MÍDIA À LUZ DO DESEJO:
CARTOGRAFIAS DOS PROCESSOS DA MÍDIA LIVRE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA
Mídia livre. Processos sociais. Movimentos sociais. Democracia.
Neste trabalho busca-se compreender as especificidades da comunicação em rede e a lógica de articulação das insurgências sociais no contemporâneo inferidas a partir do rizoma, conceito cunhado por Félix Guattari e Gilles Deleuze, e da multidão como pregam Michael Hardt e Antonio Negri. Para tanto, levanta-se os processos e as práticas dos corpos políticos, chegando a linhas e estratégias comuns de operação. Salvo as especificidades, é possível traçar uma comunicação contínua e rizomática que percorre tanto os corpos inscritos na democracia institucionalizada, como o movimento-partido espanhol Podemos e a coalização grega Syriza, quanto os coletivos autônomos, como o Movimento Passe Livre, que luta pelo transporte público universal, gratuito e de qualidade, e as iniciativas de mídia livre Mídia NINJA e Catarina Santos, dispostas a compreender os movimentos sociais. O aditivo constituinte deste modelo de comunicação em rede parece ser o desejo de radicalização da democracia, no viés de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, como uma luta estratégica e comum. Com efeito, falando especificamente da mídia livre, são construídos a partir daqui processos que se efetivam na compreensão do agenciamento dos corpos como pertinente à ação política em direção ao projeto de democracia radical, como na utilização de softwares livres, o agenciamento comunicador-manifestante, a performance, a vivência coletiva.