Efeito imunofarmacológico de fucana extraída da alga parda Spatoglossum schorederii em modelos de peritonite, choque não séptico e colite experimentais
Fucana, peritonite, choque não séptico, colite
Fucana é uma denominação utilizada para polissacarídeos sulfatados, que tem como característica estrutural mais marcante a presença de L-fucose sulfatada, sendo encontrados em algas pardas (Phaeophyceae) e em equinodermos (ouriços e pepinos do mar). Esses polissacarídeos tem sido descritos por possuir atividade anticoagulante, anti-tumoral, anti-viral, anti-proliferativa e anti-inflamatória. Uma vez que estudos anteriores em nosso laboratório demonstraram que o tratamento de animais com a fucana de Spatoglossum schorederii teve efeito protetor em modelos de peritonite e injúria pulmonar aguda induzida por LPS, avaliou-se no presente estudo a atividade dessa fucana em modelos de peritonite e choque não séptico induzido por zimosan, bem como em um modelo murino de colite induzida por DSS. Nos resultados obtidos, a fucana S. schroederii foi capaz de reduzir a migração celular para o peritôneo - quando tratada intravenosamente – em cinética de 6, 24 e 48 horas no modelo de peritonite aguda. De maneira semelhante, no modelo de choque não-séptico induzido por zimosan a fucana demonstrou efeito protetor ao inibir a migração celular, produção de IL-6, atenuando a perda de peso, além de reduzir os níveis séricos das transaminases hepáticas. No modelo murino de colite, foi observado que o tratamento com a fucana conseguiu impedir a lesão intestinal ocasionada pela dextrana (DSS) através de análise histopatológica, dosagem de citocinas a partir da cultura de intestino e ainda efeito protetor na perda de peso. Conclui-se então, que a fucana em estudo apresentou efeito protetor significativo diante dos modelos de inflamação agudos e crônicos estudados.