foi utilizada como técnica de coleta de dados uma observação participante, por meio de um diário de campo a partir das situações vividas em sala de aula. O objetivo principal de analisar de que forma as mídias digitais são recebidas, apropriadas e utilizadas pelas mulheres universitárias foi cumprido, sendo notável que elas acessam com dificuldade e não podem ser consideradas incluídas digitalmente, os resultados apontam que o problema dessas agentes não é o acesso; há formas de apropriação das mídias digitais oferecidas na IES, e foi possível observar que elas buscam se integrar ao mundo tecnológico e até possuem dispositivos que podem inseri-las nesse mundo. A inserção na cibercultura configura-se pela capacidade de encontrar meio favorável para a tomada de consciência da realidade e a produção de saberes e fazeres libertadores e dignificantes, que nesse caso refere-se a uma apropriação da cidadania por meio do domínio dos aparatos tecnológicos oferecidos como uma perspectiva emancipatória para as interagentes.