Economia regional. Abordagem multissetorial. Matrizes insumo-produto. Estrutura produtiva. Região Nordeste.
O objetivo desta dissertação é o de analisar a estrutura produtiva da região Nordeste do Brasil, bem como dos estados pertencente à região, e avaliar a importância das atividades econômicas presentes em seu território. Apesar do crescimento vivenciado pela economia brasileira até a crise financeira internacional de 2008 beneficiar a redução das disparidades regionais, observa-se que o Nordeste responde, em 2010, por apenas 13,5% da renda nacional, sua renda per capita é menor que a metade da renda per capita nacional e, pela comparação com o estado mais rico do país, São Paulo, a diferença é de aproximadamente três vezes. Por outro lado, quando considerada a taxa de analfabetismo, enquanto a média nacional é de 8,9%, a média do Nordeste é de 17,6%, maior média entre as macrorregiões. Desse modo, dada a heterogeneidade macrorregional e persistência de problemas estruturais, qual é a estrutura das interações entre os setores de atividade econômica presentes no Nordeste, bem como nos estados pertencentes à região, no período recente? Para responder esse questionamento, partindo-se da hipótese de que a atual estrutura de produção da região Nordeste está condicionada a seus antecedentes históricos e ao movimento cíclico da dinâmica econômica nacional, tomando por base a matriz insumo-produto para o país e uma combinação de quocientes locacionais simples e regionalização das matrizes através do método RAS, foram estimadas matrizes de insumo-produto para a região e estados contemplando 40 atividades nos anos de 2010 e 2015. Da análise empreendida verifica-se que a estrutura produtiva nordestina é concentrada em poucas atividades. Os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco apresentaram os melhores resultados em termos de encadeamentos produtivos entre as atividades, ao passo que os demais estados apresentam, em geral, setores pouco dinâmicos. Ademais, os resultados significativamente díspares entre os estados mais desenvolvidos da região e os demais implicam que a histórica heterogeneidade do tecido produtivo nordestino se reafirma, de modo que há vários Nordestes.