AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E POTENCIAL BIOLÓGICO DAS FLORES, FOLHAS, CAULES, FRUTOS E SEMENTES DA ESPÉCIE VEGETAL Cochlospemum vitifolium (PACOTÊ)
Cochlospermum vitifolium; anti-inflamatório; antioxidantes; leishmanicida; Pacotê;
A espécie Cochlospermum vitifolium, conhecida popularmente como pacotê, é
utilizada pela medicina popular no tratamento enfermidades como hipertensão,
hepatite, icterícia, hiperglicemia, distúrbios inflamatórios, além de possuir
propriedades emenagogas, que podem ser atribuídas à presença de constituintes
químicos na espécie. Ainda não existem estudos químicos e biológicos com partes
isoladas da planta, assim, o presente trabalho objetivou identificar os constituintes
químicos presentes nos extratos, frações hexânica, acetato de etila e metanólica das
flores, folhas, caules, frutos e sementes da C. vitifolium, além de avaliar a atividade
antioxidante in vitro e leishmanicida, bem como avaliar o potencial anti-inflamatório
do extrato etanólico e fração acetato de etila das flores em modelos experimentais in
vivo. O perfil químico dos extratos etanólico e frações das flores, folhas e caule da
Cochlospermum vitifolium foi registrado por UPLC-DAD-QTOF-MS / MS. Os
compostos das flores foram tentativamente identificados como taninos hidrolisáveis
(galotaninos, galoilquínicos, elagitaninos), flavonóides, derivados fenólicos da
poliamida espermidina, ácidos graxos hidroxilados, além de os compostos: ácido
quínico, ácido siríngico, di-hexosideo do ácido cinâmico e ácido arjunólico. Para o
caule além de alguns compostos identificados das flores a prunina, taxifolina,
aromadendrina, naringenina e kaenferol também foram encontrados. O teor de
fenólicos totais das amostras foi expresso em equivalentes de ácido gálico por
grama de amostra, destacando-se a fração acetato de etila das flores (525,90 mg
EAG/g). O potencial antioxidante foi investigado pelos ensaios radical DPPH,
atividade antioxidante total, quelação dos íons de ferro e cobre, poder redutor e
sequestro dos radicais superóxidos (O2-) e hidroxilas (OH-), revelando melhor
atividade antirradicalar frente ao radical DPPH (IC50 = 5,03 ± 0,10), quelação dos
íons de cobre de 84,26% e sequestro do radical O2- com 99,18% a 0,05 mg/mL para
a Fr AcOEt das flores. Os extratos e frações das flores, folhas, caules e frutos,
apresentaram habilidade redutora dose dependente, com poder redutor acima de
100% em 0,25 mg/mL. A fração metanólica dos frutos apresentou melhor
capacidade antioxidante frente ao radical OH- (39,84% em 0,3mg/mL). A melhor
habilidade de quelação dos íons de ferro (52,27% em 0,3mg/mL). A atividade
leishmanicida foi avaliada para as formas promastigotas, sendo as frações
hexânicas das folhas e do caule capazes de inibir o crescimento dos parasitas. O
extrato etanólico e fração acetato das flores da C. vitifolium apresentaram atividade
anti-inflamatória nos modelos experimentais em estudo. Os resultados revelaram a
presença de importantes compostos químicos em amostras de C. vitifolium, podendo
ser responsáveis pela atividade antioxidante, leishmanicida e anti-inflamatória,
revelando um potencial terapêutico para o desenvolvimento de novas moléculas
fitoterápicas com atividade anti-inflamatória.