MOSQUITOS (DIPTERA, CULICIDAE) EM ÁREA DE CAATINGA NA REGIÃO DO SERIDÓ, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL.
Culicídeos; Caatinga Hiperxerófila Seridó; Aedes scapularis.
Os estudos sobre a fauna de culicídeos são realizados em todo o país, sejam eles em ambientes com elevada ação antrópica, como os centros urbanos, ou ainda naqueles com pouca ou nenhuma interferência humana como os ambientes rurais e florestais. No Rio Grande do Norte os mais recentes estudos sobre a fauna de mosquitos têm sido realizados em unidades de conservação nos dois domínios morfoclimáticos presentes no estado, a Mata Atlântica e a Caatinga. A área de estudo, está localizada no município de Currais Novos-RN, no Seridó potiguar. Em tal região é predominante a Caatinga Hiperxerófila Seridó, conhecida por ser a vegetação mais seca do estado. A Caatinga apresenta duas estações bem definidas, a chuvosa e a seca; durante o período chuvoso, esse domínio pode apresentar condições propícias para a proliferação de mosquitos, pois é possível o acúmulo de água entre rochas, ocos de árvores, alagadiços e também em locais construídos pelo homem, como por exemplo reservatórios de água para o gado e também para o próprio consumo, permitindo assim o desenvolvimento de mosquitos com hábitos comportamentais e hematofágicos diversos. Tais fatores aliados a escassez de conhecimento da entomofauna de culicídeos na caatinga instigaram a realização deste estudo. Os mosquitos são insetos que possuem altas densidades populacionais e que participam do ciclo de diversas doenças com ampla distribuição geográfica, tornando assim imprescindível o conhecimento da biologia das espécies com o intuito de monitorar e controlar populações de insetos vetores. Foram realizadas coletas mensais de mosquitos adultos, ovos e larvas por meio de dois procedimentos o primeiro com a armadilha Shannon em três intervalos de horários (17h-18h, 18h-19h e 19h-20h e o segundo com a ovitrampa, durante os períodos de março-maio e agosto-outubro dos anos de 2014 e 2015,). Foram coletados e identificados por meio de chaves dicotômicas específicas 2291 espécimes, apenas na armadilha Shannon, não sendo observado nenhum ovo ou larva nas ovitrampas instaladas. A classificação revelou 7 gêneros distribuídos em 14 táxons: Anopheles marajoara; Anopheles argyritarsis; Anopheles braziliensis; Anopheles deaneorum; Aedes lepidus; Aedes scapularis; Aedes taeniorhynchus; Culex coronator; Culex (Cux.) spp.; Haemagogus spegazzinii; Mansonia indubitans; Mansonia wilsoni; Psorophora ferox e Uranotaenia lowii. Além da ocorrência de espécies para o Rio Grande do Norte são mostradas relações ecológicas dos mosquitos na Caatinga potiguar. Vale ressaltar ainda, que, as áreas rurais podem ter uma importância significativa quando se considera a presença de insetos com capacidade vetorial em áreas próximas aos hospedeiros, o que pode gerar impacto na saúde pública.