FREQUÊNCIA FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE METALO-BETA-LACTAMASES ISOLADAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Metalo-beta-lactamases; Resistência; Carbapenêmicos; Genes.
A resistência bacteriana aos antibióticos é problema de saúde pública mundial, destacado em 2011 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), assim como a disseminação dos genes de resistência aos antimicrobianos o que compreende uma preocupação recorrente. Diante dessa realidade, a família Enterobacteriaceae e os Bacilos Gram- negativos Não Fermentadores (BGNF) figuram como os principais protagonistas em nosso país, sendo seus representantes, os que mais sofreram modificações quando se trata de resistência, sobretudo a resistência aos antimicrobianos β-lactâmicos pela produção enzimática de Metalo-Beta-lactamases (MBLs). Para o controle e tratamento adequado do paciente, dados locais são fundamentais, e pensando nisso optou-se em realizar um estudo inédito no estado do Rio Grande do Norte, cujo objeto principal foi avaliar a ocorrência de MBLs em enterobactérias e em BGNF obtidos de amostras clínicas oriundas de três centros de referência em saúde. Foram coletados 100 isolados oriundos de diversos sítios biológicos durante o período compreendido entre Janeiro de 2013 e Dezembro de 2015, submetidas em laboratório a provas bioquímicas manuais para identificação das espécies, análises fenotípicas confirmatórias (teste do EDTA) e moleculares para a identificação dos genes de resistência blaIMP-1, blaNDM-1 e blaVIM-1. Dentre os isolados, 57 (57%) foram confirmadas no teste fenotípico como produtoras de MBL, dos quais mais da metade pertence aos gêneros Pseudomonas spp. (47%) e Acinetobacter spp. (38%). As espécies menos frequentes pertencentes à família Enterobacteriacea como Enteroboacter cloacae e Klebsiella pneumoniae foram todas negativas para o mesmo teste. As análises moleculares através de PCR indicaram que 6% dos 100 isolados albergavam o gene blaNDM-1, não obtendo-se amplificações para os demais genes (blaIMP-1 e blaVIM-1). Espera-se que esses resultados possam ser ampliados e utilizados como referência a nível estadual, prevenindo a dispersão dessa resistência e que sirva também como mais um dado nacional para a construção de um perfil mais fidedigno no que diz respeito à epidemiologia desse mecanismo de resistência.